Lá em cima e aqui embaixo

Como muita gente diz, e eu concordo, o que acontece em Brasília, as pessoas que estão lá e o que fazem, é reflexo do que fazemos aqui em nossas cidades e de como votamos.

Enquanto lá os Renans e Rorizes movimentam milhões, e esperam pela muito provável absolvição, aqui os playboys espancam uma trabalhadora no ponto de ônibus. Vamos ficar de olho pra saber se serão punidos.

São esses caras que depois viram deputados, porque eles, e seus condescendentes pais que dizem "meu filho errou, eu não sabia que estava andando com esses elementos, mas cadeia é uma punição muito grave, não precisa isso tudo", são os que se interessam por política visando interesses próprios, e isso faz com que eles não sejam representativos da população (já viram o percentual de fazendeiros, advogados e empresários no parlamento comparado com o percentual de brasileiros nas mesmas atividades?). E aí caímos de novo em Platão, Aristóteles e nossos pensadores mais próximos, como o Josias, ou o Alon.

Então é assim: não pune aqui o cara que ateia fogo em índio, que espanca garçom em Porto Seguro, que atropela pessoas em Brasília, que espanca uma doméstica no Rio, não vai punir depois quando ele desviar dinheiro público na cara dura lá em Brasília. A gente não pode exigir que a justiça funcione só lá, tem que funcionar em todo lugar, inclusive pros playboys e pras Paris Hiltons.

Imperdível a charge abaixo do Maurício Ricardo (charges.com.br) que, desta vez, não tem nada de engraçado, é muito séria: