O Noblat tem divulgado em seu blog os impagáveis quadrinhos dos Pingüins dos Trópicos, feitos pelo Prof. Tassos Lycurgo, da UFRN.
É muuuito legal, muito inteligente, sensacional. Essa sobre a academia falou tudo (imagem abaixo). Academia de ginástica virou hoje uma coisa pra retardado ou pra quem tem muita força de vontade. Você tem duas opções pra malhar: ficar pulando, gritando, pedalando, rebolando, tudo isso ao som de música intragável (forró, axé, funk, dance - parece que tem uma seleção: quanto pior a música mais indicada pra academia), ou fazer musculação ao lado de moleques se amontoando pra combinar festas e/ou bombados que não páram de se admirar no espelho, enquanto na rádio tocam as mesmas "músicas" (forró, axé, dance). Haja saco.
Para ver os demais quadrinhos/desenhos (recuso-me a chamar de 'cartoon'), acesse http://www.ufrnet.br/%7Etl/pinguim.htm ou o site do professor (www.lycurgo.org)
Blog para discutir minhas posições pessoais sobre política, justiça, cidadania, marketing e tecnologia
30.3.07
Pingüins dos Trópicos
Marcadores:
academia,
imaginação,
lycurgo,
pingüins
28.3.07
Aquisições -> Oligopólio -> Monopólio privado...
Americanas compra Shoptime e compra Submarino e compra Blockbuster
Petrobrás compra Ipiranga
Brahma compra Skol, compra Antarctica, vira AmBev, é vendida pra InBev, compra a Cintra
Só hoje, 28/03/07, mais duas notícias: Gol compra Varig e AmBev compra Cintra
As siderúrgicas se compram o tempo todo. Os bancos também. Google compra todo mundo.
Telemig Celular está à venda (se é que já não foi vendida). Intelig também. Telemar/Oi compra a Way (ainda bem que a Anatel ainda não deixou... mas vai acabar deixando).
Um professor que tive no mestrado, Hubert Drouvot, disse que em breve teremos umas cinco empresas competindo em cada setor no mundo todo, essa tendência é irreversível, pra competir globalmente, ganhar escala, etc. As que não são gigantes, não têm presença global, simplesmente não conseguem competir (vide Telemig Celular aqui, ou Intelig, ou Nova Schin, ou Way, etc).
Pra mim isso é péssimo, mas concordo que é irreversível, apesar de o comércio eletrônico indicar o sentido contrário, ou seja, oferecer mais opções ao consumidor, estimular a concorrência. E ainda tem gente que acredita no velho papo das grandes corporações de que estas economias de escala geradas pelas aquisições representarão menores preços para o consumidor (assistiram "Syriana"? é exatamente isso).
A Míriam Leitão também falou isso, ao comentar a compra da Varig pela Gol, como pode ser visto no vídeo clicando aqui.
Infelizmente, opções para escolha do consumidor irão se restringir a alguns nichos...
Monopólio estatal é ruim, mas monopólio privado (vide Telemar) é pior ainda.
Petrobrás compra Ipiranga
Brahma compra Skol, compra Antarctica, vira AmBev, é vendida pra InBev, compra a Cintra
Só hoje, 28/03/07, mais duas notícias: Gol compra Varig e AmBev compra Cintra
As siderúrgicas se compram o tempo todo. Os bancos também. Google compra todo mundo.
Telemig Celular está à venda (se é que já não foi vendida). Intelig também. Telemar/Oi compra a Way (ainda bem que a Anatel ainda não deixou... mas vai acabar deixando).
Um professor que tive no mestrado, Hubert Drouvot, disse que em breve teremos umas cinco empresas competindo em cada setor no mundo todo, essa tendência é irreversível, pra competir globalmente, ganhar escala, etc. As que não são gigantes, não têm presença global, simplesmente não conseguem competir (vide Telemig Celular aqui, ou Intelig, ou Nova Schin, ou Way, etc).
Pra mim isso é péssimo, mas concordo que é irreversível, apesar de o comércio eletrônico indicar o sentido contrário, ou seja, oferecer mais opções ao consumidor, estimular a concorrência. E ainda tem gente que acredita no velho papo das grandes corporações de que estas economias de escala geradas pelas aquisições representarão menores preços para o consumidor (assistiram "Syriana"? é exatamente isso).
A Míriam Leitão também falou isso, ao comentar a compra da Varig pela Gol, como pode ser visto no vídeo clicando aqui.
Infelizmente, opções para escolha do consumidor irão se restringir a alguns nichos...
Monopólio estatal é ruim, mas monopólio privado (vide Telemar) é pior ainda.
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22.3.07
Elle voltou... lamentável
Ontem, 21/03/07, o presidente Lula recebeu a bancada do PTB, partido que compõe a base de sustentação do governo, e o que mais chamou a atenção foi a recém-chegada principal estrela do partido: o ex-presidente cassado Fernando Collor de Melo.
Pensar nesta figura, lembrar desta figura me dá nojo. Sua campanha oportunista em 1989, sustentada pelas oligarquias e pela mídia tradicional, principalmente Veja e a Rede Globo, mostrava um cara jovem, renovador, que combatia a corrupção em seu estado (era governador de Alagoas até então). Não diziam que era descendente de família de políticos que se fez na ditadura e empresários de comunicação em Alagoas, que nem no estado morava, cresceu como playboy em Brasília, típico filhinho de papai irresponsável e impune. E que seu governo era, paradoxalmente, o mais corrupto do Brasil.
Nada que uma campanha bem-bolada, ajudada pelos veículos de sempre, os que cresceram com a ditadura - Globo e Veja, não resolvesse. Pois Collor saiu do zero, candidato por um partido que tinha acabado de fundar, o PRN - Partido da Reconstrução Nacional, virou favorito, acho que uns 40%, e foi disputar segundo turno com Lula, que tomou de Brizola o segundo lugar na última hora. Collor era o franco favorito, disparado. Lula, porém, com a adesão de todos os artistas, intelectuais, religiosos, pessoas sérias, organizações não-governamentais, estudantes, enfim, todo mundo que se preocupava com o perigo que este playboy da ditadura representava, voltou a encostar.
(essa parte agora foi copiada do Noblat, porque está bem sintetizada, não faz sentido eu copiar e mudar o texto, melhor dar o crédito).
Lula, que vinha crescendo na reta final da campanha, deslizou para a derrota depois da inusitada aparição de uma ex-namorada, Miriam Cordeiro, no programa eleitoral do PRN.
A cinco dias do segundo turno, Miriam encenou sob a direção de Collor um dos mais infames espetáculos de baixaria da história política brasileira - talvez o mais infame.
Acusou seu ex-namorado de "detestar negros". E de tê-la induzido ao aborto, no momento em que foi comunicar que estava grávida de Lurian, filha dele.
No maior país católico do mundo, onde mais da metade dos brasileiros não queria e não quer ainda mexer na lei do aborto, a confissão de Miriam explodiu como uma bomba – e Lula acabou perdendo a eleição por 4 milhões de votos entre 66 milhões apurados.
Era uma autêntica produção collorida para fins eleitoreiros.
Miriam foi convencida a dar seu depoimento em rede nacional de TV em troca de cerca de 250 mil cruzados - a finada moeda de Sarney que, hoje, representaria algo como 680 mil reais.
Nada mau para ela que vivia modestamente. Nada bom para uma democracia que enfrentava sua primeira eleição direta para presidente depois de um quarto de século de regime militar.
(fim do trecho copiado do Noblat)
O pior nem foi isso: acho que dois dias antes da eleição, o famoso 'debate da Globo' foi uma farsa, totalmente editado pra aparecer no Jornal Nacional no dia seguinte, véspera da eleição. Uma vergonha, até hoje me lembro de cada cena. No dia deste Jornal Nacional que entrou pra história da manipulação de fatos pela imprensa, Lula tinha acabado de passar Collor nas pesquisas, algo como 43 a 42%, menos que isso. Mas tinha passado. No dia seguinte a gente sabe o que deu. E depois, o governo que elegemos (elegeram). Tenho orgulho de ter ido às ruas apoiando Brizola no primeiro turno, Lula no segundo, e pedindo o impeachment de Collor depois.
Ainda vou achar o vídeo com essa 'matéria' sobre o debate. Noblat achou os vídeos com a repugnante denúncia de Collor com a ex-mulher de Lula (clique aqui)e a resposta de Lula (clique aqui). Mas, no Brasil, sabemos bem, reputações são destruídas com denúncias vazias, o ônus da prova cabe ao acusado, e não a quem acusa. Casos como a Escola Base, Ibsen Pinheiro, vários outros que acontecem o tempo todo estão aí pra nos alertar.
Em suma: é uma vergonha ver esse cara de volta. Lula, como estadista, não pode deixar de recebê-lo, pois está desempenhando um papel público, e o outro também. Mas, por favor, presidente, pare por aí.
Pensar nesta figura, lembrar desta figura me dá nojo. Sua campanha oportunista em 1989, sustentada pelas oligarquias e pela mídia tradicional, principalmente Veja e a Rede Globo, mostrava um cara jovem, renovador, que combatia a corrupção em seu estado (era governador de Alagoas até então). Não diziam que era descendente de família de políticos que se fez na ditadura e empresários de comunicação em Alagoas, que nem no estado morava, cresceu como playboy em Brasília, típico filhinho de papai irresponsável e impune. E que seu governo era, paradoxalmente, o mais corrupto do Brasil.
Nada que uma campanha bem-bolada, ajudada pelos veículos de sempre, os que cresceram com a ditadura - Globo e Veja, não resolvesse. Pois Collor saiu do zero, candidato por um partido que tinha acabado de fundar, o PRN - Partido da Reconstrução Nacional, virou favorito, acho que uns 40%, e foi disputar segundo turno com Lula, que tomou de Brizola o segundo lugar na última hora. Collor era o franco favorito, disparado. Lula, porém, com a adesão de todos os artistas, intelectuais, religiosos, pessoas sérias, organizações não-governamentais, estudantes, enfim, todo mundo que se preocupava com o perigo que este playboy da ditadura representava, voltou a encostar.
(essa parte agora foi copiada do Noblat, porque está bem sintetizada, não faz sentido eu copiar e mudar o texto, melhor dar o crédito).
Lula, que vinha crescendo na reta final da campanha, deslizou para a derrota depois da inusitada aparição de uma ex-namorada, Miriam Cordeiro, no programa eleitoral do PRN.
A cinco dias do segundo turno, Miriam encenou sob a direção de Collor um dos mais infames espetáculos de baixaria da história política brasileira - talvez o mais infame.
Acusou seu ex-namorado de "detestar negros". E de tê-la induzido ao aborto, no momento em que foi comunicar que estava grávida de Lurian, filha dele.
No maior país católico do mundo, onde mais da metade dos brasileiros não queria e não quer ainda mexer na lei do aborto, a confissão de Miriam explodiu como uma bomba – e Lula acabou perdendo a eleição por 4 milhões de votos entre 66 milhões apurados.
Era uma autêntica produção collorida para fins eleitoreiros.
Miriam foi convencida a dar seu depoimento em rede nacional de TV em troca de cerca de 250 mil cruzados - a finada moeda de Sarney que, hoje, representaria algo como 680 mil reais.
Nada mau para ela que vivia modestamente. Nada bom para uma democracia que enfrentava sua primeira eleição direta para presidente depois de um quarto de século de regime militar.
(fim do trecho copiado do Noblat)
O pior nem foi isso: acho que dois dias antes da eleição, o famoso 'debate da Globo' foi uma farsa, totalmente editado pra aparecer no Jornal Nacional no dia seguinte, véspera da eleição. Uma vergonha, até hoje me lembro de cada cena. No dia deste Jornal Nacional que entrou pra história da manipulação de fatos pela imprensa, Lula tinha acabado de passar Collor nas pesquisas, algo como 43 a 42%, menos que isso. Mas tinha passado. No dia seguinte a gente sabe o que deu. E depois, o governo que elegemos (elegeram). Tenho orgulho de ter ido às ruas apoiando Brizola no primeiro turno, Lula no segundo, e pedindo o impeachment de Collor depois.
Ainda vou achar o vídeo com essa 'matéria' sobre o debate. Noblat achou os vídeos com a repugnante denúncia de Collor com a ex-mulher de Lula (clique aqui)e a resposta de Lula (clique aqui). Mas, no Brasil, sabemos bem, reputações são destruídas com denúncias vazias, o ônus da prova cabe ao acusado, e não a quem acusa. Casos como a Escola Base, Ibsen Pinheiro, vários outros que acontecem o tempo todo estão aí pra nos alertar.
Em suma: é uma vergonha ver esse cara de volta. Lula, como estadista, não pode deixar de recebê-lo, pois está desempenhando um papel público, e o outro também. Mas, por favor, presidente, pare por aí.
20.3.07
A Telemar não desiste...
Não contente em ser a pior empresa de telefonia do mundo, agora a Telemar quer ser também a pior em TV e internet a cabo. E, claro, ela quer ser a única, pois a única maneira de ser ruim e ganhar dinheiro é trabalhar sozinho no mercado.
Este parece ser o objetivo desta empresa, ao desprezar completamente o cliente, com péssimo atendimento e tarifas confusas e inexplicáveis, preferindo adquirir os concorrentes ou usar seu poder econômico e a estrutura das antigas teles que herdou pra monopolizar o mercado (a NET que o diga, tenho ouvido falar que uma bomba está pra acontecer com a prestação de serviços de TV a cabo em BH, obra, claro, da Telemar).
Como todos já sabem, a Telemar (que mudou o nome pra Oi, provavelmente pra se livrar da péssima fama) está tentando comprar a Way, prestadora - excelente - de serviços de TV a cabo e internet a cabo em Belo Horizonte. A Anatel, numa rara demonstração de independência (ou porque do lado contrário estão Telmex/Embratel e Rede Globo, defendendo a NET?), não está aceitando esta compra, porque feriria a concorrência e prejudicaria o consumidor.
Engraçado, a empresa que detém o monopólio da telefonia fixa na maior parte do Brasil, que usa a receita obscura desses 'pulsos' pra entrar e dominar outros mercados, como telefonia celular e internet banda larga, agora vem reclamar que "não a estão deixando conseguindo competir em igualdade de condições". Fala sério, Telemar.
Abaixo, a notícia que saiu ontem, 19/03, em O Globo:
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Oi vai recorrer da decisão da Anatel sobre caso Way TV
Plantão | Publicada em 19/03/2007 às 19h17m
O Globo Online
BRASÍLIA - A Oi (ex-Telemar) anunciou nesta segunda-feira que irá pedir vistas do processo e solicitará revisão da decisão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que vetou o direito da companhia de assumir as operações da Way TV, empresa de TV a cabo que opera em Minas Gerais.
"Além de ter entendimento da total legalidade da aquisição da Way TV, a Oi avalia que a competição do setor ficaria prejudicada, assim como os consumidores, que deixariam de ter benefícios com a expansão da cobertura de TV a cabo e de banda larga na área de atuação da Way TV", argumenta a nota da Oi, que especificou que os 800 mil domicílios assinantes da Oi em Belo Horizonte, que não tem TV a cabo, seriam beneficiados com a compra.
A empresa afirmou também que foi a única companhia a fazer a oferta (R$ 132 milhões) de compra pela operadora de TV a cabo e banda larga em leilão público realizado na Bolsa de Valores de São Paulo, em julho de 2006.
"A Oi é afetada pelo veto da Anatel, pois deixaria de competir em igualdade de condições, nesta fase, com as empresas que já têm autorização no Brasil para oferecer serviços integrados de voz, dados e vídeo, a exemplo do que ocorre em boa parte do mundo", finaliza a nota da empresa de telefonia.
A Anatel alegou que a Oi não pode comprar uma TV a cabo na sua área de atuação porque o contrato de concessão assinado com a operadora veda este tipo de negócio. Isso porque a Oi passaria a controlar duas redes físicas na mesma região, o que acarreta riscos à competição.
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Este parece ser o objetivo desta empresa, ao desprezar completamente o cliente, com péssimo atendimento e tarifas confusas e inexplicáveis, preferindo adquirir os concorrentes ou usar seu poder econômico e a estrutura das antigas teles que herdou pra monopolizar o mercado (a NET que o diga, tenho ouvido falar que uma bomba está pra acontecer com a prestação de serviços de TV a cabo em BH, obra, claro, da Telemar).
Como todos já sabem, a Telemar (que mudou o nome pra Oi, provavelmente pra se livrar da péssima fama) está tentando comprar a Way, prestadora - excelente - de serviços de TV a cabo e internet a cabo em Belo Horizonte. A Anatel, numa rara demonstração de independência (ou porque do lado contrário estão Telmex/Embratel e Rede Globo, defendendo a NET?), não está aceitando esta compra, porque feriria a concorrência e prejudicaria o consumidor.
Engraçado, a empresa que detém o monopólio da telefonia fixa na maior parte do Brasil, que usa a receita obscura desses 'pulsos' pra entrar e dominar outros mercados, como telefonia celular e internet banda larga, agora vem reclamar que "não a estão deixando conseguindo competir em igualdade de condições". Fala sério, Telemar.
Abaixo, a notícia que saiu ontem, 19/03, em O Globo:
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Oi vai recorrer da decisão da Anatel sobre caso Way TV
Plantão | Publicada em 19/03/2007 às 19h17m
O Globo Online
BRASÍLIA - A Oi (ex-Telemar) anunciou nesta segunda-feira que irá pedir vistas do processo e solicitará revisão da decisão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que vetou o direito da companhia de assumir as operações da Way TV, empresa de TV a cabo que opera em Minas Gerais.
