27.12.07

Tira, bota, deixa o povo se estrepar. Guerreiros com guerreiros quero ver o que vai dar.

Acabaram de matar a ex-primeira-ministra e líder da oposição no Paquistão, Benazir Bhutto. Como sempre acontece, daqui a pouco os EUA vêm lamentar a falta de democracia, a violência, blablablabla.

Bia e eu temos visto alguns filmes (Diamante de Sangue, O Último Rei da Escócia, etc) que incomodam por causa do aspecto político, normalmente ligados a colonizadores como EUA e Inglaterra.

E não é necessário ver os filmes, é só prestar atenção no noticiário. Esse de hoje é mais um exemplo. Assim como no Iraque, os EUA/Inglaterra colocam um ditador sanguinário no poder com a intenção de frear comunistas/muçulmanos ou quaisquer outros povos que não se encaixem no perfil servil que desejam.

Abastecem o sujeito de dinheiro, e quase sempre o poder/dinheiro sobe à cabeça e o cara começa a matar todos e querer dominar o mundo, igual ao Cérebro do Pinky & Cérebro. Começam a falar grosso, aumentar preço de petróleo, ameaçar fazer bomba atômica.

E os EUA? Fingem que não têm nada com isso, e mandam outra pessoa lá pra derrubar o mal-agradecido. Foi o que aconteceu no Paquistão. Os EUA colocaram o maluco do Pervez Musharraf, mas esse começou a dar abrigo para a Al-Qaeda, etc, e o que fizeram?

Mandaram pra lá a ex-primeira-ministra, capacho dos yankees, atolada até o pescoço em denúncias de corrupção.

Ela chega, começa a fazer comício em carro aberto, pede a renúncia do presidente, etc. Sofre um atentado, escapa. Continua falando, fazendo comício, e hoje não escapou.

E os EUA? Ah, já devem estar no ar-condicionado preparando mais gente pra mandar pra lá para morrer. Gente não-americana, de preferência, para morrer "em nome da liberdade$$$"!

4.12.07

Chávez, os liberais e a democracia sem povo

Achei um espetáculo o "NÃO" do povo venezuelano à proposta de mudança constitucional que, dentre outras coisas, permitiria ao bobalhão Hugo Chávez se candidatar novamente nas próximas eleições presidenciais.

Mas não foi só pra fazer biquinho e engrossar o coro do esporte nacional que se tornou falar que "Chávez vai virar um ditador", "Esse homem vai acabar com o mundo".

Foi porque ele subestimou a capacidade popular, acreditou que o referendo era apenas a assinatura que faltava no cheque em branco pra fazer o que quisesse. Mas o povo não assinou.

Isso é o que me chama a atenção. E por isso vejo de maneira diferente essa tentativa do Chávez. Apesar de todos quererem dizer que ele é parecido com o Lula (porque ele se intitula "socialista", sejá lá o que quer dizer essa palavra hoje em dia), eu acho que ele é parecido com os liberais, principalmente com os tucanos.

"Você está maluco, seu petista? Por quê?" :-)

Porque ele, assim como FHC e os refinados doutores tucanos, acreditam que é possível governar sem o povo. Ele, como FHC e os intelectuais do PSDB, acreditam que sabem o que é melhor para o povo, que não se pode deixar a população escolher tudo, porque eles não sabem escolher. Palavras do próprio FHC (estou procurando o link pra colocar aqui) que, há poucos dias, afirmou que o fato de Chávez fazer plebiscitos, referendos, consultas populares não era sinal de democracia porque "há coisas que não se pode submeter à apreciação popular. Pena de morte, por exemplo, se fizer plebiscito no Brasil, ganha, e não pode ganhar".

Santa arrogância, Batman! Senhor FHC, o senhor é um fanfarrão! Foi eleito pelo povo e vive a zombar de nossa inteligência. Acho que é o José Simão que fala, que os tucanos "se reúnem em Nova York pra discutir o Brasil". Se o senhor é colocado pelo povo, e o povo deseja alguma coisa, o senhor deve fazer. Isso é democracia, o poder que vem do povo e por ele deve ser exercido. O senhor seria (como foi) um funcionário público encarregado de executar as ordens do povo. Entendeu ou quer que desenhe?

Chegar lá em cima e dizer que estudou e que por isso sabe o que é melhor para o povo e que seria temerário fazer consultas populares é que é ser ditador, na minha opinião.

O povo já deu demonstrações de que não é tão burro quanto boa parte da imprensa e dos políticos acredita. Desconfiou da mega-campanha da Globo pelo desarmamento disse "não". Nâo engoliu a campanha da mídia à época da eleição e preferiu olhar para sua própria casa e verificar que suas condições de vida tinham melhorado, apesar de a imprensa dizer que o governo Lula é péssimo. E deu a ele mais um mandato.

E agora, graças à atuação dos estudantes (porque se dependesse dos políticos da oposição, que se recusam a ir para as ruas, que nem participam das eleições, o SIM ganharia folgado), o povo venezuelano disse NÃO. Como publicou o Estadão, "A reação ao autoritarismo de Chávez deveu-se a movimentos espontâneos e informais, fora dos quadros partidários."

"Foi decisivo o papel desempenhado pelo movimento estudantil. O apoio ao NÃO só começou de fato a crescer depois que os estudantes se mobilizaram via internet e celulares e ocuparam as ruas de Caracas" (leia mais aqui)

Não serão os discursos de FHC, de ACM Neto ou de Demóstenes Torres, oportunistas, que irão derrubar Chávez, Lula ou qualquer outro. É o povo que coloca e que tira. Mais uma vez isso acontece, mais uma vez os intelectuais ficam de boca aberta.

Esse modelo liberal, de gerenciar o país como uma empresa, do capitalismo selvagem onde manda quem pode, obedece quem tem juízo, não funciona. Pobre tem que ser ajudado sim. E é por isso que, em NENHUM dos países "vedetes" do mundo capitalista - os BRICs, entre as quais o Brasil está incluído, elege mais esse tipo de governo "choque de gestão", porque não funciona. Na Rússia, onde houve eleições semana passada, os partidos liberais ficaram abaixo da cláusula de barreira de 7%.

Para os liberais, mudar as regras do jogo - incluindo caminhões de dinheiro para comprar os votos - para favorecer o governo, como fez FHC com sua reeleição em 1998, pode. Já se for outro partido, fazer coisa parecida, como o hipotético "golpe do terceiro mandato para Lula", não pode.

Ambos seriam mudar a regra do jogo. A diferença é uma só: no caso de FHC, o povo não foi convidado a opinar sobre a reeleição. Nesse hipotético (ressalto o hipotético porque todos os analistas políticos que leio afirmam que é uma nuvem de fumaça alimentada pela própria oposição só para tumultuar, porque ninguém do governo dá respaldo a essa idéia de terceiro mandato), haveria um referendo, ou coisa parecida, e o povo decidiria se gostaria ou não de permitir a um governante se candidatar novamente.

Antes que me acusem de "conspirar pelo terceiro mandato", eu sou contra. Acho que a alternância de poder é saudável e fundamental para a democracia. Só não aceito que a coisa seja colocada da forma como está, e por quem não tem nenhum respaldo moral nem ético para fazê-lo. Os argumentos devem ser outros.

Como bem diz o Alon, "Resta a choradeira dos derrotados. Essa turma é assim mesmo. Acusam os outros de não serem democratas, mas nunca aceitam perder eleições".

O povo não quer vocês de volta, meus amigos. O povo quer comida na barriga, emprego, melhoria de vida. O povo quer ser ouvido, quer participar das decisões. Não quer ser tratado, como pregam os liberais, como meros consumidores dos produtos e serviços das empresas que vêm investir aqui. Entendam isso.

Entendam que o governo atual, apesar de inúmeros erros, de inúmeros casos de incompetência, de falta de capacidade, de planejamento, CUIDA DO POVO, melhora a vida dos pobres, coisa que vocês nunca fizeram, porque não está nos seus manuais de economia, porque é "gasto", e não "investimento".

Com a palavra, nosso ex-prefeito e ministro, o sensacional Patrus Ananias, falando sobre o fato de termos atingido o status de nação desenvolvida, segundo o IDH semana passada:

"Estamos saldando nossa dívida social. Para continuarmos nesse caminho, temos de trabalhar pela evolução de nossas políticas de modo a manter e ampliar o processo de distribuição de riquezas produzido pelo nosso país. Os países que hoje ostentam os melhores índices de desenvolvimento humano estruturaram suas políticas sociais há mais de cem anos e as mantiveram, observando uma linha evolutiva de direitos, de maneira a acompanhar as demandas da sociedade, na perspectiva do Estado do Bem Estar Social. E esse é nosso objetivo: construir uma nação que, num futuro próximo, garanta direitos e oportunidades iguais para todo. As condições matérias estão dadas para isso."

Não, não vão entender. Porque vocês acham que são superiores, que não são povo, esse é o grande erro. Mas, infelizmente para vocês, ainda não inventaram a democracia sem povo.

29.11.07

Está chegando perto...

O tucanoduto, ou o mensalão mineiro, está chegando perigosamente perto do governador carioca de Minas Gerais, Aécio Neves.

Depois da bomba chegar ao seu líder de governo na Assembléia, Danilo de Castro, e ao secretário Mauri Torres, que avalizaram empréstimo "regular, de natureza particular" do Banco Rural à agência de Marcos Valério em 2004 (portanto, já no governo Aécio) (leia aqui) agora já começa a aparecer o nome da toda-poderosa co-governadora irmã Andréa Neves.

Nota: qual a chance de um empréstimo envolvendo políticos, Marcos Valério e o Banco Rural ser "transparente" e "regular, de natureza particular"? Alguém ainda tem coragem de contar essa história?

Claro que a notícia não saiu nem vai sair em Minas, então segue o texto e o link para a Folha de São Paulo, onde assinantes podem ler na íntegra. Enquanto isso, aqui no Estado da Fantasia, onde o governador nem aparece, a não ser pra fazer discurso com Lula ou Pimentel, vai tudo bem, isso é complô dos paulistas contra MINAS!!!!.

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Uma sócia de Andréa Neves -irmã do governador Aécio Neves (PSDB-MG)- é citada no inquérito da Polícia Federal sobre o valerioduto tucano como beneficiária, em 31 de agosto de 1998, de um saque de R$ 15 mil de uma conta controlada por Marcos Valério.

Quando recebeu o depósito de um cheque do Banco Rural emitido pela SMPB, Lídia Maria Alonso Lima era funcionária da Comercial Factoring, de Andréa Neves, presidente do Servas (o serviço de assistência social do governo mineiro). Factorings são empresas que compram, com deságio, duplicatas ou cheques pré-datados.
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28.11.07

Por que não te calas, FHC?

