Olhando as principais notícias das últimas semanas, sempre distorcidas, exageradas ou parciais, fico me perguntando a quem interessa mostrá-las dessa maneira... exemplos:
1 - Caso da menina jogada do prédio. Não se chegou a conclusão nenhuma ainda, a quem interessa ficar demonizando o pai e a madrasta, numa sórdida riqueza de detalhes que me lembra outros casos clássicos de linchamento por parte da imprensa, como o da Escola Base em SP? Aliás, a quem interessa, por mais emotivo que seja, alçar este caso à condição de notícia número 1 do país?
2 - Por que uma revista como a IstoÉ, que já teve seus tempos de glória, que se vangloria em ser independente, iria distorcer uma manifestação contra a privatização da CESP em SP, chegando a apagar digitalmente em uma foto, a expressão "Fora Serra" (do PSDB, governador de SP)? A quem interessa? Será que o fato de estar falida e precisando desesperadamente de anunciantes faz com que tenham que agradar ao governo estadual mais poderoso do país?
3 - Apesar da violência e do já conhecido hábito de desrespeito aos direitos humanos por parte da China, por que tomar partido do Tibet diariamente no noticiário, ameaçar boicote às Olimpíadas, etc, etc, etc?
Bom, a quem interessa todos sabemos: aos EUA, que querem diminuir o poder da China. Porque quando o mesmo assunto envolve as condições da prisão deles em Cuba, de invasão do Iraque, ou de outros povos que massacram seus vizinhos, mas que são alinhados/aliados dos EUA, não vira notícia mundial. A questão é: por a grande imprensa do Brasil tem que nos empurrar essa briga distorcida, e fazer coro com os norte-americanos nesta "luta pela liberdade?". No Blog do Alon tem um post muito interessante, que esclarece pontos não abordados pela grande imprensa, como o fato de o Dalai Lama receber mesada da CIA e já ter sido ditador do seu povo, colocando a população como 'servos'...
4 - Por que quando um partido descobre maracutaias do outro, investiga-se as maracutaias (mensalão, etc), e quando esse outro descobre as maracutaias do primeiro, investiga-se o ato de investigar? Ou seja, falando em bom português: se o dossiê é contra o PT, investigue-se os crimes praticados pelo PT. Ótimo.
Mas, se o dossiê é contra o PSDB, o crime é investigar, é produzir o dossiê (desde a época dos "aloprados" na campanha de 2006, e agora essa dos gastos de FHC). Então, investigue-se o PT. Por que dois pesos e duas medidas? Por que o crime em si perde a importância? Em 2006, só se falou dos aloprados, do dossiê, mas ninguém investigou o objeto do dossiê, que era a participação de políticos do PSDB na máfia das ambulâncias. Por quê? Investigue-se as duas coisas: quem obteve dados sigilosos, como obteve, mas também o crime a que eles se referem. Não é simples?
Por quê? A quem interessa?
(atualização de 15/04: a charge abaixo, do blog do Orlandeli, resume bem o que eu falei acima, achei fantástica):
Nenhum comentário:
Postar um comentário