"Além de ter entendimento da total legalidade da aquisição da Way TV, a Oi avalia que a competição do setor ficaria prejudicada, assim como os consumidores, que deixariam de ter benefícios com a expansão da cobertura de TV a cabo e de banda larga na área de atuação da Way TV", argumenta a nota da Oi, que especificou que os 800 mil domicílios assinantes da Oi em Belo Horizonte, que não tem TV a cabo, seriam beneficiados com a compra.
A empresa afirmou também que foi a única companhia a fazer a oferta (R$ 132 milhões) de compra pela operadora de TV a cabo e banda larga em leilão público realizado na Bolsa de Valores de São Paulo, em julho de 2006.
"A Oi é afetada pelo veto da Anatel, pois deixaria de competir em igualdade de condições, nesta fase, com as empresas que já têm autorização no Brasil para oferecer serviços integrados de voz, dados e vídeo, a exemplo do que ocorre em boa parte do mundo", finaliza a nota da empresa de telefonia.
A Anatel alegou que a Oi não pode comprar uma TV a cabo na sua área de atuação porque o contrato de concessão assinado com a operadora veda este tipo de negócio. Isso porque a Oi passaria a controlar duas redes físicas na mesma região, o que acarreta riscos à competição.
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19.3.07
O mau gosto de algumas campanhas publicitárias
Como diria o Sílvio Santos, "eu não vi, mas o Noblat viu" :-)
Campanhas de gosto duvidoso exaltando o famoso "jeitinho brasileiro" sempre existiram e sempre me irritaram. Esta instituição genuinamente brasileira, em que nós supostamente gostamos de levar vantagem em tudo, é atribuída oficialmente a um comercial de cigarros com o ex-jogador Gérson na década de 1970, acho. Inclusive discute-se isso até hoje, se eles de fato quiseram levar pro lado da sacanagem, com a expressão (não sei se é assim mesmo) "brasileiro gosta de levar vantagem em tudo, certo?". Os autores dizem que não.
Como também se discute se a ainda mais célebre frase "os fins justificam os meios", que levou à criação do termo "maquiavélico" pra designar um cara que faz de tudo pra atingir seus objetivos, não foi tirada fora de contexto da obra de Maquiavel. Não tenho conhecimento suficiente para me posicionar a favor ou contra, quem sou eu. Mas vou ler e ter minha opinião :-)
Bom, voltando ao assunto, me vem à cabeça um comercial simplesmente ridículo da Ford de alguns anos atrás, mostrando que quem era cliente Ford teria direito a passar por cima dos direitos dos outros. Uma propaganda era um avião jogando um passageiro pra fora pra colocar um cliente Ford. Em outra, o garçom desarrumava grosseiramente a mesa posta a um casal pra acomodar um outro casal, clientes Ford. Patético.
Agora, essa, da Brasil Telecom, tirada do Blog do Noblat e que pode ser lida aqui:
Um favor por R$ 15,00
A Brasil Telecom acaba de se credenciar ao Oscar publicidade de mau gosto. Botou no ar em horário nobre das TVs um comercial - "Aqui é o lugar" -, onde mostra uma velhinha subindo com dificuldade uma escada numa noite chuvosa. Aparece então uma loira bonitinha e pergunta se ela quer ajuda. "Por favor", alegra-se a velhinha. Boçal, a moça responde, com um sorriso cínico: "Por favor, não. São R$ 15.". Aí entra o locutor pra avisar que, de graça, só na Brasil Telecom.
O comercial levou alguns brasileiros sensíveis a protestar, indignados, junto ao Conselho Nacionl de Auto-Regulamentação Publicitária (CONAR). Um deles, o universitário Diego Cavalcanti Cunha, de Brasília, resume no torpedo que enviou à operadora o que muitos pensam do anúncio:
- Ao mostrar uma moça cobrando para ajudar uma idosa, a companhia ofende todos aqueles brasileiros que preferem acreditar no país e, mais ainda, aqueles que procuram de fato trabalhar por uma outra realidade. O resultado não podia ser pior: ao invés de criar uma imagem de uma empresa que aposta no país e busca melhorá-lo – caso das tantas que se associam a causas sociais e ambientais –, a Brasil Telecom prefere zombar de toda e qualquer noção de valor presente no Brasil. O resultado é um verdadeiro tiro no pé da própria empresa.
Moral da história: a Brasil Telecom levou na testa a abertura da representação n° 50/07 do Conar, que está investigando a grosseria do anúncio.
Continuo me indignando, apesar de mais exemplos em contrário, com as pessoas que dizem "só podia ser no Brasil mesmo", "ê povinho de m...", "essas coisas só acontecem no Brasil", "se fosse lá fora isso não acontecia" e coisas afins. A maioria imensa das pessoas que dizem que falta de educação, de senso comunitário, de respeito, etc são coisas intrìnsecas ao brasileiro e que não podemos fazer nada quanto a isso, pra mim estão apenas justificando a própria falta de educação, pois agem assim sem nenhum remorso.
Concordo - e luto contra isso no Foto Cidadão que muitos brasileiros são mal-educados. Os mais ricos principalmente, que acham que mais dinheiro significa mais direitos. Mas depende da gente mudar isso, não adianta ficar rindo do Brasil enquanto se empanturra de comida numa mesa ou puxa assunto inútil numa fila ou elevador, por falta de assunto melhor pra falar.
Campanhas de gosto duvidoso exaltando o famoso "jeitinho brasileiro" sempre existiram e sempre me irritaram. Esta instituição genuinamente brasileira, em que nós supostamente gostamos de levar vantagem em tudo, é atribuída oficialmente a um comercial de cigarros com o ex-jogador Gérson na década de 1970, acho. Inclusive discute-se isso até hoje, se eles de fato quiseram levar pro lado da sacanagem, com a expressão (não sei se é assim mesmo) "brasileiro gosta de levar vantagem em tudo, certo?". Os autores dizem que não.
Como também se discute se a ainda mais célebre frase "os fins justificam os meios", que levou à criação do termo "maquiavélico" pra designar um cara que faz de tudo pra atingir seus objetivos, não foi tirada fora de contexto da obra de Maquiavel. Não tenho conhecimento suficiente para me posicionar a favor ou contra, quem sou eu. Mas vou ler e ter minha opinião :-)
Bom, voltando ao assunto, me vem à cabeça um comercial simplesmente ridículo da Ford de alguns anos atrás, mostrando que quem era cliente Ford teria direito a passar por cima dos direitos dos outros. Uma propaganda era um avião jogando um passageiro pra fora pra colocar um cliente Ford. Em outra, o garçom desarrumava grosseiramente a mesa posta a um casal pra acomodar um outro casal, clientes Ford. Patético.
Agora, essa, da Brasil Telecom, tirada do Blog do Noblat e que pode ser lida aqui:
Um favor por R$ 15,00
A Brasil Telecom acaba de se credenciar ao Oscar publicidade de mau gosto. Botou no ar em horário nobre das TVs um comercial - "Aqui é o lugar" -, onde mostra uma velhinha subindo com dificuldade uma escada numa noite chuvosa. Aparece então uma loira bonitinha e pergunta se ela quer ajuda. "Por favor", alegra-se a velhinha. Boçal, a moça responde, com um sorriso cínico: "Por favor, não. São R$ 15.". Aí entra o locutor pra avisar que, de graça, só na Brasil Telecom.
O comercial levou alguns brasileiros sensíveis a protestar, indignados, junto ao Conselho Nacionl de Auto-Regulamentação Publicitária (CONAR). Um deles, o universitário Diego Cavalcanti Cunha, de Brasília, resume no torpedo que enviou à operadora o que muitos pensam do anúncio:
- Ao mostrar uma moça cobrando para ajudar uma idosa, a companhia ofende todos aqueles brasileiros que preferem acreditar no país e, mais ainda, aqueles que procuram de fato trabalhar por uma outra realidade. O resultado não podia ser pior: ao invés de criar uma imagem de uma empresa que aposta no país e busca melhorá-lo – caso das tantas que se associam a causas sociais e ambientais –, a Brasil Telecom prefere zombar de toda e qualquer noção de valor presente no Brasil. O resultado é um verdadeiro tiro no pé da própria empresa.
Moral da história: a Brasil Telecom levou na testa a abertura da representação n° 50/07 do Conar, que está investigando a grosseria do anúncio.
Continuo me indignando, apesar de mais exemplos em contrário, com as pessoas que dizem "só podia ser no Brasil mesmo", "ê povinho de m...", "essas coisas só acontecem no Brasil", "se fosse lá fora isso não acontecia" e coisas afins. A maioria imensa das pessoas que dizem que falta de educação, de senso comunitário, de respeito, etc são coisas intrìnsecas ao brasileiro e que não podemos fazer nada quanto a isso, pra mim estão apenas justificando a própria falta de educação, pois agem assim sem nenhum remorso.
Concordo - e luto contra isso no Foto Cidadão que muitos brasileiros são mal-educados. Os mais ricos principalmente, que acham que mais dinheiro significa mais direitos. Mas depende da gente mudar isso, não adianta ficar rindo do Brasil enquanto se empanturra de comida numa mesa ou puxa assunto inútil numa fila ou elevador, por falta de assunto melhor pra falar.