Depois de falar bobagem, criticar o presidente Lula dizendo, inclusive com um sutil desvio das regras gramaticais, que o Brasil não aceita um presidente sem educação, FHC tomou o troco de Lula ontem à noite e agora diz que "não foi bem isso o que quis dizer".

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Na Folha:

O presidente disse que que as declarações do tucano não o incomodam, pois ele tem razão. "Não, não incomoda. Eu só posso dar exemplo quando deixar a presidência. Quando deixar a presidência, quero mostrar que é plenamente possível um presidente da República, depois de cumprir o seu mandato, fechar a boca e deixar o outro governar", completou.

"Ele tem razão. Obviamente que se comparar a educação, a formação intelectual do Fernando Henrique Cardoso, ele é muito mais estudado do que eu. Agora, é verdade que ele teve mais anos de escolaridade, mas é verdade que eu sei governar melhor do que ele", disse Lula.
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Abaixo, uma das charges sempre impagáveis de Maurício Ricardo, e o vídeo do "Isso é amor mal-compreendido entre nós dois", do "Explicando Henrique Cardoso".

Aliás, esse "amor mal-compreendido" é apenas a admissão do que todos já sabem, mas os tucanos não aceitam: que Lula gostaria de ter a intelectualidade de FHC, e FHC gostaria de ter o carisma de Lula.






26.11.07

Raça, amor e paixão

Hoje não tem texto, só foto, vídeo e alma lavada para a maior reação de todos os tempos do maior time do mundo, da maior torcida do mundo!















23.11.07

Manchetes do dia - o bico dobrado e os jornais chapa-branca

A exemplo do Josias, reproduzo as manchetes dos principais jornais do Brasil, destacando, por minha conta, em negrito, as palavras que "fortalecem" a mensagem.

Vejam se é implicância minha ou se um dos jornais, quando não pode mais esconder um assunto, divulga-o de maneira bem mais atenuada, evitando palavras pesadas. Será que é pra não irritar o super-governador-biônico-que-mora-no-Rio?

A Andréa Neves deve ter um "Google às avessas", procurando por palavras-chave "aécio", "tucano", "psdb" e proibindo de associá-las às palavras "mensalão", "corrupção", "crime". Como já disse aqui, ela tem o hábito de "visitar" a redação dos jornais, "corrigindo" alguns títulos e textos. E nunca é demais lembrar que, além de ser pra lá de chegado de Azeredo, Clésio e Walfrido, Aécio foi beneficiado com R$ 110 mil desse dinheiro público desviado no tucanoduto (leia aqui).

Brasil:

- JB: Mensalão tucano derruba ministro do governo Lula

- Folha: Procurador denuncia esquema de corrupção do PSDB; Walfrido cai

- Estadão: Denúncia de mensalão tucano derruba ministro de Lula

- Globo: Mensalão tucano de Minas derruba ministro de Lula

Minas Gerais:

- Estado de Minas: Walfrido se afasta após a denúncia de caixa 2

- Hoje em Dia: Walfrido deixa o governo

- O Tempo: Denúncia de valerioduto derruba ministro Mares Guia.

Aparece a expressão "mensalão tucano" em 3 dos jornais de circulação nacional e "esquema de corrupção do PSDB" no restante. Ponto pra eles, que mostraram imparcialidade desta vez, pois, no escândalo anterior, as manchetes eram "mensalão do PT"

Já nos jornais de Minas, usa-se apenas "denúncia" em dois deles, sem dizer a que se refere... não é mensalão, não é corrupção, não foi feito pelo PSDB, não foi feito em Minas Gerais...

Não é coincidência, nem implicância minha, mas não fica claro que, para o Brasil, está se denunciando um esquema feito pelo PSDB em Minas Gerais, enquanto que, para os jornais mineiros, é uma denúncia que envolve um ministro do governo apenas?

O fato de envolver um esquema de corrupção, que envolveu dinheiro público, e de ter acontecido quando o mencionado coordenava a campanha do PSDB à reeleição em Minas Gerais, que doou dinheiro a mais de uma centena de pessoas, entre elas o atual governador não é digno de nota, certo?

Detalhe: o procurador já disse que, apesar de alguns jornais "chapa-branca" e do PSDB , na pessoa de seus comandantes Tasso Jereissati e Fernando Henrique Cardoso insistirem, NÃO É "só" caixa 2, mas um "esquema criminoso" que envolve dinheiro público.

Demonstra, de resto, que foram borrifadas na contabilidade eleitoral de Azeredo pelo menos R$ 3,5 milhões em verbas públicas. O procurador distribuiu assim a tunga: R$ 1,5 milhão da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais); R$ 1,5 milhão da Comig (Companhia Mineradora de Minas Gerais); e R$ 500 mil do Bemge (Banco do Estado de Minas Gerais).

Segundo FHC (na "frase do dia" do Blog do Noblat):
"Não, mensalão é outra coisa, houve no tempo do presidente Lula. Significa gente recebendo dinheiro para votar com o governo. Em Minas é outra coisa, foi dinheiro para campanha. Também não é certo, mas são duas coisas diferentes."

É, mesmo, ex-presidente-cara-de-pau?

Então, vamos a alguns trechos da denúncia do procurador Antonio Fernando:

“Assim, tem início a parceria que resultaria, já em 1998, no desvio de pelo menos R$ 3,5 milhões dos cofres públicos do Estado de Minas Gerais para a campanha de reeleição de Eduardo Azeredo, tendo como candidato a vice Clésio Andrade, e, anos mais tarde, nos fatos descritos na denúncia oferecida no inquérito n.º 2245”, o caso da quadrilha dos 40 do mensalão petista."

Decorridos cerca de dois anos do ingresso de Clésio Andrade e Marcos Valério na SMP&B, “inicia-se a montagem do esquema que viabilizou o criminoso financiamento da campanha eleitoral” da chapa Azeredo/Clésio. Um esquema que, segundo o procurador-geral, funcionou assim:

1) desvio de recursos públicos do Estado de Minas Gerais, diretamente ou tendo como fonte empresas estatais;

2) repasse de verbas de empresas privadas com interesses econômicos perante o Estado de Minas Gerais, notadamente empreiteiras e bancos, por intermédio da engrenagem ilícita arquitetada por Clésio Andrade, Cristiano Paz, Ramon Hollerbach e Marcos Valério, em conjunto com o Banco Rural;

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- A denúncia tem como objeto o desvio de recurso público e sua utilização na campanha. E o ministro [Walfrido Mares] é co-autor dela porque participou dos atos que engendraram esse esquema.

- O procedimento do desvio e repasse de dinheiro é o mesmo. Os fatos não são exatamente iguais. Os objetivos são diferentes. Mas isso para o Ministério Público não importa. O que é importa é que os fatos denunciados sejam apreciados e recebidos pelo Judiciário.

- [Os indícios de uso de dinheiro público] são tão claros quanto o outro mensalão. Só que aqui há somente desvio de recurso público utilizado exclusivamente em campanha.

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Denúncia do procurador dobra o bico dos tucanos

Nem FHC nem Serra nem Aécio. A grande estrela do 3o Congresso do PSDB é o procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza. A denúncia do tucanoduto trovejou sobre a festa do PSDB num instante em que o partido preparava-se para pôr o bico no trombone.

Planejara-se, por exemplo, demarcar as “diferenças” entre o PSDB e o PT na seara ética. Em documentos preparatórios, o PSDB mencionara a corrupção da era petista como parte da “herança nefasta” que será deixada por Lula. O procurador-geral tratou de chamar o feito à ordem, como dizem os advogados.

O grande protagonista da denúncia do Ministério Público (íntegra aqui) é o senador Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas e ex-presidente nacional do PSDB. Antonio Fernando acusa-o de ter constituído um pé-de-meia eleitoral espúrio na campanha de 1998, quando tentava reeleger-se governador mineiro. Algo que o denunciado nega.

22.11.07

A hipocrisia do cidadão

Li esse texto, do Roberto Motta, um leitor do Blog do Noblat como eu e, provavelmente, você, que lê o meu blog :-)

A gente lê, relê, desanima, tenta achar uma saída. Não tem jeito, porque é exatamente isso: a maioria de nós, brasileiros, cometemos pequenos (e/ou médios e/ou grandes) delitos o tempo todo, e nos achamos no direito de reclamar do governo, reclamar dos impostos, reclamar da violência, reclamar da falta de educação do outro.

Mas furamos sinal, jogamos lixo no chão, paramos em fila dupla ou em cima da faixa de pedestre, subornamos policiais, adulteramos medidores de energia elétrica e água, fazemos gato de TV a cabo, compramos CDs e DVDs piratas, jogamos no bicho, fazemos carteirinha falsa de estudante, deixamos de pedir nota fiscal, votamos no amigo do cunhado da tia, sem saber das suas propostas.

E, no fim, reclamamos dos impostos que ajudamos a sonegar, colocamos a culpa nos políticos, nos pobres, nos "ignorantes que não sabem votar, que são manipulados pelos 'bolsas-pobre' do governo".

Nossos delitos? Ah, eles são justificados com aquelas frases: "é só um minutinho", "não estou fazendo mal a ninguém", "não vou resolver sozinho os problemas do mundo", "pra que vou pagar impostos pra esse governo ladrão", etc...

A gente deveria fazer o básico, como pregavam os incas. Aprendi isso há alguns dias, lendo um texto acho que da Maria Helena Rubinato. Segundo os incas quem obedecesse aos preceitos ‘ama sua, ama lulla, ama chella’ (‘não roube, não minta e não seja preguiçoso’), quando morresse iria viver ao calor do sol. Os outros passariam os dias eternamente na terra fria. Nós estamos fazendo nossa terra cada vez mais fria, injusta, insuportável de viver. Porque mentimos, roubamos e temos preguiça. Básico.

Segue o texto do Roberto Motta:

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Os valores de uma sociedade vêm das crenças e das ações dos homens que fazem parte dela. São esses valores que serão representados pelos políticos e administradores públicos que vão decidir os rumos do país.

Uma sociedade não pode eleger representantes melhores que ela. Uma sociedade que acha normal jogar no bicho não pode esperar que os seus representantes combatam o crime. Uma nação que se utiliza da propina para resolver entraves burocráticos, não tem o direito – e nem a mínima possibilidade – de exigir que seus representantes não façam o mesmo. No Brasil, a propina vai de baixo para cima.

É a hipocrisia nacional: as pessoas acreditam que, embora façam o que quiserem, o resto do país deveria obedecer a lei.

É o pobre que reclama do crime, mas joga no bicho, e com isso sustenta seus algozes.

É a hipocrisia do cidadão que compra uma carteira de estudante, e do legislador que força o cinema a vender-lhe meia-entrada. É a cara-de-pau das instituições “estudantis” que compactuam com essa farsa.
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14.11.07

Tem que pagar!

