14.1.13

Resolução pra 2013: usar transporte público. Parte 2: Metrô e conclusão

Desta vez vou ser mais sucinto. Já tinha dito no post anterior o motivo destas análises e falei sobre o Frescão. Agora foi a vez do metrô.

Já sabia que o tempo seria grande porque as estações mais próximas da minha casa não estão a menos de 20 minutos de caminhada.

Como ainda não há o prometido bicicletário nas estações, resolvi dar uma mudada no plano e pegar carona com minha esposa até o final do Minas Shopping, pertinho da estação do metrô. Ecologicamente tá ok, não gastamos mais gasolina nem espaço no trânsito por isso, né?

Aí ficou show de bola: entre caminhar até a estação, comprar o bilhete e pegar o metrô foram 10 minutos. Mais 5 estações e 14 minutos desci no Santa Efigênia, onde caminhei mais 5 minutos e estava no escritório. Total 29 minutos, R$ 1,80, show de bola!

O problema foi a volta: bem mais cheio, quente (não sei o motivo, mas no trem de volta não tinha ventilador nem serviço de som como na ida: a gente fica muito mais desconfortável e pra quem ainda não sabe de cor o tempo pra descer, fica meio perdido, já que a sinalização nas estações, olhando de dentro do trem, é precária) e sem carona.

Os 19 minutos de caminhada da Estação Minas Shopping até minha casa levaram o tempo total pra 36 minutos. Ainda vale muito a pena, só não sei como vai ficar quando voltarem as aulas, já está no limite de cheio suportável...


De toda forma, fiquei fã do metrô e hoje já vim de novo (com a caroninha, né?). Mas tenho umas observações que poderiam fazer o serviço mais eficiente e que custariam muito pouco:

1 - O trem de hoje estava todo plotado com publicidade, impedindo as pessoas que iriam embarcar de verem dentro dos vagões. Pra mim isso é tiro no pé, é estratégia comum a gente já olhar de longe e escolher os vagões mais vazios, o que é bom pra gente, pra quem já está dentro e pra própria empresa, uma distribuição natural de fluxo. Agora não, é no escuro, abre a porta e você tem que entrar.

2 - Falta de sinalização sonora em alguns trens. Não sei se isso é comum, se foi só em um dos que peguei, mas ficar sem aviso de qual estação está é terrível. O que combina com a próxima observação.

3 - Sinalizar melhor as estações: toda estação deve ter seu nome pintado grande pra ser visível de qualquer lugar de qualquer vagão, é assim que as pessoas se orientam. Nas estações que percorri, nem sempre isso é possível.

4 - Estamos em mês de férias escolares e de muitos trabalhadores, peguei metrô nem tanto no horário de pico (8:15 na ida, 17h na volta) e já fica no limite de ir em pé sem ser espremido. Imagino às 7h ou das 18 às 19h... pergunto: o mais caro é cavar, fazer a linha, botar o trem, construir a estação, etc, etc, etc. Custa muito botar um vagão a mais? Acho um desperdício o trem rodar com tão poucos vagões. Uma melhoria aqui atenderia demais à população.

Mesmo com a mesma observação valendo (a de que moro perto do meu destino, são 7 Km e, no caso do metrô, desço na 5a estação: do Minas Shopping a José Cândido, Santa Inês, Horto, Santa Tereza e Santa Efigênia), o metrô é a melhor opção. Pra quem mora mais longe então, duplamente melhor: pega o trem mais vazio e otimiza ainda mais o trajeto. Só as autoridades fingem que não veem isso... vamos ver se agora, com a Dilmona, isso sai do papel.

No mais, agora eu vou andar de metrô sempre que não for precisar do carro pra fazer algo com os filhotes. A não ser que a partir de Fevereiro fique muito mais cheio do que já está.

4.1.13

Resolução pra 2013: usar transporte público. Parte 1: Frescão BH

Quem me conhece sabe da minha obsessão por transporte público de qualidade em BH - coisa que sempre estivemos bem longe de conseguir. Todo mundo reclama e cobra transporte público decente, mas grande parte o faz só pra ecoar o que lê (como acontece na saúde pública, onde a imensa maioria dos que resmungam nunca entrou em uma UPA), sem efetivamente usar pra ter sua própria opinião.

Há bastante tempo só ando de carro, e utilizava as mesmas desculpas de todos: 'ah, não dá pra ir de bicicleta, BH só tem morro', 'ah, ônibus só anda lotado', 'ah, o metrô de BH é ridículo, quase inexistente'. Além disso, tenho que pegar meus filhos na escola e levá-los à casa deles, ou à minha, quase todos os dias, e aí o carro fica mais vantajoso.

