27.8.08

Falta do que fazer + censura

Já que o papo de botequim e elevador nos últimos dias foi malhar o desempenho do Brasil nas Olimpíadas (podemos, devemos e vamos, melhorar, mas foi o melhor de todos os tempos), todo mundo pegando carona nas frases feitas: "Que vergonha, ficar abaixo da Jamaica", etc, sugiro um novo ranking:

"Em quais países civilizados (fora os EUA, cheio de doidos fundamentalistas de todas as matizes) o governo e o judiciário tomam decisões que afetam todos os cidadãos com base em diretrizes de uma religião específica, mesmo o país sendo oficialmente laico"?

Polícia chamar a imprensa pra flagrar pessoas de pijama sendo presas pode.

Desenhar o presidente com orelhas de burro em charges nos principais jornais do Brasil pode.

Mulher pelada usando crucifixo não pode.

Por quê? Por que pode tudo em nome da liberdade de expressão, menos quando 'fere sentimento dos fiéis religiosos"?

É falta do que fazer ou falta de senso de liberdade mesmo?

Ao proibir 'ferir o sentimento dos fiéis', bem explicada no livro 'Deus - Um delírio', de Richard Dawkins, esse juiz (e todos que o acompanham) ferem a nossa inteligência e a nossa liberdade de expressão, de escolha, de ir e vir.

Atraso não é ter menos medalha em Olimpíada, atraso cultural e intelectual é ficar fazendo polêmica, gastando tempo e recursos públicos com esse tipo de decisão idiota, julgando com base em 'sentimentos de fé'.

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Juiz proíbe nova tiragem da 'Playboy' deste mês com polêmica foto de Carol Castro

Plantão | Publicada em 26/08/2008 às 10h55m
O Globo Online

A atriz Carol Castro na polêmica foto na 'Playboy'. Foto Bob Wolfenson/Divulgação

RIO - A polêmica sobre a foto da atriz Carol Castro nua na "Playboy" segurando um terço ainda rende. Nesta segunda-feira, o juiz Oswaldo Freixinho, da 29ª Vara Cível do Rio, proibiu a Editora Abril de mandar para as bancas novas revistas com esta foto específica de Carol Castro, informa a edição desta terça-feira da coluna de Ancelmo Gois em O Globo.

A ação foi pedida em conjunto pelo Instituto Juventude Pela Vida, do Rio e pelo padre Lodi, de Goiás, representados pelos advogados Renato Beneduzi e Ricardo Brajterman.

- A Editora Abril não pode imprimir novas tiragens e nem edições comemorativas com esta foto. Há uma menção ainda para a revista se abster de elementos religiosos em outros ensaios, já que fere sentimentos dos fiéis - explica o advogado Ricardo Brajterman, que no Carnaval ajuizou ação que proibiu a Viradouro de levar à Sapucaí um carro alegórico sobre o Holocausto a pedido da Federação Israelita do Rio.
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