É muito fácil embarcar no discurso da "zelite", que ficam apurrinhando nossa cabeça com o fim da CPMF que, pra mim e pra muita gente, é o único imposto que não tem jeito de sonegar. Por isso é tão combatido pelos "liberais", grandes empresários e outras raças de financiadores de campanha do PSDB e dos "Demos".

É sempre o mesmo povo, o que criou o "Cansei" (e não conseguiu nos fazer embarcar nessa), cujo mentor pede para que sonegação de impostos não seja considerada crime, que bastaria o cara pagar o que deve e pronto. Fácil a vida deles, né?

O PSDB então, coitado (coitado?), fica entre a cruz e a espada. Tem que governar Minas e Sâo Paulo, e sonhar em governar o país com esses R$ 40 bi da CPMF, mas tem que prestar contas aos seus financiadores, que não querem pagar esse imposto "insonegável". Pra que brigar pra reduzir outras alíquotas? Essas eles não pagam mesmo... só nós, pequenos empresários e classe média, pagamos esse monte de impostos, e só nós temos o direito de pedir um alívio nessa carga. Eles não. Choram de barriga (muito) cheia.

No texto abaixo, copiado do Blog do Josias, Dr. Adib Jatene, criador da CPMF, esclarece os motivos pelos quais defende a permanência do imposto, mesmo não participando do governo atual.

Dr. Jatene, que foi enganado por FHC quando este lhe prometeu que o dinheiro da CPMF iria pra saúde (o que o levou a deixar o Ministério da Saúde na época), esteve presente num desses jantares de empresários, onde se reúne a nata da reclamação de carga tributária, mas também a nata da sonegação de impostos no país.


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“Dedo em riste, falando alto, o cardiologista Adib Jatene, ‘pai’ da CPMF e um dos maiores defensores da contribuição, diz a Paulo Skaf, presidente da Fiesp e que defende o fim do imposto: ‘No dia em que a riqueza e a herança forem taxadas, nós concordamos com o fim da CPMF. Enquanto vocês não toparem, não concordamos. Os ricos não pagam imposto e por isso o Brasil é tão desigual. Têm que pagar! Os ricos têm que pagar para distribuir renda’.

Numa das rodas formadas no jantar beneficente para arrecadar fundos para o Incor, no restaurante A Figueira Rubaiyat, Skaf, cercado por médicos e políticos do PT que apóiam o imposto do cheque, tenta rebater: ‘Mas, doutor Jatene, a carga no Brasil é muito alta!’. E Jatene: ‘Não é, não! É baixa. Têm que pagar mais’. Skaf continua: ‘A CPMF foi criada para financiar a saúde e o governo tirou o dinheiro da saúde. O senhor não se sente enganado?’. E Jatene: ‘Eu, não! Por que vocês não combatem a Cofins (contribuição para financiamento da seguridade social), que tem alíquota de 9% e arrecada R$ 100 bilhões? A CPMF tem alíquota de 0,38% e arrecada só R$ 30 bilhões’. Skaf diz: ‘A Cofins não está em pauta. O que está em discussão é a CPMF’. ‘É que a CPMF não dá para sonegar!’, diz Jatene.
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10.11.07

Imaginei - por Cristóvam Buarque

Reprodução na íntegra, por ser obrigatória, e sem qualquer comentário, por ser desnecessário.

Fica como sendo meu registro apenas a admiração pela obstinação do senador Cristóvam Buarque pela educação que, faz com que ele, como Eduardo Suplicy e Pedro Simon, sejam figuras vistas como diferentes (até folclóricas), por lutarem, sem interesses próprios, pelas verdadeiras causas pelas quais todos os nosssos governantes deveriam lutar, por serem nossos representantes. Infelizmente.

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Imaginei

Depois de me cansar dos problemas sociais brasileiros, despertei para o fato de que a solução está em uma revolução na educação. Nesta mesma coluna, publiquei dois artigos sobre o “cansei” e o “despertei”.

Agora, imaginei que todas as crianças brasileiras, entre quatro e dezoito anos, estavam assistindo aula. Não apenas matriculadas, mas freqüentando, assistindo, aprendendo, até o final do Ensino Médio. Imaginei que o dia escolar começaria na hora certa, e todas as crianças ouviriam juntas o Hino Nacional. Cada aula duraria o tempo previsto. Imaginei todas as crianças em bonitos uniformes, sem diferenças por renda, luxo, pobreza.

Imaginei que nenhuma criança iria embora logo após a merenda, e que depois do almoço elas ainda teriam atividades escolares complementares: nadariam, pintariam, jogariam, ouviriam música, aprenderiam idiomas, leriam, fariam trabalhos comunitários, assistiriam a filmes, fariam experiências científicas, teatro, dança, aprenderiam a tocar instrumentos musicais.

Imaginei que todas chegariam ao final do ano e passariam nos exames, por terem aprendido, sem necessidade de promoção automática. Que todos os jovens concluiriam o Ensino Médio, salvo raras exceções por motivos de saúde. E que o Ensino Médio teria 4 anos, garantindo também o domínio de um ofício, ensinado na própria escola. Todos aprenderiam a se deslumbrar com as belezas do mundo, a se indignar com suas injustiças, a entender a lógica das coisas, a querer fazer um planeta melhor e mais belo, a sobreviver dignamente no atual mundo do conhecimento.

Imaginei que todos os professores seriam muito bem remunerados, dedicados e bem formados. Que nenhum professor precisaria parar as aulas para pedir aumento de salário. Que um Plano Nacional de Carreira quebraria a vergonhosa desigualdade na qualificação e na remuneração dos professores, dependendo do Município e do Estado. E que todos os nossos professores disporiam dos mais modernos equipamentos pedagógicos, cujo uso dominariam. Cheguei a imaginar que, quando nascesse uma criança, seus pais desejassem para ela a profissão de professor.

Imaginei o fim da desigualdade na qualidade da educação no nosso país, e que a escola dos pobres seria igual à escola dos ricos, a dos morros igual à dos condomínios, todas com a máxima qualidade. Imaginei a escola do Brasil igual às melhores do mundo. Jovens disputando o vestibular em igualdade de condições, independentemente da renda de sua família e da cidade onde vivessem. E a universidade recebendo assim os melhores dos melhores entre todos os brasileiros, com a máxima formação, e não apenas os melhores entre os poucos que concluem o Ensino Médio, com a mínima qualificação. Imaginei que os melhores desses novos alunos optariam pela Carreira Nacional do Magistério. Imaginei a dinâmica e força dessa nova universidade, as pesquisas que ela desenvolveria, os profissionais que formaria, imaginei até os prêmios Nobel que o Brasil receberia.

Imaginei como estariam o desemprego, a violência, a corrupção, a desigualdade, a pobreza, a eficiência, a auto-estima, a participação, a cidadania, a economia, a saúde, a ciência e tecnologia, o meio ambiente, quando todos os brasileiros tivessem uma educação da maior qualidade. Vi que tinha imaginado um Brasil completamente diferente daquele que a realidade nos faz temer, porque o futuro tem a cara que as escolas têm no presente.

Então imaginei o mais difícil: que todos acreditariam que tudo isso era possível e necessário. Pensei que, se todos imaginássemos juntos, o caminho estaria aberto para transformar a imaginação em realidade. Que se os diferentes partidos, em sucessivos governos, se unissem para fazer aquilo que imaginei, o imaginado aconteceria.

Foi então que li no jornal que isso havia acontecido! O presidente e os governadores de diferentes partidos tinham se unido e feito um pacto em torno de um projeto que levará sete anos, quase o tempo suficiente para toda uma geração concluir o Ensino Fundamental. Mas era para a Copa do Mundo.

Cristóvam Buarque é senador (PDT-DF)
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9.11.07

É Copa do Mundo ou Vale-Tudo, Aécio?

Agora que acabou a primeira farra do "A Copa do Mundo é nossa", que levou 13 governadores para a Suíça presenciarem o anúncio do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014, já começou a aparecer o lado podre da festa.

Primeiro que já era suspeito esse tanto de gente ir passear na Suíça, com o pretexto de "fazer pressão pela candidatura do Brasil", se o Brasil era candidato único e era só uma formalidade.

Segundo que o anúncio foi na terça ou quarta, o cara mais importante da festa, que foi o presidente Lula, chegou no dia do anúncio. Já oportunistas como Aécio Neves chegaram no fim de semana anterior, e aproveitaram pra passear. Ah, tá, eles ficaram trabalhando o fim de semana pela candidatura do Brasil...

Nessa festança, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira apresentou a fatura: quem quiser ser sede da Copa tem que trabalhar pra abafar a CPMI (CPI mista) que investigaria as falcatruas cometidas pelos dirigentes do Corinthians nos últimos anos, coisa que certamente respingaria na CBF.

O resultado saiu ontem, 08/11: o pedido de instalação da CPMI foi rejeitado por faltarem 2 ou 3 assinaturas, sendo que havia mais de 100 de sobra há uma semana. 111 parlamentares (105 deputados e 6 senadores) retiraram suas assinaturas e ajudaram a enterrar ainda mais a reputação dos políticos. Quem foi o que mais trabalhou por essas retiradas? Ele, Aécio Neves. Saiu alguma coisa em jornais de Minas? Não, não saiu. Reproduzo abaixo então, as notícias que saíram no Globo sobre o assunto.

Incluo o link para a lista de parlamentares que retiraram suas assinaturas, entre eles, para minha decepção, está a deputada em quem voto desde que era vereadora, Jô Moraes (PCdoB), a quem vou questionar por e-mail sobre os motivos da retirada, e pretendo nunca mais votar nela.

Minas Gerais é estado campeão na 'deserção' da CPI do Corinthians

Evandro Éboli - O Globo
BRASÍLIA - Dos 105 deputados federais que retiraram suas assinaturas do requerimento de abertura da CPI que investigaria a relação entre o Corinthians e o MSI, além de outras questões de futebol, 22 são de Minas Gerais. Foi o estado que teve o maior número de parlamentares que recuaram na assinatura. O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), está empenhado em não apenas ser uma das sedes da Copa do Mundo de 2014 como briga para levar para Belo Horizonte a partida entre as seleções do Brasil e da Argentina, pelas eliminatórias da Copa de 2010. O jogo será no ano que vem.

Todos os seis deputados do PSDB mineiro assinaram, para em seguida retirar suas assinaturas da CPI. São eles: Bonifácio Andrada, Eduardo Barbosa, Nárcio Rodrigues, Paulo Abi-Ackel, Rafael Guerra e Rodrigo de Castro. Este último é filho do ex-deputado Danilo de Castro, secretário de governo de Aécio. Ao todo, 13 tucanos de todo o país retiraram suas assinaturas. Silvio Torres (PSDB-SP), autor do pedido de CPI, disse que faltou solidadriedade de seu partido e disse que eles não resistiram às pressões da CBF e dos governadores de seus estados.