Moro há quase 4 anos no União, a 1 quarteirão da Cristiano Machado, e trabalho há 1 ano no Santa Efigênia - após mais de 15 anos no Centro. De carro, dependendo do horário, levo de 20 a 30 minutos para percorrer os 7 Km que separam minha casa da Task. Sei que moro muito perto do trabalho, ao contrário da maioria das pessoas, e por isso as conclusões que eu tirar terão pouco valor.

Meu carro faz 7 Km/litro de gasolina dentro da cidade, então gasto 2 litros pra ir e voltar = R$ 5,40 por dia. O ônibus acabou de aumentar para R$ 2,90 (R$ 5,80 por dia), o frescão está a R$ 5,30 (R$ 10,60 por dia) e o metrô está a R$ 1,80 (R$ 3,60 por dia). Estou disposto a gastar 50% a mais de tempo e 50% a mais de dinheiro pra tirar meu carro de circulação e andar de transporte público. E pretendo fazer sempre que não tiver que pegar filhos na escola etc, o que ocorrerá 2 ou 3 vezes por semana este ano.

Com essas premissas, já imagino que será difícil ganhar do carro, mas vamos tentar mesmo assim. Minhas opções atuais fora o carro são:

 1 - Ônibus convencional: tenho um monte de linhas a menos de 10 minutos de caminhada, na Cristiano Machado. Não tenho nenhuma frescura, mas gostaria muito de ir sentado, ou pelo menos não espremido. Sabemos que em BH, nos horários de pico, isso só é possível pra quem mora perto do ponto inicial do ônibus, o que não é meu caso. Os ônibus que posso pegar normalmente vêm de Venda Nova e região, e passam completamente entupidos. Inviável, infelizmente.

 2 - BRT: Pretendo experimentá-lo logo que ficar pronto, vamos ver como vai ser a conexão no Centro ou se terei que caminhar até o Santa Efigênia.

 3 - Metrô: a estação Minas Shopping está a uns 20 minutos de caminhada, mais uns 10 minutos depois de descer pra ir à Task. Desanima um pouco, mas tá na lista, vou testar semana que vem. O ideal seria ter bicicletário na estação, Patrus até prometeu isso na campanha de 2012, mas a gente elegeu Márcio Lacerda, que, sobre transporte público, só diz que 'a culpa é do usuário, que tem que escolher outro horário pra pegar ônibus vazio'...

4 - Frescão: A recém-lançada linha de ônibus que promete menos paradas, ar-condicionado, todo mundo sentado e wi-fi. Ótimo pra mim, ir sentado e já poder trabalhar. Ar condicionado não fede nem cheira pra mim, mas se tem, tá ótimo. No seu lançamento, no final de 2012, muita gente reclamou que os motoristas do frescão não respeitavam os pontos estabelecidos, que o ar condicionado não funcionava, que a rede sem fio era terrível.

Já adianto que não engrosso o coro dos que reclamam de prefeitura lançar 'ônibus de rico'. Claro que não pode ser só o 'de rico', enquanto os outros são horríveis e lotados, mas dar muitas opções é o melhor cenário. Dese que fui a Porto Alegre, no início dos anos 2000, e vi que lá havia várias opções de ônibus, vans etc pra todos os gostos e bolsos, achei que deveria ser assim em todo lugar.

Enfim, experimentei hoje, 04/01/2013, sexta-feira, mês de férias escolares, o Frescão. Abaixo, o itinerário informado da linha SE01 (Cidade Administrativa-Savassi) no site da BHTrans. Escolhi caminhar até o número 2101 da Cristiano Machado (moro na altura do 2500).



Começamos mal (ou bem, dependendo do ponto de vista): o ponto não está no número 2101 da Cristiano Machado, e sim em frente à Graffite Automóveis (número 2409). Descobri lendo as placas nos pontos onde passava, porque li esta reclamação à época do lançamento da linha. E o problema permanece... só pra constar, foto do ponto de ônibus, com nossos típicos problemas urbanos: o sujeito mal-educado que estaciona na calçada E em ponto de ônibus, e a perigosa fiação ("CEMIG, a melhor energia do Brasil") caindo do poste a menos de 1m de altura.


