7.6.08

Pé na porta e soco na cara dessa seleção

Desde pequeno, eu achava engraçado a diferença que é torcer para a seleção brasileira e torcer para o seu clube (no meu caso, o Flamengo, o maior de todos).

Tirando a derrota de 82, melancólica, sofrida, injusta (será?), eu nunca liguei muito para a seleção canarinho. Por que?

A primeira razão eu tinha na ponta da língua: se o Brasil perde, não conheço nenhum argentino ou francês para me gozar no dia seguinte. Se o Mengão perde, o dia seguinte é de dor de cabeça. O contrário, ou seja, quando o Brasil ganha, a gente vai gozar quem? :-) Então, por esse lado, é bem melhor torcer para o seu time.

Com o tempo, a gente começa a entender. Seleção é uma mobilização temporária para um evento, que envolve exclusivamente interesses comerciais: Copa do Mundo, audiência na TV, etc. Esses "amistosos da seleção" passaram a ser uma coleção de caça-níqueis sem nenhuma relevância. Daí o fato de o Brasil não ser o primeiro do ranking, por ficar jogando contra os Canadás e Venezuelas da vida, enquanto os outros jogam contra times de verdade.

Assistir a jogos dessa seleção, hoje, é um programa de quem não tem o que fazer, ou quem é muito apaixonado por futebol, ou programa de bobalhão. Porque essa seleção não nos representa, em absoluto. É um bando de produtos à venda, uma trupe de acrobatas, um GlobeTrotters do futebol, saindo por aí para arrecadadar milhões para quem os comanda: Ricardo Teixeira, Dunga, etc.

Por que falar sobre isso? Essa seleção mercenária, em que as manchetes são só sobre negociações, naturalizações, contusões, pedidos de dispensa, etc, perdeu ontem, pela primeira vez, para a Venezuela, um amistoso em um país onde todos "amam" futebol: os EUA. Nada mais adequado para uma vergonha, isso deveria nos levar a alguma reflexão.

Mas não vai. Ricardo Teixeira vai continuar embolsando milhões, quase bilhões, e os idiotas que ainda se preocupam com essa empresa chamada seleção brasileira vão ter um dia ou dois de assunto. E eu aqui, ouvindo "Pé na porta e soco na cara", do Matanza, sem meus moleques (com catapora), sem minha preta (ocupada), tinha que achar alguém para descarregar. :-)

Pé na porta e soco na cara dessa seleção.

3 comentários:

Raphael Hagi disse...

Excelente texto, Tabola véio!

Anônimo disse...

Muito bom.

Raphael Hagi disse...

http://raphaelhagi.blogspot.com/2008/06/seleo-brasileira-como-o-tales-j-disse.html

Tabola, leia meu blog pô! :(