CPI do Corinthians: Confira a lista de parlamentares que retiraram assinaturas

8.11.07

Radares em BH - todos unidos a favor da transgressão da lei...

Acabei de receber pela sexta vez e-mail de amigo com o "mapa dos novos radares em BH". Parece um recorte de jornal, ou montagem similar, mostrando as ruas onde serão (ou foram, sei lá) implantados os novos detectores de velocidade acima do limite, avanço de sinal e o mais novo (excelente!) que detecta se o sujeito pára o veículo em cima da faixa de pedestres.

Engraçado que pra esse tipo de coisa as pessoas se mobilizam, espalham, como se fosse um absurdo que todos tivessem que combater unidos.

Esta semana o Detran anunciou o emplacamento de número 1 milhão, que o Estrago de Minas informou erroneamente serem 1 milhão de veículos nas ruas (e os que já saíram de circulação, velhos, roubados, destruídos? É muito mesmo, mas custa dar a notícia correta? Aliás, tem-se o número correto?).

O trânsito está um horror, hoje levei 45 minutos do Detran da Gameleira até o centro da cidade, às 9h da manhã. Não sei qual a velocidade média que conseguimos desenvolver com esse trânsito ridículo de BH, mas imagino que não passe de 30 Km/h. Então pra que chiar do limite de 60?

Nas estradas e vias expresas em boas condições, como a Via Expressa de BH, acho 70 ou 80 Km/h realmente pouco. Mas, nas ruas e avenidas, 60 Km/h dentro da cidade está de bom tamanho.

Sugiro, inclusive, fazer o que me disseram que faziam em Vitória(ES) na década de 1990, onde trabalhei num projeto de automação por mais de um ano: colocar algumas caixinhas de radares sem nada dentro. Ficava mais barato e os motoristas andavam devagar do mesmo jeito. E, periodicamente, mudavam os radares "verdadeiros" de caixinha, pra ninguém decorar. Não sei se isso é verdade, mas acho bom.

Detector de avanço de sinal deveria ter em todos os semáforos (sei que é problema de custo). Detector de avançar sobre a faixa de pedestre também, e deveria ser a multa mais alta de todas, porque é o cúmulo da falta de respeito: o sujeito não ganha nada com esses centímetros à frente, mas atrapalha dezenas de pessoas. Pra mim tinha que ir é preso o cara que pára na faixa de pedestre.

As pessoas estão com um sério problema de distorção de valores: furar sinal ou andar acima da velocidade não é crime, porque "é um absurdo um trabalhador honesto, que paga suas contas em dia, ser multado" (ouço e leio isso desde sempre). E quem anda dentro da lei é mané, como eu. Se você está a exatos 60Km/h numa via onde o limite é 60Km/h, não fica 30 segundos sem ouvir buzina ou sujeito piscar farol pra você sair. Já até ouvi que "na faixa da esquerda, deve-se andar no mínimo à velocidade máxima permitida" :-)

Por isso eu estou tranqüilo. Não preciso saber onde tem radar, porque eles não me pegam. Não me estresso (mais do que já é o normal com esse trânsito pavoroso), não tomo multa e fico de consciência limpa. E, como meu pai sempre disse, gente mal-educada só aprende as coisas quando sofre no bolso. Que sofram, então, até aprenderem a se comportar em comunidade.

Atualização de 13/11/07: Valeu, Drews, por mais uma brilhante intervenção. O Drews indica a matéria disponível no britânico Guardian em que mostra, infelizmente, que espertalhões e vândalos também existem em países mais civilizados que o nosso. Mas que há que se insistir, o excesso de velocidade é causa de boa parte dos acidentes, isso é comprovado cientificamente, e deve, sim, ser rigorosamente fiscalizada.

7.11.07

Essa é corajosa! Palmas pra ela

Consegui achar uma notícia falando a verdade sobre nosso governador virtual-cortador-de-despesas-sério-onipotente-onipresente(mesmo morando no Rio)-onisciente.

E saiu num jornal que é de propriedade de um deputado do PSDB!!!

Corajosa essa Amália Goulart. Vamos anotar o nome dela e ver se vai publicar mais alguma coisa neste ou em algum outro jornal do estado. Na minha opinião, ela deve ter sido encontrada pela Andréa "Golbery" Neves e a essa altura deve estar mandando currículos...

Falando sobre o conteúdo, nada surpreendente. Na imprensa, ele corta gastos (corta mesmo, deixa as repartições públicas sem condições de trabalho, as estradas estaduais abandonadas). Nos bastidores, faz a festa dos amigos, aprovando os famosos "trenzinhos da alegria".


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Governo sanciona o "Trem da Alegria" - O Tempo, 07/11/2007
http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdNoticia=61244

Funcionários que não prestaram concurso na ALMG pegam carona em projeto que efetiva 98 mil servidores da educação

AMÁLIA GOULART

Noventa e oito mil servidores da educação e 499 da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, que ingressaram no poder público sem concurso, conseguiram ontem o sonho de qualquer funcionário: foram efetivados pelo Estado por meio de um "Trem da Alegria". O governador Aécio Neves (PSDB) sancionou o projeto de lei complementar (que agora tornou-se lei nº 100) que concede a prerrogativa aos servidores. A proposta inicial, de autoria do próprio chefe do Executivo estadual, contemplava apenas os funcionários da educação.

Um dia antes da votação da matéria em segundo turno, na Assembléia, os deputados incluíram um substitutivo estendendo os benefícios àqueles lotados na área administrativa da Casa. O governador não vetou a medida. A matéria foi tema de discussão e impasse no Legislativo. A oposição considera toda a proposta inconstitucional com o argumento de que a legislação federal prevê que apenas concursados são efetivos.

Com a sanção do projeto, o Estado está apto a contrair empréstimos. Ele precisava ver a matéria aprovada para obter do Ministério da Previdência uma certidão negativa de débitos previdenciários. O documento era concedido ao governo por meio de uma liminar judicial que vencia neste mês. O acordo feito com o Ministério dizia respeito apenas aos servidores da educação. O líder do governo na Assembléia, deputado Mauri Torres (PSDB), disse que a inclusão dos funcionários da Casa no projeto não irá afetar a emissão da certidão. "Isto não prejudica os entendimentos com o Ministério. Naturalmente ele e o Tesouro Nacional podem liberar o certificado de regularidade", afirmou.

O acordo entre os entes foi acertado porque o Estado tinha uma dívida de bilhões de reais com a União. Tudo porque ele recolheu a contribuição previdenciária dos 98 mil servidores da educação, mas não repassou ao INSS por uma questão considerada técnica. Com o débito previdenciário, a certidão foi barrada pelo governo federal. Para que a situação se normalizasse o Estado teria que assumir os funcionários, no regime próprio de previdência, por meio de um projeto de lei.

Os deputados viram na fragilidade da proposta a possibilidade de colocar um vagão no "Trem da Alegria", inserindo na matéria os servidores da Assembléia. Entre os funcionários do Legislativo contemplados estão médicos, dentistas e psicólogos. Os servidores da Casa estão divididos em duas classes: os chamados função pública e os do quadro suplementar. Todos eles entraram no Estado antes da Constituição de 1988, que exigia o concurso público, mas não foram efetivados na época porque não tinham tempo de serviço ou um tipo de contrato necessário para a prerrogativa.

Os de função pública ganharam o status de efetivos com a emenda constitucional nº 49, elaborada pelo governo estadual. O problema é que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) contestando a medida.
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1.11.07

Apagão de moral, de justiça, de credibilidade, de tudo!

Para mim o caso abaixo, que aconteceu ontem (e saiu no Blog do Noblat e do Josias, não sei se saiu no Jornal Nacional, mas NÃO saiu no Estrago de Minas), é mais escandaloso que o mensalão, que o seu pai, o mensalão tucano do Azeredo, que o caos aéreo, que qualquer outra coisa, porque representa o absurdo que é a nossa estrutura judiciária.

Esse senhor Ronaldo Cunha Lima (PSDB-PB) deu sei lá quantos tiros no seu adversário político, o então governador Tarcísio Burity, num restaurante, na frente de todos, confiante na impunidade que é caraterística dos ricos, políticos e, mais ainda se são políticos ricos de oligarquias nordestinas ou de São João del Rei. Isso aconteceu em 1993.

Como parlamentar (ódio desse foro privilegiado), o caso ficou cozinhando até chegar ao Supremo Tribunal Federal. Passaram-se, portanto, 14 anos.

Engraçado que aparece "acusado de tentativa de assassinato" - ora - o cara tentou matar, todo mundo viu, ele assumiu a autoria, dizendo que era legítima defesa da honra (ha ha ha) - mas tem que chamar de "acusado".

Como agora o Supremo atua "com a faca no pescoço", fiscalizado pela imprensa e opinião pública (o que nem sempre é bom), principalmente por meio da Internet, as coisas começaram a andar e o sujeito iria ser julgado na semana que vem.

E aí o que o elemento faz? Renuncia ao mandato pra jogar o processo para a Justiça Comum e começar de novo. A previsão é de mais uns 10 ou 15 anos. Detalhe: o cara que levou os tiros sobreviveu à época e morreu 10 anos depois, em 2003. O autor da tentativa de assassinato já tem 71 anos, tem problemas de saúde e muito provavelmente não vai viver até o julgamento.

Olha o que o cara tem a CARA DE PAU de alegar, na sua renúncia: que faz isso pra ser julgado como uma pessoa comum, que está abrindo mão do foro privilegiado (14 anos depois, e a uma semana do julgamento no Supremo, mas isso é só um detalhe).

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"Sr. Presidente, nesta data e por este instrumento, em caráter irrevogável e irretratável, renuncio ao mandato de deputado federal, representando o povo da Paraíba, a fim de possibilitar que esse povo me julgue, sem prerrogativa de foro como um igual que sempre fui.

Requeiro a leitura em plenário desta renúncia, a respectiva publicação e a comunicação dela a S.Exa, a presidenta do Supremo Tribunal Federal, ministra Ellen Gracie".
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Ô vontade de soltar 1 milhão de palavrões! Que justiça é essa? Até o ministro do STF declarou que foi um ato de "escárnio", uma proeza de excrecência que só a nossa justiça burocrática é capaz de fazer.

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- O ato dele é um escárnio para com a Justiça em geral, e para com o Supremo em particular. O gesto dele mostra como é perverso o foro privilegiado. Este homem manobrou e usou de todas as chicanas, por 14 anos, para fugir do julgamento. Ele tem o direito de renunciar, mas o que ele fez foi impedir que a Justiça funcione. Tem que acabar com o foro privilegiado, é só isso.