Noves fora essas primeiras tosqueiras, esperei só 3 minutos (descobri já dentro do ônibus que ele passa de 30 em 30 minutos entre as 8 e as 17 - 20 em 20 de 7 às 8 e de 17 às 19, acho, não me programei, foi por acaso mesmo). Primeira impressão ótima: ônibus vazio (6 pessoas, número que chegou a apenas 8 quando desci. Ninguém usa ou é por causa das férias?), bancos com estofado bonito, novinhos, ar condicionado excelente, tudo muito limpo, bonito, uns monitores de TV com notícias e informações e wi-fi muito boa. Sensacional, mesmo sabendo que o custo já estourou minha previsão e que vou ter que andar um tantão ao chegar ao centro.



No Centro, a parada no lugar certo: Afonso Pena com Álvares Cabral, e uma boa caminhada até a Task. Saldo da história: Saí de casa 8:15, cheguei ao ponto 8:22, peguei o frescão 8:25, cheguei ao centro 8:40, cheguei à Task 8:59. 44 minutos (sendo 15 no ônibus e 26 caminhando), R$ 5,30. Nesta época de férias eu estou levando menos de 20 de carro, e gastaria R$ 2,80. Isso só mostra como ônibus é caro em BH... como pode você andar de ônibus lotado (no caso do convencional) e ainda gastar menos que ir sozinho de carro?

Pra mim não rola, mas ressalto que é PRA MIM. Achei uma excelente e confortável opção tanto pra quem vem de mais longe, pros lados da Cidade Administrativa, quanto pra quem vai pra Savassi. Abaixo, a foto do bonitão logo que desci.



Semana que vem, falo sobre a saga do metrô. Como não tem bicicletário, vou de carona com minha esposa até o Minas Shopping.

8.3.12

Dia Internacional da Mulher - singelas homenagens

Mais que celebrar, é dia de recarregar baterias pra continuar a luta, porque falta muito. Mulher ainda sofre muita violência, tem menos oportunidades de trabalho, ganha menos que o homem, dentre outras coisas.

Não é, definitivamente, dia de soltar os tradicionais 'parabéns por ser mãe', 'por ser delicada', 'pela doçura', 'pela beleza e alegria'. Não, definitivamente não, isso é machismo, tô fora. Sobre isso a Cynthia Semiramis fala com autoridade, vale a pena lerem aqui

Mas queria deixar aqui algumas homenagens:

À mulher que, em épocas muito mais opressoras que as atuais, já se permitia sair do convencional. Além da mal-remunerada profissão de professora (para muitas, o máximo que uma esposa poderia alcançar na sociedade machista de então), sempre foi a gestora da casa, da carreira dos filhos e que criou seus próprios empreendimentos, mantendo-se na ativa, sempre cheia de ideias, sempre buscando novos desafios. Às mulheres como Dôra, minha mãe.

À mulher que ousa sair do 'caminho natural', que estuda, escolhe um curso, muda de ideia, tenta outro caminho, não gosta, tenta mais um e acha sua vocação - como Engenharia, mais um setor onde, na minha época, praticamente só havia homens, e agora elas ocupam - contra as vozes tradicionais que preferiam que se acomodasse. À mulher que, caçula e sob a desconfiança natural de uma família religiosa, escolhe namorar e se casar com um homem divorciado e já com dois filhos. Enfim, à mulher que tem coragem pra buscar seu caminho com ousadia e inteligência, mulher que é o oposto do 'sexo frágil'. Às mulheres como Bia, minha esposa.

Às mulheres que vão ocupando o espaço dos homens nas empresas, que utilizam as diferenças entre homens e mulheres (que existem, e é estupidez fingir que são iguais) a seu favor, que desempenham com louvor o seu trabalho, tornando-se protagonistas de uma empresa em uma área - TI- onde há pouco tempo só havia homens. Às mulheres como minhas colegas de trabalho da Task.

Às mulheres que simbolizam, cada uma no seu setor, a luta e a ocupação de espaços e cargos até então impensáveis. Mulheres que suportam a dor e o preconceito, e que vencem em um universo quase que unicamente masculino. E que não sobem sozinhas, levando consigo a bandeira da luta pela igualdade de oportunidades, abrindo espaços - no discurso e na prática cotidiana - para as outras mulheres. Às mulheres como nossa presidenta Dilma Rousseff!