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17.3.07
Começou a F1 2007! Algumas coisas novas, algumas coisas velhas :-)
Legal escrever durante o primeiro treino, pra depois ler e até discordar do que achava no momento.
Estou aqui acompanhando o primeiro treino pra valer, da primeira corrida de F1 de 2007. Até agora, nenhuma surpresa pra quem acompanha os bastidores. Vale notar:
1 - Apesar do Massa ter andado muito desde o fim da temporada passada, o Haikkonen é bom demais! Por enquanto está ganhando, é muito importante o Massa botar moral neste início, porque o Kimi vai crescer durante a temporada, à medida que se adaptar ao carro. Tenho medo do Massa não aguentar a pressão e dar uma rodada nos treinos, prejudicando toda a estratégia, vamos ver.
2 - Louis Hamilton é MUITO BOM! Alonso vai ganhar dele no geral, porque também é espetacular, mas esse cara vai dar muito trabalho ano que vem.
3 - Rubinho é MUITO RUIM. Já ficou fora dos 16 logo no primeiro treino. Não é só botar a culpa no carro, pois o Button conseguiu ficar dentro.
4 - Kubica é MUITO BOM! O cara tem a manha, o foda é aguentar o Galvão explicar, a cada vez que ele aparece, que ele é um polonês e que por isso o nome dele se pronuncia 'Kubitsa'.
5 - O GALVÃO É INSUPORTÁVEL! Como uma unanimidade consegue sobreviver tanto tempo? Em 17 minutos, ele já chamou a equipe Super Aguri ou Aguri Ferrari, de 'Suzuki', depois corrigindo pra 'Aguri Suzuki' (detalhe, este é o nome de um piloto japonês, já fora da F1).
Nestes mesmos 17 minutos, ele já explicou como se fala 'Kubitsa' duas vezes, e já disse que 'um passarinho me contou' que o câmbio da BMW não aguenta uma corrida inteira 3 vezes. Deve ser duro pra ele, uma personalidade (ai) no Brasil ser um Zé Ninguém no circo da F1 e ter que ficar se valendo deste tipo de frase pra tentar passar uma importância que ele não tem, como se contassem muitos segredos pra ele.
E chamando o Lewis Hamilton de Robinho? Aaaaaaaaaaaaaarrghh, o que temos que aguentar...
HAAAAJA CORAÇÃO pra aguentar este Galvão. Vambora ver mais.
Estou aqui acompanhando o primeiro treino pra valer, da primeira corrida de F1 de 2007. Até agora, nenhuma surpresa pra quem acompanha os bastidores. Vale notar:
1 - Apesar do Massa ter andado muito desde o fim da temporada passada, o Haikkonen é bom demais! Por enquanto está ganhando, é muito importante o Massa botar moral neste início, porque o Kimi vai crescer durante a temporada, à medida que se adaptar ao carro. Tenho medo do Massa não aguentar a pressão e dar uma rodada nos treinos, prejudicando toda a estratégia, vamos ver.
2 - Louis Hamilton é MUITO BOM! Alonso vai ganhar dele no geral, porque também é espetacular, mas esse cara vai dar muito trabalho ano que vem.
3 - Rubinho é MUITO RUIM. Já ficou fora dos 16 logo no primeiro treino. Não é só botar a culpa no carro, pois o Button conseguiu ficar dentro.
4 - Kubica é MUITO BOM! O cara tem a manha, o foda é aguentar o Galvão explicar, a cada vez que ele aparece, que ele é um polonês e que por isso o nome dele se pronuncia 'Kubitsa'.
5 - O GALVÃO É INSUPORTÁVEL! Como uma unanimidade consegue sobreviver tanto tempo? Em 17 minutos, ele já chamou a equipe Super Aguri ou Aguri Ferrari, de 'Suzuki', depois corrigindo pra 'Aguri Suzuki' (detalhe, este é o nome de um piloto japonês, já fora da F1).
Nestes mesmos 17 minutos, ele já explicou como se fala 'Kubitsa' duas vezes, e já disse que 'um passarinho me contou' que o câmbio da BMW não aguenta uma corrida inteira 3 vezes. Deve ser duro pra ele, uma personalidade (ai) no Brasil ser um Zé Ninguém no circo da F1 e ter que ficar se valendo deste tipo de frase pra tentar passar uma importância que ele não tem, como se contassem muitos segredos pra ele.
E chamando o Lewis Hamilton de Robinho? Aaaaaaaaaaaaaarrghh, o que temos que aguentar...
HAAAAJA CORAÇÃO pra aguentar este Galvão. Vambora ver mais.
16.3.07
A polícia de Aécio tem que agir como Aécio... CHUCK NORRIS NELES!
Esta também não deve ter saído no Estrago de Minas, nem no Bom dia Minas ou MG TV (aqueles telejornais que, ao invés de denunciarem coisas como essas, ficam entrevistando árvores no Padre Eustáquio), nem em nenhum outro veículo desta imprensa pelega de Minas Gerais.
Isso não é uma notícia qualquer: a polícia de Minas TORTURA. Isso quer dizer que estes índices lindos que nosso governador virtual apresenta em todas as áreas são obtidos ilicitamente. Confissões são obtidas por tortura, pra dizer que os crimes estão resolvidos. Alguém conhece a história da polícia que tortura o porco-espinho pra ele confessar que é o coelho procurado? ("sou coelho, sou coelho, não me queimem mais com cigarro!").
A estratégia aqui é a seguinte: 1 - Se puder colocar a culpa "nos paulistas e cariocas", coloque. Como se não fosse de nossa responsabilidade punir quem quer que venha cometer crimes aqui. 2 - Se não dá pra jogar a culpa neles, pega o primeiro mané na esquina e o faça confessar.
Vejam a notícia, tirada do blog do Noblat. E alguém, por favor, fale alguma coisa neste estado governado por um ditador.
Minas: maior número de denúncias de tortura
De O Globo, hoje (16/03/07):
"Mesmo com as constantes denúncias, a tortura continua a ser praticada no Brasil. Minas Gerais registrou o maior número de denúncias, entre 2003 e 2005, segundo dados da Ouvidoria de Polícia mineira, reproduzidos no 3 Relatório sobre Direitos Humanos no Brasil, que será lançado hoje em São Paulo pelo Núcleo de Estudos da Violência, da Universidade de São Paulo (USP). Em 2004, Minas registrou 57 denúncias de tortura policial e 71, em 2005. Nesse período, apenas em Minas, São Paulo e Rio de Janeiro, foram feitas 214 denúncias de tortura policial contra cidadãos." Leia mais em O Globo.
Isso não é uma notícia qualquer: a polícia de Minas TORTURA. Isso quer dizer que estes índices lindos que nosso governador virtual apresenta em todas as áreas são obtidos ilicitamente. Confissões são obtidas por tortura, pra dizer que os crimes estão resolvidos. Alguém conhece a história da polícia que tortura o porco-espinho pra ele confessar que é o coelho procurado? ("sou coelho, sou coelho, não me queimem mais com cigarro!").
A estratégia aqui é a seguinte: 1 - Se puder colocar a culpa "nos paulistas e cariocas", coloque. Como se não fosse de nossa responsabilidade punir quem quer que venha cometer crimes aqui. 2 - Se não dá pra jogar a culpa neles, pega o primeiro mané na esquina e o faça confessar.
Vejam a notícia, tirada do blog do Noblat. E alguém, por favor, fale alguma coisa neste estado governado por um ditador.
Minas: maior número de denúncias de tortura
De O Globo, hoje (16/03/07):
"Mesmo com as constantes denúncias, a tortura continua a ser praticada no Brasil. Minas Gerais registrou o maior número de denúncias, entre 2003 e 2005, segundo dados da Ouvidoria de Polícia mineira, reproduzidos no 3 Relatório sobre Direitos Humanos no Brasil, que será lançado hoje em São Paulo pelo Núcleo de Estudos da Violência, da Universidade de São Paulo (USP). Em 2004, Minas registrou 57 denúncias de tortura policial e 71, em 2005. Nesse período, apenas em Minas, São Paulo e Rio de Janeiro, foram feitas 214 denúncias de tortura policial contra cidadãos." Leia mais em O Globo.
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14.3.07
Quem fala mais bobagem?
O papa Bento 16 divulgou ontem o documento Sacramentum Caritatis (sacramento do amor), que contém reflexões e recomendações do sumo pontífice sobre o sacramento da eucaristia, o momento em que os católicos recebem a comunhão nas missas. O documento de 131 páginas reafirma a oposição da igreja ao divórcio, ao aborto e ao casamento gay e reafirma o celibato dos padres.