- A renúncia significa que o processo vai lá para a primeira instância. E lá vai demorar mais 10, 15 anos. Vai começar do zero. Espero que haja juízes independentes e corajosos para julgá-lo.)
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Como filho de peixe, peixinho é, o filho dele, Cássio Cunha Lima (também do PSDB) teve seu mandato de governador cassado pelo TRE da Paraíba, por algum tipo de fraude eleitoral que não me lembro agora, mas continua no cargo graças à indústria de liminares.

Ah! E o que dizem sobre esse assunto os ilustres senadores colegas do atirador de elite? Vejamos:

"O Senado é testemunha da integridade insuperável e da profunda sensibilidade humana que são marcas da vida do homem e do poeta. Dolorosamente foi traído em algum momento da sua vida pela dramaticidade de um gesto e de uma circunstância. Testemunhei eu próprio a dor que o fato lhe causou, a marca que lhe deixou na alma, tão profunda que o tempo não cicatrizou. Ronaldo sangra até hoje." - Cícero Lucena (PSDB-PB)

"Gostaria apenas de expressar minha profunda tristeza. Sei que Ronaldo Cunha Lima, o Governador, o Senador, o Deputado, o servidor do povo, o amigo de todos, já enfrentou, na vida pública, tantos agravos, injúrias e calúnias que nos lançam os ódios e as paixões inerentes à vida parlamentar, hoje se vê na situação de renunciar a um mandato que o povo lhe deu. Quero solidarizar-me com V. Exª esperando que o nosso Deputado possa encontrar, nesse exílio que se auto-impõe, os momentos mais sublimes da sua alma como estadista e, na planície, como dizemos, forças também para vencer mais essa etapa da sua trajetória. Parabéns a V. Exª!" - Marcelo Crivella (PRB-RJ - aquele bispo amigo do Edir Macedo).

"A grande verdade é que essa renúncia, mais uma vez, mostra o espírito grandioso de Ronaldo Cunha Lima, porque ele pretende mesmo é ser julgado pelo júri popular. Ele abriu mão do que chamam uns de foro privilegiado e que eu prefiro, de maneira moderada, chamar de foro especial." - Arthur Virgílio (PSDB-AM), o furioso paladino da moral que late o tempo todo contra o governo "corrupto" de Lula.

"Quero me solidarizar com V. Exª – sei da amizade que os une – e dizer que a justiça dos homens virá, e ele dará a demonstração de que nenhuma culpa tem para ainda ter que pagar com julgamento. " - Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
(comentário meu - "nenhuma culpa tem"? Pede pra sair, zero-um!!!)

"Eu convivi, neste Senado, com o Senador Ronaldo Cunha Lima e tivemos uma bela amizade, herdada do meu pai, que era um grande amigo seu. Então, ele merece todo o nosso apoio, o nosso aplauso e a nossa solidariedade." - Antonio Carlos Júnior (DEM-BA) - outro cãozinho "demo" feroz da oposição moralista.

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Enquanto isso, aqui na roça, o "jornal" de maior tiragem fica falando de árvore que caiu, de festa da padroeira do Padre Eustáquio, do nosso governador onipotente, já que não pode falar mal de foro privilegiado, que acabou de ser concedido a mais de 1000 pessoas, com a bênção do governador virtual.

31.10.07

Quem é ditador? E a imprensa, onde está?

Para os EUA, a ONU só tem importância se endossarem suas decisões. Quando isso não acontece, como na invasão do Iraque, e na manutenção do absurdo embargo a Cuba, finge-se que a ONU não existe.

Pior que ser ditador em seu país, é ser ditador do mundo, não respeitar o direito internacional, as organizações criadas justamente para assegurar justiça e cooperação entre os países. E se dizem a "terra da liberdade", ou "lutamos pela justiça e pela liberdade". Tenho NOJO deles!

E a imprensa, sempre, com dois pesos e duas medidas. Essa atitude dos EUA viram rodapé de página, só têm destaque na Internet, porque na Internet nós buscamos a notícia. Quem as espera sentado, como no Jornal Nacional, não vai ficar sabendo disso. Se fosse o Hugo Chávez que tomasse atitude semelhante contra uma Bolívia da vida, apareceriam os Demóstenes Torres e Fernandos Henriques Cardosos pra condenar a ditadura...

Assim como há algumas semanas, onde se noticia na coluna social que "Aécio toma água de côco na praia com a namorada, quarta à tarde". Com o Aécio, estar no Rio de Janeiro com a namorada na praia no horário de trabalho é normal. Imagina se é algum governador "petista", se não era capa de tudo quanto é lugar? Aécio pode namorar em outro estado no horário de trabalho, já uma "petista" ou alguém "ligado aos petistas" (lembram daquela diretora da ANAC - acho?) não pode fumar um charuto à noite em uma festa particular.

A imprensa tem que atuar livremente, mas tem que ter ética. Sonegar da grande massa informações tão importantes é agir contra a própria liberdade que exige para si. Denunciar absurdos e situações inaceitáveis não só legalmente como do ponto de vista da ética também está entre suas atribuições. Ou não?

ONU condena sanção a Cuba

Quase por unanimidade, A Assembléia Geral da ONU expressou uma dura condenação ao embargo imposto pelos Estados Unidos a Cuba, exigindo que o país ponha fim ao bloqueio comercial e financeiro aplicado contra a ilha há 45 anos. Uma resolução sobre o assunto recebeu 184 votos a favor e quatro contra. O apoio foi maior do que no ano passado, quando uma resolução parecida foi aprovada. Bush anunciou semana passada que manterá o embargo.

26.10.07

Quanta criatividade...

O texto abaixo, por vir de um cara inteligentíssimo como o Nelson Motta, me leva a pensar primeiro que eu entendi errado, e por isso peço a ajuda de vocês:

Acabei de ler no blog do Josias de Souza que o Nélson Motta, contrariando o que diz o filme Tropa de Elite, afirma (acredite se quiser):

"Enquanto isso, no Rio, dizem que o tráfico é a origem de todos os males que assolam a população. Parece até que se ele acabasse a cidade voltaria a ser o paraíso tropical dos anos dourados. Mas, se o "movimento" acabasse, eles não venderiam doces: seriam legiões de bandidos desempregados e armados descendo sobre a cidade indefesa. Sofia não teria pior escolha." (leia texto completo aqui)

Como assim? Então os usuários de drogas estão prestando um favor à sociedade mantendo os bandidos traficando lá em cima do morro? E que se eles pararem de consumir os bandidos vão descer e mandar bala em todo mundo, porque vão ficar 'desempregados'? E bandidagem é emprego? Muito obrigado, senhores drogados!!! Por essa eu não esperava, Batman!!!

Em tempo: a quantidade de artistas e personalidades que vieram discordar da teoria do Capitão Nascimento - de que a guerra do tráfico só acontece porque existem os playboys pra comprar a droga, com o que concordo - é impressionante, como a carapuça serviu...

Aliado aos resultados da pesquisa divulgada esta semana pela FGV, que mostra que os usuários/consumidores de drogas são da classe A - acima de 9,5 mil reais por mês (62%), brancos (85%) e homens (99%), mostra que, mais uma vez, assim como os "cansados" e Luciano Rolex Huck, estão gritando em causa própria.

24.10.07

Correção importante

Pô, ao convocar os amigos a dizerem o que estavam lendo, esqueci do poderoso Marcelo Pessoa, manda aí, cara, não fique magoado, é que eu achava que você tinha desistido do blog :-)

Abraço!

23.10.07

Tá explicado!

Está explicada a maior amarelada de todos os tempos na F1, comparável às do Vasco quando enfrenta o Flamengo. Vejam na foto abaixo (não é montagem! está em http://www.lancenet.com.br/noticias/07-10-23/180462.stm), como o Hamilton adquiriu a síndrome de vice :-) :-) :-)


18.10.07

Traduza se for capaz

"Googlando" pra saber a tradução de "margarina" para o inglês (dever de casa do meu filhotão Artur), achei esse texto totalmente interessante, com uma reflexão legal ao fim, vale a pena ler:

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Se você gosta de traduzir do português para o inglês, divirta-se com o texto abaixo

Sábado, fim de tarde, juntavam duas ou três mesas e os garçons vinham trazendo tira-gostos e cerveja, metodicamente, até que alguém pedisse a dolorosa. Eram todos sessentões, a maioria já aposentados, os outros se aposentando e cada vez mais sedentários e ociosos. Só o Aníbal não tinha parado: fazia direito, um sonho que acalentava desde a infância e só agora podia realizar. O Alcir, espírito de porco como ele só, uma vez disse que a única coisa que o Aníbal fazia direito mesmo era encher a cara. O outro não gostou e disse que ia mesmo era encher a cara do amigo. O Armando olhou para um e para outro, com as mãos espalmadas para cima, na posição de orante, que, naquele contexto específico, significava "qual é, minha gente" e ficou por isso mesmo, mas a amizade ficou meio rachada.

Naquela tarde, a conversa ziguezagueava numa selva de abobrinha e, aos poucos, foi decaindo para as abstrações éticas, como tantas vezes ocorre em conversas concretamente etílicas. Então o Jair disse "vocês vêem, por exemplo, o caso do Zé Dirceu…" O Carlos Alberto, petista roxo, que, por uma questão de princípio, jamais tinha pisado na outra calçada da Maria Antónia, olhou feio. O Armando, o rei do deixa-disso, adivinhando a procela no horizonte, interrompeu: "gente, não vamos fulanizar a questão!" O Jair acrescentou, "pô, meu, não fulanizar por quê? Os caras estão até aparelhando o Itamaraty, meu. Daqui a pouco até o cisne vai virar melancia! Tá certo isso?"

O Carlos Alberto levantou, roxo de raiva, com os punhos cerrados, pronto para as vias de fato. O Armando insistiu, “Calma, gente, não vamos nos exaltar. Não esquenta a cabeça.” O Aníbal, que não era racista mas achava que a melhor coisa do mundo era uma loira suada depois de uma branca pura, contribuiu, com voz gosmenta: "não esquenta a cabeça, que derrete o chifre." Aí foi o Jair que se viu obrigado a agir como homem. Fazia poucos anos que ele tinha trocado a pelanquenta e sensaborona Neusa pela apetitosa e espevitada Fabiane, e ficava sempre com a pulga atrás da orelha com essas coisas. Mas antes que ele partisse para a ignorância, o Armando entrou em cena de novo, com sua costumeira vaselina: "não liga, o Aníbal já tá de porre, não dá bola."

O Orlando, sempre realista, levantou o braço, para atrair a atenção de um garçom, e fez como se escrevesse alguma coisa com a mão direita sem caneta na mão esquerda sem papel. O garçom logo trouxe a conta, sem se esquecer de adicionar mais duas porções de calabresa que jamais tinham saído da cozinha.