2.3.12

Uma coletânea de pérolas de José Serra, 'o mais preparado'

Não tem jeito. Depois da pérola de ontem, quando José Serra, o eterno candidato, o 'mais preparado para governar', segundo Veja, Folha e Globo, disse em entrevista ao Boris Casoy (Serra é o único pré-candidato a alguma coisa que dá entrevista a todos os jornais e TVs) que o Brasil se chama 'Estados Unidos do Brasil', tive que fazer uma coletânea das suas pérolas.

Vejam, morram de rir e desconfiem quando lerem ou virem por aí que ele é um 'gestor competente':


O resto da coleção de pérolas dessa besta está abaixo:

2009: Serra, 'o melhor ministro da Saúde' segundo o PSDB, dá a receita para combater a gripe suína: "a doença é transmitida dos "porquinhos para as pessoas só quando eles espirram". "Portanto, uma providência elementar é não ficar perto de porquinho algum", aconselha". Veja o vídeo:



Serra ensina porcentagem a crianças em escola: "170 / 37 dá 'mais ou menos' 48". Veja:



2004: Serra promete na TV (e registra em cartório!) não abandonar a prefeitura de São Paulo, caso fosse eleito. Foi eleito e abandonou pra ser governador (o que fará novamente, para tentar ser presidente de novo):




Aí embaixo, como nossa imprensa trata com justiça os candidatos de todos os partidos:

5.2.12

Ouvindo a voz das ruas

Escrevendo um post meio tosco aqui, quase que uma tuitada com mais de 140 caracteres, mas não podia passar em branco:

Minha Preta e eu  hoje, voltando do Mercado Central de Montevidéu (não sei se chama Mercado Central), pegamos um táxi. Os táxis daqui têm um vidrão tipo blindado, com uma gavetinha pra passar o dinheiro, deve ser por questão de segurança, achei estranho, nunca tinha visto assim. Eu gosto muito de puxar assunto com os motoristas de táxi onde quer que eu vá, é uma maneira de medir a opinião pública sem passar pela grande mídia. Me intimidou um pouco desde quando chegamos, mas hoje resolvi arriscar, naquele portunhol que faria Collor e Luxemburgo parecerem doutores em Línguas:

- E Mujica, que pensam sobre ele?

(o cara olhou pra trás, pra ver quem estava falando, e avisou, já percebendo que éramos brasileiros:)
- Mujica e Lula são assim (aquele gesto de dedos indicadores próximos), sabia?

- Sabia, eu adoro Lula, quero saber o que la gente de Uruguay pensa sobre Mujica

O cara falou como se fosse um daqueles libertadores sul-americanos. Sensacional. Como os argentinos também falam sobre seu povo. E os chilenos também. Os brasileiros não, que pena.

Falou de como Mujica está cansado de lutar contra a elite, mas que, seguindo Lula, como ele luta para um Uruguai livre e irmão dos irmãos da América do Sul.

Falou que antes de Lula, os países da América do Sul viviam isolados, só se comunicavam via Estados Unidos e Europa, agora somos irmãos, não temos fronteiras ('algo impensable antes de Lula'), que é uma alegria receber a todos, todos com seus sorrisos e seus apertos de mão, uma América que não se pensava mais existir.

Perguntei sobre reeleição, sobre popularidade. Ele disse que Mujica é muito popular, mas que está muito cansado, é uma luta desigual contra a elite (já viram este filme?), que não quer se candidatar, mas não achou ainda outro nome, como nosso Lula achou a Dilma.

Mas que espera que este caminho que a América do Sul está seguindo, ('con Mujica, con Lula y Dilma, con Rafael') de dar ao seu povo, sempre massacrado pela elite, a oportunidade de decidir seu destino, não se interrompa.

Um povo que agora tem voz, que tem emprego, todo mundo com emprego, orgulhoso, com seu trabalho, comprando suas coisas, fazendo seus projetos de vida.

Concordamos plenamente. Eu, emocionado. Minha esposa tucaninha, com olhos arregalados, concordando não sei se por educação, se por realmente sentir o que é o povo (não é o da Folha, Veja & Globo).

Ele perguntou como o Brasil via o Lula. Antes que eu completasse, ele me disse 'só o povo de São Paulo não gosta dele, não é?'. Eu concordei dizendo que não era São Paulo especificamente, mas a elite econômica, que não queria abrir mão de privilégios. Ele, já velhinho, fez uma cara de 'conheço isso', bem 'va bene', falou 'eu sou filho de italiano, sei como é esse preconceito, e não triunfará'. Darwin te ouça!

