Kirigami e a dura recuperação de um ex-detento

Semana passada estava com meus filhotes num barzinho na Floresta onde tradicionalmente comemos uns espetinhos depois da aula/futebol deles, e tivemos a grata oportunidade de conhecer um sujeito que faz na rua montagens usando papel chamadas de Kirigami, uma variação do Origami que, segundo ele, abre mais possibilidades porque não exige que se parta de um quadrado e nem se proíbe cortar pedaços, como o original.



Não tenho conhecimento suficiente sobre o assunto, divulgo o que ele me falou (pra maiores informações sobre o Kirigami, veja no Wikipedia clicando aqui). O que valeu mesmo, além da felicidade dos meus moleques em ganhar um dinossauro, um avião e um raposão da Máfia Azul :-), foram a inteligência e sinceridade do sujeito, ao dizer que é muito difícil o retorno à convivência social, pois ninguém dá emprego a um ex-detento.



Ele aprendeu a fazer esta arte enquanto esteve preso (pois "a gente quer trabalhar lá, mas não tem trabalho, e tem que fazer alguma coisa pra não ficar doido"), e agora vive disso, mostrando seu trabalho nas ruas.

Já tinha lido sobre isso recentemente, uma matéria mostrando que é uma demagogia os governos dizerem que 'preso tem que trabalhar'. Preso QUER trabalhar, mas não existe trabalho, o sujeito fica lá no ócio e acaba piorando. Como todos os ex-detentos dizem, e este que conheci também, 'cadeia não recupera ninguém, o cara sai pior do que entrou'.

Qual a saída então?