Saíram todos amuados, como sempre, sem se despedir. O Aníbal, com a mente meio turva, foi trocando as pernas, em dúvida se parava alhures e tomava mais uma ou duas para rebater ou se ia direto para casa. Entre cila e caribde, resolveu sentar num banco de jardim, para descansar o corpo e pôr a mente em ordem. Acordou de madrugada, com gosto de cabo de guarda-chuva na boca e a bexiga estourando, mas sem a carteira, que tinha caído no chão e sido levada por alguém. "De novo!" resmungou. "Pelo menos, desta vez, deixaram o celular", filosofou, enquanto se aliviava numa árvore amiga, apoiando-se com a mão, ainda algo inseguro na sua verticalidade. Chamou um táxi do ponto perto de casa, onde tinha crédito. Ia chegar com o sol nascendo e ia ser o diabo. Paciência. Fazer o quê? Há que enfrentar a vida.

Por que escrevemos esta longa bobagem? Basicamente para testar uma tese. Uma das nossas broncas de certo tipo de crítico ou teórico é a mania de achar que a dificuldade de uma tradução é diretamente proporcional à qualidade estética do original. É nada! A crônica acima, de pífio valor literário, tem uma grande quantidade de dificuldades de tradução, talvez nem todas muito fáceis de perceber. Achamos, inclusive, difícil que alguém produza uma boa tradução, mantendo todas as alusões e jogos de palavras, em menos tempo do que os quarenta minutos que nos custou escrever e revisar o original.

Nem se trata de um texto complicado, poético. Dos termos usados, alguns poucos podem trazer dificuldade ao nativo pouco versado em política. O resto é português brasileiro coloquial.

"Maria Antónia" é uma rua em São Paulo onde fica a Universidade Presbiteriana Mackenzie e, do outro, ficava a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP). em 1968, os direitistas do Mackenzie e os esquerdistas da USP se enfrentaram ali em luta armada. "Melancia" era o nome pejorativo que a direita dava aos esquerdistas, porque eram "verde-amarelos por fora, mas vermelhos por dentro". "Aparelhar" é um termo de jargão político, que significa "transformar um órgão público em ferramenta do partido". Por fim, o "cisne" é, de fato, uma referência a essa ave, que o Itamaraty tradicionalmente criava em seu prédio original no Rio e continua criando em Brasília.
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17.10.07

Salvem as livrarias = salvem a gente

Uma infeliz coincidência eu ter lido a matéria abaixo, que saiu no Globo segunda-feira, 15/10, após ter tido a mesma impressão dias antes.

Semana passada, estava pesquisando bibliografia para uma disciplina que vou lecionar em Novembro próximo. Apesar de usar a Internet para quase tudo na vida, em casos como este não dá pra fazer pela Internet, tem que pegar o livro, folhear, estudar seu conteúdo pra decidir se vai ser adotado ou não.

Fui a uma livraria perto da Task, chamada GAM, aqui na Rua Guajajaras, entre Espírito Santo e Rio de Janeiro, onde pesquisava e comprava livros durante a época do mestrado e no início da docência. Fechou. Sabia que não ia encontrar, mas mesmo assim, arrisquei ir às Leituras Megastores da vida, onde vendem livros "o que aprender com os gansos" e coisas parecidas. Nada.

Vi que alguns dos livros estavam no site da Saraiva. Só que a Saraiva tem lojas em 9 estados brasileiros, mas não em Minas...

Por fim fui à excelente Livraria do Psicólogo e do Educador, na Floresta, mas não encontrei o que procurava, até pelo fato da especialidade dela ser outra, não a culpo.

E aí? Para onde estamos andando? As lojas de CD desapareceram por causa da Internet, pode-se ouvir trechos, comprar mais barato, receber em casa, etc (sem citar a pirataria), mas livros? A culpa é da Internet? Ou nós, brasileiros (mineiros, sobretudo), não lemos?

É muito triste constatar que há relação entre a dificuldade pela qual passam as livrarias, a dificuldade que os poucos leitores de livros passam para encontrar seus livros e a queda crescente na qualidade da educação (e a história de não reprovar o coitado do aluno pra ele não ficar triste e abandonar a escola...).

Basta ver o show de horror que são os e-mails que recebemos diariamente. Achar uma pessoa que escreva corretamente numa empresa é tarefa difícil hoje. Há textos em que nós não conseguimos identificar nem que assunto a pessoa está abordando, parece outro idioma. Vejam neste site as pérolas que acham no Orkut e riam - ou chorem.

Conversando com Dona Lili, mãe da minha deusa-namorada Bia e professora da rede pública, fiquei horrorizado (ainda consigo) ao saber que, por mais que ela tente fazer os alunos lerem, usando muita inteligência e criatividade, eles simplesmente não conseguem mais ler. Parece uma capacidade que biologicamente está sendo perdida... por falta de uso. Darwin teria que rever seus estudos, essa é a INvolução da espécie.

Enquanto isso, não há um elevador, um ponto de ônibus, um escritório onde não se ache um "jornal" Super ou equivalente, com conteúdo pra lá de duvidoso.

Não sei... tá difícil. Qual a solução? Vamos colocar na conta do governo como sempre? Adianta colocar livro a R$ 10, será que as pessoas vão ler? Nunca vou me esquecer de uma amiga de infância que declarou, provocativa e confiante, já com seus 18 anos de idade: "eu não tenho coragem de dar dinheiro em um livro". Isso aconteceu há 15 anos, foi a primeira vez que percebi que tinha algo de muito errado com a geração que estava sendo formada.

Leiam a matéria abaixo e fiquem a par da situação tenebrosa do mercado de livrarias.

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A indústria das livrarias está em extinção

Das 2.600 livrarias brasileiras, 70% são de pequeno e meio portes, com um faturamento mensal entre R$ 35 mil e R$ 45 mil. Este é um dos dados que compõem o "Diagnóstico do Setor Livreiro no Brasil", em fase final de compilação, que a Associação Nacional de Livrarias (ANL) desenvolve. O ganho bruto destes estabelecimentos gira por volta de 25%, com um lucro – tudo correndo sem problemas – de 5%, ou seja, R$ 2.000,00, muito aquém do ideal. Infelizmente, percebemos que cada vez menos empresários buscam investir num negócio que exige muito trabalho, esforço pessoal e com um ganho real tão baixo.

Recente pesquisa do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) reforça esta nossa percepção. O Instituto anunciou que, entre os anos de 1999 e 2006, o número de municípios que possuem livrarias no país caiu 15,5%. Em 2006, elas estavam presentes em apenas 30% dos 5.564 municípios, enquanto que em 1999 este percentual era de 35,5%.

O diagnóstico da ANL localizou cerca de 2.600 livrarias em todo o território nacional — importante destacarmos que consideramos para este número as livrarias com uma média entre 10 e 15 mil livros em exposição. Deste total, 53% estão localizadas no Sudeste; 15% no Sul; 20% no Nordeste; apenas 5% no Norte; 4% no Centro-Oeste e 3% no Distrito Federal. Segundo estatísticas da ONU, o ideal para um município é uma livraria para cada 10 mil habitantes. No Brasil, um número perto do razoável seria de 4.900 livrarias. Estamos muito longe desta realidade: num estado como Rondônia, por exemplo, com 657.302 mil habitantes, temos apenas quatro livrarias; em São Paulo, detectamos 676 para 40.000.056 habitantes.

Este quadro atual do segmento livreiro acaba criando uma ‘ciranda negativa’. Menos livrarias, menos pontos de vendas para $exposição dos mais de dois mil títulos lançados mensalmente pelas editoras brasileiras, fazendo com que as editoras diminuam cada vez mais a tiragem dos livros — com exceção de poucos best-sellers — que hoje giram em torno de 1.500 a 2 mil exemplares na primeira edição. Automaticamente, o preço do livro, em escala, acaba acima do desejado, diminuindo o número de leitores. Para o segmento como um todo, que emprega por volta de 35 mil profissionais livreiros diretos, o comprometimento do Estado em leis que regulamentem o setor, sem dúvida, faz-se necessário para a sua manutenção, principalmente para as independentes.

Entre as diversas ações em debate durante a recente 17 Convenção Nacional de Livrarias, discutiu-se a consolidação de leis que venham a proteger o segmento livreiro, principalmente as de pequeno e médio portes. Projetos de lei que regulamentem a política de vendas, onde todo o setor possa atuar e trabalhar em igualdade de condições nas práticas comerciais, evitando desta forma o prejuízo de toda a cadeia livreira.

Acreditamos que, no prazo médio de dez anos, com uma atitude mais direta por parte do governo federal, podemos aumentar o número per capita de leitura por brasileiro, que hoje é de menos de dois livros por leitor, por ano, para 3,5, invertendo o caminho negativo atual. Aumentando o número de livrarias elevaria automaticamente a tiragem da edição para 4 mil exemplares por lançamento, o que levaria à diminuição do preço final do livro. Ou corremos um sério risco, muito real, de extinção das pequenas e médias livrarias independentes. Já vimos este filme, não faz muito tempo, no segmento de discografia, quando desapareceram as melhores lojas de discos e de cds especializadas e independentes do país.

Vitor Tavares é presidente da Associação Nacional de Livrarias (ANL). Este artigo foi transcreito de O Globo de 15/10/2007
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15.10.07

Teste - Vestibular para Jornalismo

Olhem que interessante e escolham a melhor alternativa para o título de uma matéria, dado o texto abaixo, retirado do jornal (?) Estado de Minas de domingo, 14/10/2007, página 12:

"O prefeito de São João del-Rei (MG), Sidney Antônio de Souza (PSDB), conhecido como Sidinho do Ferrotaco, pode sofrer processo de impeachment por causa de licitações dirigidas. Sidinho responde na Justiça por duas ações de improbidade administrativa impetradas pelo Ministério Público". Dentre outras travessuras, a prefeitura compra material de construção sem licitação no depósito do pai do prefeito...

O título mais adequado para esta matéria é:

(1) Prefeito de São João del-Rei acusado de improbidade administrativa
(2) Prefeito de São João del-Rei pode perder o cargo
(3) Prefeito de São João del-Rei responde a ações na Justiça
(4) PT de olho na prefeitura

No Estado de Minas o publicado foi o último. Lamentável. Imagina se o prefeito fosse do PT? Como seria a manchete? Mas não, é do partido do Aécio, dos donos dos jornais, rádios e TVs no Brasil, e, como é da cidade do Aécio, deve ser alguém muito chegado, alguém que a Andréa Neves não pode deixar falar mal...

Bom, é exigir demais também, uma vez que o EM nem jornal é...

11.10.07

Só espero que não seja com o dinheiro dos nossos impostos

Já me irrita ter um governador que nem mora no nosso estado (Guinness!), ter um governador que numa quarta-feira à tarde, toma água de côco com a namorada a 500 Km do escritório enquanto nós ficamos aqui trabalhando pra sustentá-lo.