Saí extasiado, realizado, foi meu presente hoje, quando completo meu 1o ano de casado. Não sei se o povo do Uruguai é diferente, mais informado (pô, o cara sabe que São Paulo lidera o ódio anti-Lula) e nacionalista, ou se realmente há uma mudança de mentalidade da América do Sul inteira. Espero que seja a segunda hipótese.

E confiante que, com essa voz das ruas, a elite (aqui no Brasil representada pelo PSDB) não voltará a nos massacrar. Não mesmo.

30.12.11

O que é um ano? Novo?

Ahn... escrevo nesse blog tão raramente que nem sei mais como começar. O fato de escrever pouco é mezzo vício na rapidez do Twitter e seus pequenos comentários em RTs, mezzo falta de conteúdo mesmo.


Não vou apelar para o Google, nem clicar em algum link aqui do lado pra ver quais foram meus últimos posts, mas o último sei que foi ajudando, dentro do meu pequeno mundinho, a divulgar a generosidade de um amigo que tem um caráter e uma grandeza muito maior que os meus. O penúltimo, vou chutar: é sobre Dilma, Serra (ai) ou Aécio (aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaai, não!).

Enfim, resolvi que só vou escrever nesse boteco quando tiver alguma coisa a dizer. E eis que não tenho nada a dizer. Tô aqui em casa sozinho, minha esposa tomando sua merecida cerveja por aí, meus coleguinhas da Task cada um com sua família também comemorando, meus filhotes... devem estar jogando videogame, não estão comigo desta vez, irmãzinhas, paizinho, mãezinha, cada um no seu quadrado. Aqui, só Lola e eu.

Aí começo a ler as coisas babacas de sempre (chuva de papel picado, metas de ano-novo, um post de 'feliz ano-novo' do meu sensacional amigo Hagi (daqui a pouco posto o link, senão perco o fio da meada), outro genial do Flávio Gomes, o maior escriba deste país, e resolvi, turbinado já por algumas cervejas, que não sei mais quantas, porque estão todas na sacolinha pra reciclar, escrever também o meu.

Pra quem me conhece, sabe que não vai vir nada do tipo 'paz, saúde, que algum deus ou estátua esteja contigo e te abençoe', etc. Não. A parada é outra.

Um ano são só 365 dias. Até um mês atrás, abominava até a ideia de refazer projetos para o ano que se inicia, porque um dia é apenas um dia, dia 1 de Janeiro é um domingo, logo após 31 de dezembro, sábado. O que vai mudar na sua vida da hora que dormir até a hora que levantar? Porra nenhuma.

Mas, assim como nos negócios, temos metas na vida e temos pontos de conferência para ver se os resultados estão no rumo que projetamos, se precisam de algum ajuste, etc. O famoso PDCA (Plan-Do-Control-Act) que quem fez Administração ou qualquer MBA, ou leu qualquer livro fajuto de guru que te promete ficar rico sabe).

Porra, então, Tales, deixa de ser chato, deixa o 31/12 ser o dia de conferir se as metas pessoais de cada um foram batidas, se tem que mexer em algo, se tá tudo certo, conferir as variáveis do ambiente externo e interno, elaborar novas metas, e toca o barco.

Sem viadagem, sem querer que o ano seja 'totalmente diferente do que se foi'. Não será, será uma continuidade, com pequenos ajustes, pra melhor ou pior, depende de você, sacou? Sem achar que você deu sorte, ou azar, que deus ajudou, ou não, e que dia 1/1 é um 'nasci de novo' (a expressão mais brega que se vê na TV).

Enfim, sigo minha vidinha pequenininha. Crio minhas coisas aqui, tomo minhas porradas ali, me alegro com meus amigos, filhos, esposa, trabalho, meus ideais. Reciclo meu lixo, luto de graça o dia inteiro por um país mais justo pra todos nas redes sociais e, quando dá (sei, deveria ser mais, escrotice minha) no mundo físico. Raramente peço favor pr alguém. Todo dia faço vários favores pra muita gente. Essa é a parte chata. Acho que me comporto bem no trânsito e perante a sociedade em geral, com correção, ética, gentileza. Coisas com as quais não tenho que me orgulhar, porque são obrigação.

Então não tenho nenhuma meta pra 2012. Acredito que, me comportando corretamente, trabalhando bastante sem deixar de dar atenção aos que precisam de mim, estou fazendo o que deve ser feito. Se tem (e tem!) gente insatisfeita nesse balaio que me cerca, é porque o dia só tem 24 horas. Se todo mundo morrer amanhã, não vai ter um pelo qual vou dizer 'aaaaah, eu deveria ter te dado mais atenção'. Faço o possível, né?