Para o papa, o segundo casamento é "uma praga social contemporânea". Quem é ele e quem é a Igreja Católica pra ditar a maneira que uma pessoa encontra pra ser feliz? Será que a Igreja prefere uma pessoa infeliz dentro de um casamento, contagiando todo o ambiente com sua infelicidade? O que Deus vê de bom nisso? Acredito que Ele prefira as pessoas felizes e fazendo o bem, então se alguém acha que casar de novo, ou qualquer outra coisa não-ilegal, o faça mais feliz e, com isso, seja uma pessoa melhor para o próximo, não faz sentido continuar com esse conservadorismo que há muito tempo já ultrapassou os limites do bom senso.
Já não basta condenar o controle da natalidade, o uso da camisinha e com isso incentivar a proliferação da fome e das doenças, principalmente entre os mais pobres? O que a Igreja tem a ganhar com isso? Pessoas no rebanho? Poder de influência?
Até George Bush, unanimidade entre os odiados no mundo, tem amenizado seu discurso e sua arrogância. Evo Morales anda quietinho, talvez percebendo que o pouco dinheiro que havia em seu pobre país desapareceu quando começou a falar bobagem. Sobraram quem? Bento XVI, você conseguiu rivalizar com Hugo Chávez pra ver quem fala mais besteira. Parabéns.
Sobre os comentários: se a Bia concordou comigo, é motivo de muito orgulho, pois é católica praticante, inteligente e muito crítica. Fico feliz de não ter falado bobagem, pelo menos desta vez. Hagi, independente do erro de tradução, chamar de chaga também não é nada agradável, né? :-)
Para o papa, o segundo casamento é "uma praga social contemporânea". Quem é ele e quem é a Igreja Católica pra ditar a maneira que uma pessoa encontra pra ser feliz? Será que a Igreja prefere uma pessoa infeliz dentro de um casamento, contagiando todo o ambiente com sua infelicidade? O que Deus vê de bom nisso? Acredito que Ele prefira as pessoas felizes e fazendo o bem, então se alguém acha que casar de novo, ou qualquer outra coisa não-ilegal, o faça mais feliz e, com isso, seja uma pessoa melhor para o próximo, não faz sentido continuar com esse conservadorismo que há muito tempo já ultrapassou os limites do bom senso.
Já não basta condenar o controle da natalidade, o uso da camisinha e com isso incentivar a proliferação da fome e das doenças, principalmente entre os mais pobres? O que a Igreja tem a ganhar com isso? Pessoas no rebanho? Poder de influência?
Até George Bush, unanimidade entre os odiados no mundo, tem amenizado seu discurso e sua arrogância. Evo Morales anda quietinho, talvez percebendo que o pouco dinheiro que havia em seu pobre país desapareceu quando começou a falar bobagem. Sobraram quem? Bento XVI, você conseguiu rivalizar com Hugo Chávez pra ver quem fala mais besteira. Parabéns.
Sobre os comentários: se a Bia concordou comigo, é motivo de muito orgulho, pois é católica praticante, inteligente e muito crítica. Fico feliz de não ter falado bobagem, pelo menos desta vez. Hagi, independente do erro de tradução, chamar de chaga também não é nada agradável, né? :-)
12.3.07
Aécio é a cigarra, Andréa é a formiga
Tive que rir da "nova" notícia que acabei de ler no Estadão hoje, 12/03/2007. Parece que agora é que o Brasil está descobrindo que o nosso governador onipotente, onipresente e onisciente é na verdade um fenômeno de marketing, cuidadosamente preparado e embalado pra presente pela sua família, cujo cérebro é a irmã Andréa Neves.
Na matéria (clique aqui para ler), destaca-se o texto abaixo:
"No meio acadêmico e nas redações, a jornalista - que participou da fundação do PT e das Diretas Já - foi apontada como responsável por uma suposta política de cerceamento da imprensa mineira pelo Palácio da Liberdade, o que o governo nega. Pessoas próximas confirmam que Andréa nunca ocupou função decorativa.
'Aécio é o marketing, a sedução, a capacidade de ser popular. Andréa é o alter ego, sua consciência, sua bússola. Aécio é a cigarra, Andréa é a formiga', define o diretor de teatro Pedro Paula Cava. Procurada pelo Estado, Andréa não quis se manifestar."
Cuidado com esse cara!!! Cada dia fica mais claro que estamos diante de um novo Collor, só que muito mais embasado, com uma estrutura de marketing e manipulação da imprensa poderosa, vamos ver se a pose dele dura até a próxima eleição ou se o próprio partido, arrogante e dominado pelos paulistas, se encarrega de desmascará-lo quando ele cismar de enfrentar o José Serra.
Em tempo: empregar parentes me parece que é proibido, outra matéria do Estadão (leia aqui) mostra que oito governadores (claro, entre eles Aécio) empregam parentes na administração estadual. Em vários estados, a oposição e/ou a Justiça já se manifestam para acabar com o nepotismo. Adivinha se, aqui em Minas, alguém ousa denunciar ou colocar o assunto em pauta? Se ousou, já desapareceu, é assim que funcionam as coisas aqui.
Na matéria (clique aqui para ler), destaca-se o texto abaixo:
"No meio acadêmico e nas redações, a jornalista - que participou da fundação do PT e das Diretas Já - foi apontada como responsável por uma suposta política de cerceamento da imprensa mineira pelo Palácio da Liberdade, o que o governo nega. Pessoas próximas confirmam que Andréa nunca ocupou função decorativa.
'Aécio é o marketing, a sedução, a capacidade de ser popular. Andréa é o alter ego, sua consciência, sua bússola. Aécio é a cigarra, Andréa é a formiga', define o diretor de teatro Pedro Paula Cava. Procurada pelo Estado, Andréa não quis se manifestar."
Cuidado com esse cara!!! Cada dia fica mais claro que estamos diante de um novo Collor, só que muito mais embasado, com uma estrutura de marketing e manipulação da imprensa poderosa, vamos ver se a pose dele dura até a próxima eleição ou se o próprio partido, arrogante e dominado pelos paulistas, se encarrega de desmascará-lo quando ele cismar de enfrentar o José Serra.
Em tempo: empregar parentes me parece que é proibido, outra matéria do Estadão (leia aqui) mostra que oito governadores (claro, entre eles Aécio) empregam parentes na administração estadual. Em vários estados, a oposição e/ou a Justiça já se manifestam para acabar com o nepotismo. Adivinha se, aqui em Minas, alguém ousa denunciar ou colocar o assunto em pauta? Se ousou, já desapareceu, é assim que funcionam as coisas aqui.
9.3.07
Foto e frase da semana
Dentre as inúmeras imagens legais que proporcionamos a Mr. Adolf Bush ontem, gostei muito dessa. Nossos protestos, ainda que tenham tumultuado o trânsito em muitas cidades, foram positivos e rodaram o mundo. No Jornal Nacional, não sei se saiu alguma coisa, não tive a oportunidade de ver.
Ah! Para os gatos pingados que lêem o blog: criamos, Vini e eu, um novo blog, chamado "Fotocidadão" (www.fotocidadao.com.br). Nele todos estão convidados a mandar fotos do nosso cotidiano, retratando injustiças, falta de educação, bons exemplos, boas e más atitudes, etc, etc, uma forma de sensibilizarmos as pessoas pra vivermos de maneira um pouco mais solidária. Ainda é o início, não tem layout definido, mas fica o convite para visitarem e contribuírem!
Abraços e bom fim de semana!
Ah! Para os gatos pingados que lêem o blog: criamos, Vini e eu, um novo blog, chamado "Fotocidadão" (www.fotocidadao.com.br). Nele todos estão convidados a mandar fotos do nosso cotidiano, retratando injustiças, falta de educação, bons exemplos, boas e más atitudes, etc, etc, uma forma de sensibilizarmos as pessoas pra vivermos de maneira um pouco mais solidária. Ainda é o início, não tem layout definido, mas fica o convite para visitarem e contribuírem!
Abraços e bom fim de semana!
8.3.07
Independentes, pero no mucho
Em primeiro lugar, parabéns às mulheres que lutam por seu espaço, por direitos e condições iguais, principalmente no Brasil, onde a diferença de tratamento, remuneração, oportunidades, etc, ainda é muito menor. Mas parabéns para as que lutam, correm atrás, estudam, trabalham, não pras que até hoje estão com a cabeça de 40 anos atrás, querendo arrumar alguém pra encostar, que adoram dizer, ao lado do marido e amigos: "meu dinheiro é meu, seu dinheiro é nosso". Direitos iguais, deveres iguais.
Como diz a música: "E além disso, mulher, tem outras coisas".
Quem tem empresa sabe que é mais trabalhoso contratar uma mulher do que um homem, se ainda estiver na 'idade fértil'. Não é preconceito. Se engravidar, tem zilhões de benefícios, como licença-maternidade (que estão querendo aumentar), e estabilidade por um bom tempo depois. Ora, sabemos que tem mesmo que cuidar do filho, que amamentação é essencial, etc, mas precisa disso tudo?
A Cristina, nossa gerente na Task, conta que quando engravidou, o pessoal da empresa onde trabalhava colocou uma estrutura pra que ela pudesse cuidar do bebê sem parar de trabalhar esse tempo todo. Quantas mulheres teriam esta grandeza? Muitas mais que há 10 anos, certamente, mas muitas também iam querer simplesmente seus 'direitos'.