Espero que ao menos o aparato de segurança que o protege nos seus affairs não seja pago com o dinheiro do contribuinte. Os seguranças devem ser pra garantir que ninguém faça perguntas sobre os R$ 110 mil que recebeu de Marcos Valério.

Tenho uma dúvida: despesas como essas do nosso governador virtual no Rio de Janeiro são lançadas como despesas de saúde, de publicidade ou pagamento a fornecedores de serviços?

E tem gente que ainda acha que isso é o melhor governador do Brasil...

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Miss Brasil e Aécio Neves: romance em Ipanema
Imagine a cena: três carros de luxo param em frente a um quiosque de Ipanema e um casal desce, cercado por seis seguranças. Pois foi o que aconteceu ontem à tarde, na altura do Jardim de Alah. Era ninguém menos do que a Miss Brasil Natália Guimarães e seu novo namorado, o governador Aécio Neves. O casal foi tomar uma água de coco.
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Hora da Corrente

A corrente passou e me pegou. Quem mandou foi Eduardo Davis.

1ª) Pegar um livro próximo (PRÓXIMO, não procure);

2ª) Abra-o na página 161;

3ª) Procurar a 5ª frase completa;

4ª) Postar essa frase em seu blog;

5ª) Não escolher a melhor frase nem o melhor livro;

6ª) Repassar para outros 5 blogs.

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O livro: Net Results - Web Marketing That Works - Rick E. Bruner

A frase: "A busy mailing list, on the other hand, may generate only a dozen or so messages a day"

Convoco: Só o Hagi, Vini e Kimi, não tenho nenhum outro amigo ou colega com blog além dos que o Eduardo já indicou :-)

10.10.07

Entregando o ouro

Como sabemos, os 'grão-tucanos' são figuras intelectuais, inteligentes, que sabem como ninguém governar cidades, estados e o Brasil (apesar de ainda não terem mostrado, porque só funciona no papel).

Eles são convidados a escrever artigos em jornais para mostrar seus pontos de vista e criticar as administrações que não são do PSDB. O tempo todo figuras como Paulo Renato e FHC ocupam espaços nos principais jornais do Brasil desancando o governo atual e dizendo qual seria o certo a fazer (por que não fizeram?).

Essa de hoje mostra um pedaço da verdadeira face desses caras: simplesmente o Paulo Renato, ex-ministro da educação de FHC e atual deputado federal, submete o seu artigo ao presidente do Bradesco antes de enviar ao jornal. É mole? Fica alguma dúvida sobre a quem esses tucanos realmente prestam contas?

Para aberrações como essa, a imprensa dá espaço. Para a "ficção" dessa novela nova da Globo, também (na novela, um bandido que faz plástica para mudar de identidade é associado pelo próprio autor a José Dirceu - e sua ex-mulher, Clara Becker escreveu à Globo para defendê-lo desse absurdo de analogia, independente de qualquer crítica política ou administrativa que se possa fazer á figura do ex-ministro) - leia aqui.

Para o "tucanoduto", a imprensa não dá espaço. A denúncia do procurador deve sair esta semana, Azeredo, Aécio e sua turma desapareceram do mapa e nada se fala nos jornais.

Leia o texto abaixo, tirado do Blog do Noblat, que saiu na Folha de São Paulo hoje, 10/10/07.

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Deu na Folha de S. Paulo
Deputado submete artigo a presidente de banco

O deputado federal Paulo Renato (PSDB-SP) submeteu à apreciação da presidência do banco Bradesco um texto assinado por ele e enviado anteontem à Folha para publicação. No artigo, ainda inédito, o deputado critica a intenção do governo federal de passar o Besc (Banco do Estado de Santa Catarina) para o controle do Banco do Brasil.

O texto foi enviado ao jornal por e-mail. Por engano, o corpo da mensagem trouxe uma correspondência eletrônica anterior, na qual o parlamentar escrevera ao presidente do Bradesco, Márcio Cypriano: "Em anexo, vai o artigo revisto. Procurei colocá-lo dentro dos limites do espaço da Folha. Por favor, veja se está correto e se você concorda, ou tem alguma observação. Muito obrigado, Paulo Renato Souza". Assinante da Folha leia mais aqui.
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8.10.07

As últimas do Aécio

Recebi comentário do Robert Serbinenko e um link muito interessante pra sabermos o que Aécio anda fazendo, já que ele sumiu do noticiário depois que estourou (menos em Minas) o escândalo do tucanoduto:

O texto é interessante porque ajuda a montar um pouco mais do quebra-cabeças que envolve o projeto de poder de Aécio e a imprensa de Minas Gerais, que ele comanda. E também as excelentes relações dele com a Editora Abril e Rede Globo que, em suas revistas, jornais e TVs, criam fatos favoráveis (como o suposto "choque de gestão", onde demagogicamente cortam os salários do governador e dos secretários que, ainda assim, são superiores aos do presidente e dos ministros) e escondem os desfavoráveis (como o recebimento dos R$ 110 mil de Marcos Valério, as estradas estaduais destruídas, a expulsão de jornalistas que não lambem seus sapatos).

Leia a matéria completa aqui.

Ah! Notícia que ele deixa publicar, só a de que está namorando a Miss Brasil. Legal, né? Isso sim é mérito pra ser presidente, não? Esquisito porque ele tinha simulado uma volta com a ex-mulher pra passar uma imagem 'família' pra ser candidato a presidente, e agora vem com essa... vai lá entender. De graça não é, certamente a Andréa Neves deve ter feito uma pesquisa e concluído que o povo ia gostar mais de um candidato big-brother, que pega as mulheres famosas que de um pai de família certinho...

5.10.07

"Perderam os critérios"

Vendo alguns acontecimentos políticos dos últimos 10 dias, me lembrei de um vídeo que circulou na Internet onde uma jovem, após fazer todo tipo de "travessuras" numa festa universitária, colocava a culpa na cerveja Itaipava que bebeu ("menina, perdi os critérios" - ou coisa parecida).

Depois da absolvição de Renan, parece que os critérios mudaram. Agora é tudo feito às claras, as declarações inescrupulosas são feitas sem nenhum medo da opinião pública, é um escárnio total.

O "senador-suplente-cabeludo-cheio de processos" mineiro Wellington Salgado diz que "o senador não quer sapato de couro, um chinelinho basta", referindo-se aos pedidos para votar com o governo.

Ontem, Renan substituiu os dois únicos senadores sérios do PMDB (Pedro Simon e Jarbas Vasconcelos) por dois capachos na Comissão de Constituição de Justiça, pra já matarem os vários processos contra ele em andamento em seu nascedouro, evitando mais votações e maior esforço de sua parte.

Hoje, o líder do "Cansei" (falecido ao nascer movimento patrocinado pela OAB/SP e pelo PSDB/SP) vem com essa, tirada do blog do Josias de Souza (Folha de São Paulo)

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Aproveitando a deixa, os empresários faziam campanha com Meirelles para pagar menos impostos, com o fim da CPMF. E advogados faziam campanha para que sonegação de impostos não seja mais punida com prisão. "O Estado tem outros meios de recuperar os recursos", dizia Luiz Flávio D'Urso, da OAB-SP e líder do movimento "Cansei".
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Ou seja, sonegar não é crime, se conseguirem nos pegar a gente devolve o dinheiro e fica por isso mesmo. Que tipo de moral essa gente tem pra se "cansar" da corrupção?

2.10.07

Sensacional - O sucesso de Tropa de Elite e do Capitão Nascimento

Recebi isso agora e não dá pra deixar de postar :-)

(atualizado em 04/10 com o "boneco do Capitão Nascimento", igualmente criativo e engraçado!) - Hagi, não sei se foi proposital esse vazamento do DVD antes do filme ficar pronto, o diretor disse que não foi, seria um risco muito grande fazer isso e depois ninguém ir aos cinemas... o cara tem que ter muita certeza de que vai ser um sucesso pra fazer isso, sei não...

Esse filme vai ser um estrondo, um caso de marketing pra ser estudado, o vazamento do DVD pirata antes mesmo de o filme ficar pronto aliado, claro, ao fato de o filme ser excelente fizeram com que muito mais gente ouvisse falar e quisesse assistí-lo. Já se fala em 5 milhões de espectadores, contra a previsão inicial de 1,5 milhão. Vamos ver.

Será que Aécio conseguiria subjugar o Capitão Nascimento, ou demití-lo se ele não fosse seu puxa-saco, como faz aqui em Minas? Acho que não. Aliás, pela fama do governador aqui no estado, ele ouviria a frase que o Raphael mandou no post aí abaixo: "a gente vem aqui desfazer a m* que você faz, seu m*"

Capitão Nascimento pra senador! (cliques na imagens pra ampliar e ler as frases, são muito grandes, não couberam em tamanho natural no blog)



Indignação com os indignados

Recebi esse desabafo agora, do meu amigo-concunhado (é esse mesmo o nome desse grau de parentesco? :-) Raphael Maia, que reproduzo na íntegra abaixo. Não sei se concordo totalmente ou em parte com ele, mas que a gente fica mesmo bravo com os "cansados" que usam e abusam da fama, faturando milhões com seus programetes inúteis na TV, onde dão seus dias de princesa, reformam casinhas, choram, fazem (muito) merchandising (exceção para o "Soletrando", iniciativa interessante) e que só resolvem desabafar contra os problemas do Brasil quando são pessoalmente afetados.

Aproveito para agradecer pela atenção e pelos excelentes comentários do Marcos Ferreira, seja bem-vindo e participe conosco, Marcos!

À galera que prestigia com freqüência, também os agradecimentos (Drews, Hagi e minha linda Bia), se não fossem seus comentários, eu já tinha desanimado, dá um trabalho arrumar tempo pra escrever e ninguém ler :-)

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O que esse Luciano Huck acha da vida? Roubaram o relógio do cara e ele descobriu que existe violência no Brasil? Será que ele não acompanha os telejornais da emissora que ele trabalha?

Fico indignado quando leio umas coisas dessas! Aí eu me reporto ao filme “Tropa de Elite”,. Tem que encher esses caras de porrada! Só conseguem enxergar o próprio umbigo. De vez em quando fazem uma caridade só para aparecer no jornal...

Dizem que é o maior cheirador, junto com outro que não posso dizer o nome... Quem financia o tráfico é igual a traficante, já dizia o Capitão Nascimento...

Se vc quiser me ceder um espaço no seu blog, ta aí meu desabafo.

Abraço,

Raphael

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LUCIANO HUCK foi assassinado. Manchete do "Jornal Nacional" de ontem. E eu, algumas páginas à frente neste diário, provavelmente no caderno policial. E, quem sabe, uma homenagem póstuma no caderno de cultura.

Não veria meu segundo filho. Deixaria órfã uma inocente criança. Uma jovem viúva. Uma família destroçada. Uma multidão bastante triste. Um governador envergonhado. Um presidente em silêncio.

Por quê? Por causa de um relógio.