Eu acho que estou no caminho certo, o Brasil está no caminho certo, meus amigos estão no caminho certo, minha família está no caminho certo, as pessoas em geral (mais os pobres que os ricos), bem aos poucos, vão ficando mais educadas e conscientes sobre conservar o lugar em que vivemos e sobre conviver em harmonia. Ah, ressalto que 'certo' significa o que eu acredito ser certo.

Então vamos combinar só algumas coisas? Já que querem 'metas' de ano-novo, que tal essas?

- Reciclar seu lixo e levar a algum lugar, dos poucos, que esse prefeito escroto nos disponibiliza

- Jamais, JAMAIS, jogar lixo no chão.

- Não parar em fila dupla, não estacionar em local proibido, não fechar cruzamento, não parar em cima da faixa de pedestre

- Não fofocar nem ficar falando dos outros à toa. Vá ler alguma coisa, um livro, tomar uma cerva, um vinho.

- Não espalhar notícias, e-mails, powerpoints, twitters, sem tentar ler antes, apurar, saber do que se trata. Você que está lendo aqui é inteligente, muita gente acredita no que você fala.

- Não encher o saco dos outros com seus problemas, não pedir favores desnecessários, não pedir 'ombro amigo'. Ombro amigo de ** é r**a. Se cada um cuidar dos seus próprios problemas, o mundo não tem problemas (dentre aqueles, claro, que têm condições de cuidar deles, e você faz parte deste grupo).

- Seu tempo não é mais importante que o de ninguém, nada me irrita tanto quanto gente que trabalha, sei lá, 10 horas por dia, pegar o tempo de descanso dos outros que trabalham 10 também, ou 8, ou 12, ou 14, dane-se, pra empurrar suas tarefas que não dá conta ou simplesmente pra resmungar 'ah, tô trabalhando demais... ah, preciso de descansar... ah, preciso de férias'. Dane-se, meu amigo, sua vida são suas escolhas, supondo você as tem. Lembre-se que tem gente que não tem escolha, você fez as suas. Então não me encha o saco.

As pessoas hoje mal têm tempo de resolver seus próprios problemas, não perturbe a galera com suas fraquezas.

Fácil, né? Sem isso, como esperar algo do resto do mundo? Se todo mundo fizer isso, não precisa perder seu tempo pedindo coisas pra entidades que, por não existirem, jamais te atenderão.

Seu 2012 depende de você, meu camarada. É isso.

Abraço a todos!

E se tiver erro de ortografia, vou deixar dessa vez, preguiça de conferir tudo como sempre faço. Vocês me perdoarão desta vez.

Escrevi muito? E escrevi nada. É isso. Mais uma cerveja, dar ração pra Lola.

30.11.11

A Corrente do Bem - Natal 2011

Fim de ano, e meu grande amigo Alexandre Trindade, mais uma vez, dá um exemplo de cidadania e solidariedade com sua já tradicional Corrente do Bem. Encaminho e-mail dele e convido todos a participarem da maneira que puderem. A Task, e eu com minha esposa também, participamos todo ano, é muito bonito o que ele faz.

Segue o texto:

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Amigos,

Tudo bem com vocês?
Neste ano iremos ajudar uma colônia de leprosos, denominada Colônia Santa Izabel (Para conhecer um pouco mais sobre o hospital/colônia: acessem http://jornalistaruitherferrao.blogspot.com/2007/06/colnia-santa-isabel-o-homem-e-lepra_19.html. Desculpem-me, mas acredito que a colônia não tem página própria e não encontrei muita coisa dela na NET.

Enfim, a colônia está precisando de uma TV para entreter os leprosos, e o CB está fazendo uma campanha pra ver quem pode ajudar na vaquinha. Além da compra, vamos tentar ajudar também a financiar um passeio de Natal para as 150 crianças leprosas. Logo, dos donativos que recebermos, iremos comprar a TV e tentar ajudar a financiar também este passeio.

Se possível, gostaria de pedir a ajuda de vocês para divulgação da empreitada do CB este ano na Task, com amigos e/ou familiares, já que é provavel que entreguemos os donativos no dia 20/12.

Para depósitos, os dados da conta do CB mudou:
Banco: 033 (Santander)
Ag. 3129
CC: 600030138

Desde já lhes agradeço a atenção,

Um Grande Abraço,
Alexandre Trindade
www.acorrentedobem.blogspot.com
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