Mais uma eleição e mais uma incrível 'coincidência' de escândalos do governo Lula, focados nas áreas por onde Dilma passou, todos na véspera da eleição.
E aí o ambiente fica nocivo, chato de ler, chato de ver TV, chato até de tuitar.
Mais que nunca, o ambiente político ficou dividido entre aqueles que acreditam na grande mídia, comandada por Globo-Folha e Veja/Abril e os que denunciam um 'golpe' para tirar o PT do poder.
Ia escrever um post dia desses, a convite até de um amigo do Twitter, que queria publicar um e-book, sobre redes sociais e política, algo assim. Comentei com meu amigo @rafasmaia (agora as pessoas têm nomes que começam por arrobas, vocês sabem) que desde 1989 a esquerda (eu incluído), liderada pelo PT, reclama pelo tratamento desigual dado pela grande mídia, mas sempre foi uma coisa restrita aos comunicados oficiais e bastidores.
Com a popularização do Twitter, a coisa ficou mais venenosa porque começou a ficar claro quem eram os jornalistas com uma tendência para um lado e quem eram para o outro.
Mas a grande novidade é que a reclamação contra o PIG (Partido da Imprensa Golpista, na definição do PHA), antes restrita à militância, passou a ser feita abertamente pelo Twitter, por dirigentes petistas, como Zé Dutra e Berzoini, denunciando quase que diariamente o exagero anti-Lula que se acirrou nas últimas semanas.
Até Lula, em um comício há poucos dias, falou pela primeira vez abertamente que vamos ganhar 'contra alguns jornais e revistas que pensam que formam opinião pública'.
Depois disso, esses veículos que ninguém em sã consciência ousa dizer que são imparciais (52% dos leitores do Blog do Noblat, reduto anti-petista, em enquete disseram que a cobertura jornalística favorece Serra) vêm, como sempre, posar de vítimas e dizer que o governo do PT é ditador, censor. Quer dizer que não podemos nem reclamar? Já apanhamos dia sim, dia também, de veículos de comunicação, alguns concessões públicas que descaradamente tentam impedir a continuidade do governo e nós é que somos implicantes sem razão?
Não venham dizer que não é golpismo, que estamos dividindo o Brasil. Quem divide o Brasil é essa imprensa tendenciosa e golpista sim. Golpista porque toma partido e, travestida de imparcial, faz acusações sem um mínimo de apuração, nunca ouve a outra parte, um massacre diário em que, quando se desmonta uma armação, já tem outra pronta.
Acharam que Dilma não decolaria, chamaram de feia, burra, sem carisma, que apanharia nos debates. Aconteceu justamente o contrário, a oposição se esfarelou e cada um passou a querer salvar o próprio mandato, e aí a imprensa assumiu de vez, sem vergonha de esconder, o papel de oposição ao governo e promoção do seu candidato, o candidato do passado que não queremos mais.
O tempo que falta para a eleição está sendo medido em 'capas de Veja'. Falta só uma, a do fim de semana que vem.
E a pergunta que me faço é: como vai ficar essa relação do possível governo Dilma com a mídia? Sorte que ela pessoalmente não reclama, mas o ambiente está por demais envenenado. Será que após 3 de Outubro (ou após o fim do 2o turno) a Veja volta a falar só de dinossauros e remédios, a Globo só fazendo jabá de seus próprios atores e 'músicos'?
A única certeza que tenho é que, se não conseguirem virar esta eleição, terá sido a última oportunidade. Em 2014, a rede terá papel muito maior na formação da opinião popular que a TV ou jornal - já este ano viram que não têm esse poder todo.
Sorte da democracia. Obrigado, Internet!
Um comentário:
A internet é uma benção.
Porém, com relação aos assuntos "fez ou não fez", "roubou ou não roubou", para nós que estamos de fora, a verdade é uma só: Nunca conheceremos a verdade.
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