Como brasileiro, tenho até pena dos dois pobres coitados montados naquela moto com um par de capacetes velhos e um 38 bem carregado.

Provavelmente não tiveram infância e educação, muito menos oportunidades. O que não justifica ficar tentando matar as pessoas em plena luz do dia. O lugar deles é na cadeia.

Agora, como cidadão paulistano, fico revoltado. Juro que pago todos os meus impostos, uma fortuna. E, como resultado, depois do cafezinho, em vez de balas de caramelo, quase recebo balas de chumbo na testa.

Adoro São Paulo. É a minha cidade. Nasci aqui. As minhas raízes estão aqui. Defendo esta cidade. Mas a situação está ficando indefensável.

Passei um dia na cidade nesta semana -moro no Rio por motivos profissionais- e três assaltos passaram por mim. Meu irmão, uma funcionária e eu. Foi-se um relógio que acabara de ganhar da minha esposa em comemoração ao meu aniversário. Todos nos Jardins, com assaltantes armados, de motos e revólveres.

Onde está a polícia? Onde está a "Elite da Tropa"? Quem sabe até a "Tropa de Elite"! Chamem o comandante Nascimento! Está na hora de discutirmos segurança pública de verdade. Tenho certeza de que esse tipo de assalto ao transeunte, ao motorista, não leva mais do que 30 dias para ser extinto. Dois ladrões a bordo de uma moto, com uma coleção de relógios e pertences alheios na mochila e um par de armas de fogo não se teletransportam da rua Renato Paes de Barros para o infinito.

Passo o dia pensando em como deixar as pessoas mais felizes e como tentar fazer este país mais bacana. TV diverte e a ONG que presido tem um trabalho sério e eficiente em sua missão. Meu prazer passa pelo bem-estar coletivo, não tenho dúvidas disso.

Confesso que já andei de carro blindado, mas aboli. Por filosofia. Concluí que não era isso que queria para a minha cidade. Não queria assumir que estávamos vivendo em Bogotá. Errei na mosca. Bogotá melhorou muito. E nós? Bem, nós estamos chafurdados na violência urbana e não vejo perspectiva de sairmos do atoleiro.

Escrevo este texto não para colocar a revolta de alguém que perdeu o rolex, mas a indignação de alguém que de alguma forma dirigiu sua vida e sua energia para ajudar a construir um cenário mais maduro, mais profissional, mais equilibrado e justo e concluir -com um 38 na testa- que o país está em diversas frentes caminhando nessa direção, mas, de outro lado, continua mergulhado em problemas quase "infantis" para uma sociedade moderna e justa.

De um lado, a pujança do Brasil. Mas, do outro, crianças sendo assassinadas a golpes de estilete na periferia, assaltos a mão armada sendo executados em série nos bairros ricos, corruptos notórios e comprovados mantendo-se no governo. Nem Bogotá é mais aqui.

Onde estão os projetos? Onde estão as políticas públicas de segurança? Onde está a polícia? Quem compra as centenas de relógios roubados? Onde vende? Não acredito que a polícia não saiba. Finge não saber.

Alguém consegue explicar um assassino condenado que passa final de semana em casa!? Qual é a lógica disso? Ou um par de "extraterrestres" fortemente armado desfilando pelos bairros nobres de São Paulo?

Estou à procura de um salvador da pátria. Pensei que poderia ser o Mano Brown, mas, no "Roda Vida" da última segunda-feira, descobri que ele não é nem quer ser o tal. Pensei no comandante Nascimento, mas descobri que, na verdade, "Tropa de Elite" é uma obra de ficção e que aquele na tela é o Wagner Moura, o Olavo da novela. Pensei no presidente, mas não sei no que ele está pensando.

Enfim, pensei, pensei, pensei. Enquanto isso, João Dória Jr. grita: "Cansei". O Lobão canta: "Peidei".

Pensando, cansado ou peidando, hoje posso dizer que sou parte das estatísticas da violência em São Paulo. E, se você ainda não tem um assalto para chamar de seu, não se preocupe: a sua hora vai chegar.

Desculpem o desabafo, mas, hoje amanheci um cidadão envergonhado de ser paulistano, um brasileiro humilhado por um calibre 38 e um homem que correu o risco de não ver os seus filhos crescerem por causa de um relógio.

Isso não está certo.
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LUCIANO HUCK, 36, apresentador de TV, comanda o programa "Caldeirão do Huck", na TV Globo. É diretor-presidente do Instituto Criar de TV, Cinema e Novas Mídias.

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A quem você está confiando a imagem da sua empresa?

Este semestre estou dando aula de "Gerência de Comunicação Mercadológica". Como de regra, o professor aprende com a disciplina e com os alunos, mais do que ensina. Isso é muito bom.

Ao falar a eles sobre a importância de se treinar e fazer os vendedores, representantes, distribuidores e agentes "vestirem a camisa" da empresa, porque, afinal de contas, são eles que representam a organização junto aos clientes, comecei a reparar nos efeitos negativos sobre as empresas que não se tocaram ainda sobre a importância desse aspecto.

Empresas como Telemar e Embratel/Claro, que terceirizam suas operações comerciais pra clientes menores através de agentes autorizados fazem um péssimo negócio. Aqui na Task recebo freqüentemente "agentes" Telemar/Oi e Embratel/Claro que não têm noção nenhuma do que estão vendendo. Um dia tive que dizer a um cara da Embratel/Claro pra voltar pro escritório, estudar um pouco e depois me procurar. É a imagem da empresa que fica manchada, ninguém vai se lembrar que o cara é da XYZ Telecom, Agente Autorizado.

Hoje, aqui no mural de recados do edifício onde está a Task, vi essa aberração: um "anúncio" de um corretor do Unicard-Unibanco convidando as pessoas a aderirem a uma dessas correntes que abomino, não sei quem acredita que vá ganhar dinheiro com isso, além do cara que as inventa. Mudaram o nome pra "marketing multinível", mas é a boa (boa?) e velha corrente, onde o primeiro ganha muito e os manés que vêm a seguir não ganham nada.

Aliás, por que será que toda picaretagem leva o nome de "inteligente" ou "marketing" pra passar credibilidade? É o "marketing pessoal", o "marketing multinível", a "inteligência emocional". Bom, mas o assunto não é esse.

Reparem, apesar da foto mal tirada (celular) o erro horroroso de ortografia no texto do sujeito ("Mais isto é só um exemplo"). Parece propaganda do Seu Crêisson ou das Organizações Tabajara, além da ortografia. Quem é que vai adquirir um produto, que por si só já parece uma furada, de um analfabeto desses? Só outro analfabeto como ele.

21.9.07

Sem comentários

O que é esse George W. Bush? E os ianques não estão nem aí, preferem passar o tempo procurando a calcinha da Paris Hilton ou a amnésia-pança-alcoólica da Britney Spears...

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Em discurso, Bush comete gafe e 'mata' Mandela



Deslize do presidente americano foi tentativa de defender a estratégia americana no Iraque

Estadão/Reuters

WASHINGTON - Em discurso defendendo sua estratégia na guerra do Iraque, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse que a brutalidade no regime de Saddam Hussein impossibilitou o surgimento de um líder que unificasse o país e impedisse a violência sectária.

"Ouvi alguém dizer: 'Cadê o Mandela?'. Bem, Mandela está morto, porque Saddam Hussein matou todos os Mandelas", disse Bush, conhecido por seus deslizes verbais, em entrevista coletiva na quinta-feira, 20, em Washington.

Nelson Mandela, de 89 anos, continua vivo, ao contrário do que sugeriu a constrangedora gafe proferida pelo presidente.

"Tudo o que podemos fazer é tranqüilizar as pessoas, especialmente os sul-africanos, de que o (ex-) presidente Nelson Mandela está vivo", disse Achmat Dangor, executivo-chefe da Fundação Nelson Mandela, depois da grande repercussão da frase de Bush.

Depois de passar 27 anos preso por se opor ao regime de segregação racial da época, o apartheid, Mandela agiu politicamente para democratizar a África do Sul e promover a harmonia racial. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1993 e no ano seguinte se tornou o primeiro presidente negro de seu país.

E o Submarino não é mais o mesmo...

Não sei o que está acontecendo com o Submarino, depois que foi comprado pelas Americanas. Eu sempre elogiei escancaradamente, neste blog ou para amigos e alunos, a eficiência e a superioridade deles perante os concorrentes no varejo eletrônico.

Mas nos últimos 3 meses já começam a se acumular experiências negativas, e estou decidido a não comprar mais lá. Primeiro um pedido que constava como entregue e que inclusive foi cobrado no meu cartão não chegou. Depois de reclamar e trocar várias mensagens, pediram desculpas e estornaram o débito.

Há uns 30 dias, fiz um pedido de DVDs em pré-venda, com datas de entrega diferentes. Após ter recebido corretamente parte deles no início de Setembro, recebi hoje uma mensagem bem feinha, mal escrita, parecendo SPAM, dizendo que meu pedido tinha sido cancelado e que não seria cobrado? Como assim, se parte dele já foi entregue?

Fiquei na dúvida porque, de um lado, uma mensagem mal-escrita, com cara de vírus ou trojan, mas sem link pra lugar nenhum que pudesse indicar essa intenção; de outro lado, o número do pedido batia com esse pendente no site (apesar de no site ainda constar o status "Aguardando reposição de fornecedor".

Mandei mensagem pra eles. Nada ainda. Como tenho urgência em receber os DVDs, desisti de esperar a resposta por e-mail e tentei o famoso "atendimento on-line". Depois de esperar uns 15 minutos ("você é o 3o da fila", "você é o 2o da fila", "você é o 1o da fila") e... chegou minha vez?

Não, apareceu a mensagem abaixo, dizendo que não há nenhum atendente, pra eu tentar mais tarde. Como assim? Por que me mudaram de 3o pra 2o e pra 1o na fila, se não há ninguém? E por que não me deixaram como primeiro da fila até que haja algum atendente disponível? Não é pra isso que existe a fila? Ou só existe um atendente e ele não trabalha mais lá?



Li em algum blog, em que o cara comprou um Playstation 3 e recebeu uma pedra dentro da caixa (leia clicando aqui), que o Submarino está quebrando, que está muito ruim, etc. Apesar de não gostar de passar nenhuma notícia dessas pra frente, em geral boatos infundados, começo a achar que no mínimo tem alguma coisa muito estranha. 7 anos comprando pelo menos uma vez por mês sem nenhum problema, e agora 3 problemas em dois meses não é insignificante...

E agora fico na dúvida: compro os DVDs em outro lugar? E depois, se chegam os do Submarino? Pra não correr esse risco de novo, não compro mais no Submarino.

Vou comprar na Allcenter, eles não sabem escrever (veja abaixo a tela de "indentificação", mas cumprem o que prometem.



Bom fim de semana!