Vale discutir sem briga, sem preconceito. Parar de achar que o 'patrão' é um ser ganancioso que quer explorar a todos, e que por isso deve-se arrancar o máximo de benefícios possível. Isso só faz desestimular a contratação de mulheres, é óbvio.
No artigo que pode ser lido clicando aqui, a Maria Mirtes Guimarães, jornalista e leitora do blog do Noblat, fala sobre as revistas e publicações dedicadas ao público feminino. Ela diz, no fim, que isso é coisa de uma 'sociedade patriarcal', que só oferecem revistas de receita, vida sexual e fofoca pras mulheres porque todo mundo é machista.
O mercado vende o que tem gente pra comprar. Todo mundo quer ganhar dinheiro. Machista que quer vender o que a mulher moderna não compra vai quebrar. Então acho que as mulheres, antes de só reclamarem e colocarem a culpa no machismo histórico, mudar um pouco a postura. Comecem a reclamar que no salão de beleza só tem Caras, peçam pra comprar Exame ou ISTOÉ. Boicotem o Big Brother, as revistas de fofocas, e o mercado parará de tentar vendê-las a vocês.
Ela alega que "E se o filho adoece ou há problemas na escola, somos nós e não o pai quem tem que faltar ao trabalho". Isso acontece com quem não sabe dividir as responsabilidades dentro de casa, não venham colocar a culpa no governo ou na sociedade. Eu fui a TODAS as reuniões de pais do meu moleque até hoje, eu levo ao dentista, eu cancelo aula pra levar ao médico quando acontece emergência. Não aceito esta generalização.
Falar de uma novelinha de vez em quando é saudável, assim como o homem fala de futebol. Mas passar 90% do tempo falando de unha, cabelo, roupa, Big Brother, Xuxa e Ivete Sangalo passa totalmente dos limites.
ATENÇÃO! Isso não é generalização. Refiz o texto pra não ser mal-interpretado, depois de tomar uma pancada da minha Bia.
Não estou dizendo que 'mulher só fala de receita ou fofoca'. Estou dizendo que muitas falam, baseado em minha experiência pessoal. E parabenizo às que fogem à mediocridade. Assim como os homens que não falam só de futebol ou mulher. E tenho muita sorte de ter uma namorada incrivelmente inteligente (com uma mãe e duas irmãs igualmente inteligentes), com quem discuto política e todo tipo de assunto (até fofoca e futebol às vezes, mas Big Brother, Faustão e as novidades musicais da Bahia jamais!!). :-)
O lado ótimo é que existe um lado, cada vez maior, que quer se ver livre dessa marca. Saíram dados hoje do CNPq, se não me engano, mostrando que as mulheres já são maioria entre os bolsistas de mestrado, e aumentaram muito sua participação entre os de doutorado e pós-doutorado. Isso é uma belíssima conquista!
Como diz a música: "E além disso, mulher, tem outras coisas".
Quem tem empresa sabe que é mais trabalhoso contratar uma mulher do que um homem, se ainda estiver na 'idade fértil'. Não é preconceito. Se engravidar, tem zilhões de benefícios, como licença-maternidade (que estão querendo aumentar), e estabilidade por um bom tempo depois. Ora, sabemos que tem mesmo que cuidar do filho, que amamentação é essencial, etc, mas precisa disso tudo?
A Cristina, nossa gerente na Task, conta que quando engravidou, o pessoal da empresa onde trabalhava colocou uma estrutura pra que ela pudesse cuidar do bebê sem parar de trabalhar esse tempo todo. Quantas mulheres teriam esta grandeza? Muitas mais que há 10 anos, certamente, mas muitas também iam querer simplesmente seus 'direitos'.
Vale discutir sem briga, sem preconceito. Parar de achar que o 'patrão' é um ser ganancioso que quer explorar a todos, e que por isso deve-se arrancar o máximo de benefícios possível. Isso só faz desestimular a contratação de mulheres, é óbvio.
No artigo que pode ser lido clicando aqui, a Maria Mirtes Guimarães, jornalista e leitora do blog do Noblat, fala sobre as revistas e publicações dedicadas ao público feminino. Ela diz, no fim, que isso é coisa de uma 'sociedade patriarcal', que só oferecem revistas de receita, vida sexual e fofoca pras mulheres porque todo mundo é machista.
O mercado vende o que tem gente pra comprar. Todo mundo quer ganhar dinheiro. Machista que quer vender o que a mulher moderna não compra vai quebrar. Então acho que as mulheres, antes de só reclamarem e colocarem a culpa no machismo histórico, mudar um pouco a postura. Comecem a reclamar que no salão de beleza só tem Caras, peçam pra comprar Exame ou ISTOÉ. Boicotem o Big Brother, as revistas de fofocas, e o mercado parará de tentar vendê-las a vocês.
Ela alega que "E se o filho adoece ou há problemas na escola, somos nós e não o pai quem tem que faltar ao trabalho". Isso acontece com quem não sabe dividir as responsabilidades dentro de casa, não venham colocar a culpa no governo ou na sociedade. Eu fui a TODAS as reuniões de pais do meu moleque até hoje, eu levo ao dentista, eu cancelo aula pra levar ao médico quando acontece emergência. Não aceito esta generalização.
Falar de uma novelinha de vez em quando é saudável, assim como o homem fala de futebol. Mas passar 90% do tempo falando de unha, cabelo, roupa, Big Brother, Xuxa e Ivete Sangalo passa totalmente dos limites.
ATENÇÃO! Isso não é generalização. Refiz o texto pra não ser mal-interpretado, depois de tomar uma pancada da minha Bia.
Não estou dizendo que 'mulher só fala de receita ou fofoca'. Estou dizendo que muitas falam, baseado em minha experiência pessoal. E parabenizo às que fogem à mediocridade. Assim como os homens que não falam só de futebol ou mulher. E tenho muita sorte de ter uma namorada incrivelmente inteligente (com uma mãe e duas irmãs igualmente inteligentes), com quem discuto política e todo tipo de assunto (até fofoca e futebol às vezes, mas Big Brother, Faustão e as novidades musicais da Bahia jamais!!). :-)
O lado ótimo é que existe um lado, cada vez maior, que quer se ver livre dessa marca. Saíram dados hoje do CNPq, se não me engano, mostrando que as mulheres já são maioria entre os bolsistas de mestrado, e aumentaram muito sua participação entre os de doutorado e pós-doutorado. Isso é uma belíssima conquista!
Deixe a arrogância de lado pra falar com a gente, Mr. Bush
Manifestantes do PSOL e PSTU queimam boneco de Bush em Brasília.
Faixa contra Bush na Câmara dos Deputados
Coragem pra desafiar a hipocrisia
Dizem que o bom político é aquele que nunca diz não, mas também não diz sim, que foge dos temas polêmicos, que discursa sobre o óbvio. Lula mostrou mais uma vez ontem porque é diferente, em em discurso no Rio onde celebrou por antecipação o Dia Internacional da Mulher. Algumas frases:
- Não tem como carimbar na testa do adolescente a hora que ele vai fazer sexo. Sexo é uma coisa que quase todo mundo gosta e é uma necessidade orgânica.
- Trinta por cento das meninas entre 15 e 17 anos que estão fora da escola é porque tiveram filhos.
- Ano que vem, Nilcéia [Secretária nacional de Políticas para Mulheres, Nilcéia Freire], você poderia, no Dia Internacional da Mulher, fazer um dia de combate à hipocrisia que está estabelecida na cabeça de todos nós. E por que digo hipocrisia? Hipocrisia porque muitas vezes nós deixamos de debater os temas da forma verdadeira que eles têm que ser debatidos por puro preconceito, porque a minha mãe não gosta, o meu pai não gosta, a igreja não gosta, não sei quem não gosta.
- O sexo tem ser feito e ensinado como fazer. Somente assim seremos um país livre da Aids e de outras doenças infecto-contagiosas.
Comentário de Ricardo Noblat, em seu blog:
(A Igreja Católica "adorou" o discurso de Lula. No momento, o Papa Bento XVI mandou seus especialistas estudarem a hipótese de a Igreja concordar com o uso de camisinha por homens casados - e, naturalmente, apenas quando transarem com suas esposas. O estudo levará alguns anos.)
- Não tem como carimbar na testa do adolescente a hora que ele vai fazer sexo. Sexo é uma coisa que quase todo mundo gosta e é uma necessidade orgânica.
- Trinta por cento das meninas entre 15 e 17 anos que estão fora da escola é porque tiveram filhos.
- Ano que vem, Nilcéia [Secretária nacional de Políticas para Mulheres, Nilcéia Freire], você poderia, no Dia Internacional da Mulher, fazer um dia de combate à hipocrisia que está estabelecida na cabeça de todos nós. E por que digo hipocrisia? Hipocrisia porque muitas vezes nós deixamos de debater os temas da forma verdadeira que eles têm que ser debatidos por puro preconceito, porque a minha mãe não gosta, o meu pai não gosta, a igreja não gosta, não sei quem não gosta.
- O sexo tem ser feito e ensinado como fazer. Somente assim seremos um país livre da Aids e de outras doenças infecto-contagiosas.
Comentário de Ricardo Noblat, em seu blog:
(A Igreja Católica "adorou" o discurso de Lula. No momento, o Papa Bento XVI mandou seus especialistas estudarem a hipótese de a Igreja concordar com o uso de camisinha por homens casados - e, naturalmente, apenas quando transarem com suas esposas. O estudo levará alguns anos.)
6.3.07
Tropeçando na ortografia
Fico irritado com erros de ortografia em qualquer lugar. Sou daqueles malas que vêem de longe erros, de folhetos pregados em postes até outdoors e folders de empresas grandes (o que não quer dizer que eu não erre, erro e gosto de ser corrigido, né, Bia?).
Esta eu acabei de ver no site do Ricardo Eletro. É, Ricardo Eletro, tá difícil, parece que deixam o site pro sobrinho do cunhado do irmão do técnico em informática da empresa tomar conta... ]
Não sei se é falta de cuidado (um dos erros é de digitação apressada mesmo) ou de analfabetismo. Parece que são os dois. "Mendiante" é duro. O pior é quando dizem "nossa, que péssimo, o corretor do Word não me avisou desta... foi mal".
Esta eu acabei de ver no site do Ricardo Eletro. É, Ricardo Eletro, tá difícil, parece que deixam o site pro sobrinho do cunhado do irmão do técnico em informática da empresa tomar conta... ]
Não sei se é falta de cuidado (um dos erros é de digitação apressada mesmo) ou de analfabetismo. Parece que são os dois. "Mendiante" é duro. O pior é quando dizem "nossa, que péssimo, o corretor do Word não me avisou desta... foi mal".
5.3.07
Admirável mundo novo
Entre as "regras" que os especialistas de plantão divulgam para o "sucesso" de um blog, está o de não ficar copiando e colando textos de outros lugares. Concordo que temos que manifestar a nossa opinião, senão o blog perde sua razão de existir.
Mas, como não copiar e colar o texto abaixo? Em meio a mais esta campanha da mídia e dos "cidadãos da Internet", que aliviam sua consciência de não serem cidadãos plenos repassando e-mails indignados a torto e a direito sobre diversos assuntos sem comprovar ou nem saber a que se referem, este artigo publicado no Blog do Noblat e escrito pela Louise Caroline, vice-presidente da UNE, se destaca pelo rompimento com a mediocridade e oportunismo do qual somos vítimas e agentes. Vale a pena ler, copiar, colar e divulgar.
Admirável mundo novo
É mentirosa a tese de que a criminalidade juvenil no Brasil advém da impunidade. O engajamento de crianças e adolescentes no crime é retrato, justamente, do excesso de punição imposto à maioria deles.
Debater redução da maioridade penal em uma sociedade que, tacitamente, legitima a pena de morte inescapável à boa parcela de seus habitantes, soa como ridículo. Os jovens que só se tornam visíveis quando vitimizam alguém do mundo de cá, já estão condenados à morte, à violência, ao encarceramento e à marginalidade.
Não importa sua idade. Nem dependem de julgamento. Mudar as leis para quem o Estado Democrático de Direito nada representa é inútil. Não têm direitos os que sobrevivem nas favelas, no campo e nas periferias brasileiras. A vida como valor máximo e fundamental de nossa sociedade oficial, pouco vale nas bandas de lá. Desconhecem a saúde, o lazer, a educação, a esperança, esses meninos.
O assassinato de João Hélio indignou todos nós. A crueldade da ação e a banalização da vida daquela criança nos fizeram enxergar como monstros seus algozes. Nada justifica esse crime e devem ser punidos os que o cometeram. Mas como classificamos a nós mesmos, que, diariamente, ignoramos os centenas de Joãos, Pedros e Marias assassinados cruelmente, como se nada valessem, nas ruelas e becos Brasil afora?
Crimes ainda mais bárbaros, motivos ainda mais fúteis matam todos os dias crianças como João Hélio. A diferença é que isso acontece no mundo de lá. Longe de nossos olhos e de nossos veículos de comunicação. E nós seguimos fingindo ignorar o genocídio urbano brasileiro.
Somos monstros. Monstros ainda piores que os assassinos de João Hélio. Porque não nos levantamos para exigir punição, mudança nas leis, modificações sociais que garantam que a vida daqui valha tanto quanto a de lá.
Ao contrário, diante de um crime bárbaro, pretensos defensores da segurança pública, arvoram-se, rapidamente, a sustentar a tese de que a criminalidade não tem relação com as condições sociais dos que a praticam. Mas, se o comportamento não é social, seria ele biológico? Estariam a maldade, a frieza, a crueldade e a desvalorização da vida condicionadas geneticamente? Só essa justificativa nazista pode se contrapor ao argumento de que é a sociedade e as condições de vida desses jovens que os conduz à criminalidade.
Diante do cenário em que o mundo de cá diz ao mundo de lá que até os 16 anos lhes serão negados todos os direitos e que, completa esta idade, ser-lhes-á apresentada a cadeia, comprova-se profética a obra “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley. A sociedade imaginária e futurista de Huxley se organiza através de um sistema científico de castas em que as pessoas são pré-condicionadas biologicamente e condicionadas psicologicamente a exercerem determinados papéis.
A redução da maioridade penal só tem lógica se for esta a decisão de nossa sociedade: definir, desde cedo, o “lugar” de cada um. A diferença em relação à obra literária é que, aqui, a divisão é feita pelo capital. E que, aqui, a estratégia não tem como dar certo. Porque, em Huxley, mesmo os seres Y têm suas necessidades básicas satisfeitas.
No Brasil e em qualquer lugar do mundo, quanto mais se intensificam a segregação e as diferenças sociais, mais suas conseqüências perturbam os incluídos. Adiantar a idade penal significará, apenas, adiantar a entrada no crime. Não é a falta de cadeia e de punição que nos trouxe até esta catástrofe social. Nos últimos anos, aumentou consideravelmente o número de jovens detidos e, paralelamente, aumentou a violência juvenil. Podem ser esquartejados em praça pública os assassinos de João Hélio que novos casos continuarão a acontecer todos os dias.
Ou compreendemos que apenas a igualdade social e a valorização da vida em toda a sociedade podem resolver, de fato, o problema da segurança pública, ou estabelecemos de vez a cultura da vingança. O mundo de lá arrastando uma criança para se vingar do mundo de cá que empurra suas crianças para a morte; e o mundo de cá aprisionando cada vez mais crianças de lá para se vingar de sua criança arrastada.
É o caos esse sistema. É a barbárie absoluta. Alimentamos com sangue infantil nosso egoísmo, nossa ganância e nossas vinganças. Inventamos soluções mascaradas para fugir da verdade sabida: enquanto tão poucos tiverem tanto e tantos tiverem nada, não haverá admirável, nem novo, nem mundo.
Louise Caroline - Vice-Presidente da UNE- louiseune@gmail.com
Mas, como não copiar e colar o texto abaixo? Em meio a mais esta campanha da mídia e dos "cidadãos da Internet", que aliviam sua consciência de não serem cidadãos plenos repassando e-mails indignados a torto e a direito sobre diversos assuntos sem comprovar ou nem saber a que se referem, este artigo publicado no Blog do Noblat e escrito pela Louise Caroline, vice-presidente da UNE, se destaca pelo rompimento com a mediocridade e oportunismo do qual somos vítimas e agentes. Vale a pena ler, copiar, colar e divulgar.
Admirável mundo novo
É mentirosa a tese de que a criminalidade juvenil no Brasil advém da impunidade. O engajamento de crianças e adolescentes no crime é retrato, justamente, do excesso de punição imposto à maioria deles.
Debater redução da maioridade penal em uma sociedade que, tacitamente, legitima a pena de morte inescapável à boa parcela de seus habitantes, soa como ridículo. Os jovens que só se tornam visíveis quando vitimizam alguém do mundo de cá, já estão condenados à morte, à violência, ao encarceramento e à marginalidade.
Não importa sua idade. Nem dependem de julgamento. Mudar as leis para quem o Estado Democrático de Direito nada representa é inútil. Não têm direitos os que sobrevivem nas favelas, no campo e nas periferias brasileiras. A vida como valor máximo e fundamental de nossa sociedade oficial, pouco vale nas bandas de lá. Desconhecem a saúde, o lazer, a educação, a esperança, esses meninos.
O assassinato de João Hélio indignou todos nós. A crueldade da ação e a banalização da vida daquela criança nos fizeram enxergar como monstros seus algozes. Nada justifica esse crime e devem ser punidos os que o cometeram. Mas como classificamos a nós mesmos, que, diariamente, ignoramos os centenas de Joãos, Pedros e Marias assassinados cruelmente, como se nada valessem, nas ruelas e becos Brasil afora?
Crimes ainda mais bárbaros, motivos ainda mais fúteis matam todos os dias crianças como João Hélio. A diferença é que isso acontece no mundo de lá. Longe de nossos olhos e de nossos veículos de comunicação. E nós seguimos fingindo ignorar o genocídio urbano brasileiro.
Somos monstros. Monstros ainda piores que os assassinos de João Hélio. Porque não nos levantamos para exigir punição, mudança nas leis, modificações sociais que garantam que a vida daqui valha tanto quanto a de lá.
Ao contrário, diante de um crime bárbaro, pretensos defensores da segurança pública, arvoram-se, rapidamente, a sustentar a tese de que a criminalidade não tem relação com as condições sociais dos que a praticam. Mas, se o comportamento não é social, seria ele biológico? Estariam a maldade, a frieza, a crueldade e a desvalorização da vida condicionadas geneticamente? Só essa justificativa nazista pode se contrapor ao argumento de que é a sociedade e as condições de vida desses jovens que os conduz à criminalidade.
Diante do cenário em que o mundo de cá diz ao mundo de lá que até os 16 anos lhes serão negados todos os direitos e que, completa esta idade, ser-lhes-á apresentada a cadeia, comprova-se profética a obra “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley. A sociedade imaginária e futurista de Huxley se organiza através de um sistema científico de castas em que as pessoas são pré-condicionadas biologicamente e condicionadas psicologicamente a exercerem determinados papéis.
A redução da maioridade penal só tem lógica se for esta a decisão de nossa sociedade: definir, desde cedo, o “lugar” de cada um. A diferença em relação à obra literária é que, aqui, a divisão é feita pelo capital. E que, aqui, a estratégia não tem como dar certo. Porque, em Huxley, mesmo os seres Y têm suas necessidades básicas satisfeitas.
No Brasil e em qualquer lugar do mundo, quanto mais se intensificam a segregação e as diferenças sociais, mais suas conseqüências perturbam os incluídos. Adiantar a idade penal significará, apenas, adiantar a entrada no crime. Não é a falta de cadeia e de punição que nos trouxe até esta catástrofe social. Nos últimos anos, aumentou consideravelmente o número de jovens detidos e, paralelamente, aumentou a violência juvenil. Podem ser esquartejados em praça pública os assassinos de João Hélio que novos casos continuarão a acontecer todos os dias.
Ou compreendemos que apenas a igualdade social e a valorização da vida em toda a sociedade podem resolver, de fato, o problema da segurança pública, ou estabelecemos de vez a cultura da vingança. O mundo de lá arrastando uma criança para se vingar do mundo de cá que empurra suas crianças para a morte; e o mundo de cá aprisionando cada vez mais crianças de lá para se vingar de sua criança arrastada.
É o caos esse sistema. É a barbárie absoluta. Alimentamos com sangue infantil nosso egoísmo, nossa ganância e nossas vinganças. Inventamos soluções mascaradas para fugir da verdade sabida: enquanto tão poucos tiverem tanto e tantos tiverem nada, não haverá admirável, nem novo, nem mundo.
Louise Caroline - Vice-Presidente da UNE- louiseune@gmail.com
Bunidimais mêz
Tá bom, o Rio é incomparável, mas uma volta de bicicleta na Lagoa da Pampulha é um espetáculo também. Estas fotos foram tiradas pelo Vini este fim de semana e vão pro ar, num reconhecimento à beleza do conjunto arquitetônico da Pampulha.
3.3.07
Quem não tem competência, não se estabeleça
A TAM está com uma promoção que dá desconto de até 90% nas passagens e... bom, aí tente acessar o site pra saber mais...
Coisa feia!!! Com 7 anos de comércio eletrônico no Brasil, sendo que o crescimento em 2006 foi de 80%, acima das previsões mais otimistas, como uma empresa desse tamanho ainda paga o mico de ficar com o site fora do ar ao lançar uma promoção?
Quem programa a campanha desses caras? Como eles estimam o resultado? Tem ciência nisso? Devem ser aqueles paulistas engravatados falando "posso estar estimando um número de click-throughs-views baseados no MBA da FGV que fiz a R$ 2.000 por mês que vai estar significando um ad-view-click-view-through-CEO-master de 95%, o que estará sendo plenamente suportado pelo nosso sistema, senhor". Fala sério.
Servidor não encontrado O Firefox não conseguiu localizar www.tam.com.br. * Verifique se há algum erro de digitação no endereço. Como ww.exemplo.com.br em vez de www.exemplo.com.br * Se você não conseguir abrir nenhuma página, verifique a conexão de rede do seu computador. * Se o computador ou rede estiverem protegidos por um firewall ou proxy, certifique-se de que o Firefox está autorizado a acessar a web. |
Coisa feia!!! Com 7 anos de comércio eletrônico no Brasil, sendo que o crescimento em 2006 foi de 80%, acima das previsões mais otimistas, como uma empresa desse tamanho ainda paga o mico de ficar com o site fora do ar ao lançar uma promoção?
Quem programa a campanha desses caras? Como eles estimam o resultado? Tem ciência nisso? Devem ser aqueles paulistas engravatados falando "posso estar estimando um número de click-throughs-views baseados no MBA da FGV que fiz a R$ 2.000 por mês que vai estar significando um ad-view-click-view-through-CEO-master de 95%, o que estará sendo plenamente suportado pelo nosso sistema, senhor". Fala sério.
2.3.07
Parabéns, cidade mais bonita do planeta!
O Rio está fazendo 442 anos. Por mais que Minas seja um lugar muito legal, que BH seja uma boa cidade pra viver, que a Serra do Curral e demais atrações sejam bonitas, nada se compara ao Rio.
Só fui lá 4 vezes até hoje, a primeira pro Rock in Rio II, a segunda a trabalho, coisa de ir e voltar no mesmo dia, a terceira pra ver o Flamengo perder a final da Copa do Brasil em 2004, e a quarta ano passado, apresentamos trabalho no Encontro de Marketing da ANPAD. Nesta última a admiração virou paixão.
Com todos os seus defeitos, nada se compara a uma saída à noite no Leblon, ou na Lapa (e olhe que não sou fã de samba). Ou a um jogo no Maracanã! E não conheço nada lá, faltam lugares básicos, como a Lagoa e a Cobal :-) Lugares como Pão de Açúcar ou Corcovado eu gosto de olhar de longe, como parte da paisagem, mas não me atraem.
Enfim, Cidade Maravilhosa é o nome mais adequado que se podia atribuir ao Rio. Se tudo der certo, volto lá este ano pelo menos duas vezes, pra defesa de dissertação da minha cunhada Mari e, se tiver competência pra ter artigo publicado, para o ENANPAD. Se possível, pra ficar perfeito, com a Bia e meus moleques :-)
Pra dar água na boca, algumas fotos do Rio tiradas por leitores do blog do Ancelmo Góis, de O Globo. Babemos!
Fora o mérito incomparável de lá: é onde mora o meu MENGÃO! :-)
Só fui lá 4 vezes até hoje, a primeira pro Rock in Rio II, a segunda a trabalho, coisa de ir e voltar no mesmo dia, a terceira pra ver o Flamengo perder a final da Copa do Brasil em 2004, e a quarta ano passado, apresentamos trabalho no Encontro de Marketing da ANPAD. Nesta última a admiração virou paixão.
Com todos os seus defeitos, nada se compara a uma saída à noite no Leblon, ou na Lapa (e olhe que não sou fã de samba). Ou a um jogo no Maracanã! E não conheço nada lá, faltam lugares básicos, como a Lagoa e a Cobal :-) Lugares como Pão de Açúcar ou Corcovado eu gosto de olhar de longe, como parte da paisagem, mas não me atraem.
Enfim, Cidade Maravilhosa é o nome mais adequado que se podia atribuir ao Rio. Se tudo der certo, volto lá este ano pelo menos duas vezes, pra defesa de dissertação da minha cunhada Mari e, se tiver competência pra ter artigo publicado, para o ENANPAD. Se possível, pra ficar perfeito, com a Bia e meus moleques :-)
Pra dar água na boca, algumas fotos do Rio tiradas por leitores do blog do Ancelmo Góis, de O Globo. Babemos!
Fora o mérito incomparável de lá: é onde mora o meu MENGÃO! :-)
1.3.07
Frase do dia - gostei
"Subserviência não gera respeito. Nem entre a mulher e o homem"
Presidente Lula, em 01/03, ao dizer que seria tolice subestimar o papel dos EUA no mundo, mas que isso não significa uma relação de subserviência. E que a política de subserviência da América Latina durante décadas (particularmente no Brasil, durante os governos militares e FHC - comentário meu) fizeram que os EUA perdessem o respeito pelo nosso continente.
Presidente Lula, em 01/03, ao dizer que seria tolice subestimar o papel dos EUA no mundo, mas que isso não significa uma relação de subserviência. E que a política de subserviência da América Latina durante décadas (particularmente no Brasil, durante os governos militares e FHC - comentário meu) fizeram que os EUA perdessem o respeito pelo nosso continente.
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