29.11.07

Está chegando perto...

O tucanoduto, ou o mensalão mineiro, está chegando perigosamente perto do governador carioca de Minas Gerais, Aécio Neves.

Depois da bomba chegar ao seu líder de governo na Assembléia, Danilo de Castro, e ao secretário Mauri Torres, que avalizaram empréstimo "regular, de natureza particular" do Banco Rural à agência de Marcos Valério em 2004 (portanto, já no governo Aécio) (leia aqui) agora já começa a aparecer o nome da toda-poderosa co-governadora irmã Andréa Neves.

Nota: qual a chance de um empréstimo envolvendo políticos, Marcos Valério e o Banco Rural ser "transparente" e "regular, de natureza particular"? Alguém ainda tem coragem de contar essa história?

Claro que a notícia não saiu nem vai sair em Minas, então segue o texto e o link para a Folha de São Paulo, onde assinantes podem ler na íntegra. Enquanto isso, aqui no Estado da Fantasia, onde o governador nem aparece, a não ser pra fazer discurso com Lula ou Pimentel, vai tudo bem, isso é complô dos paulistas contra MINAS!!!!.

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Uma sócia de Andréa Neves -irmã do governador Aécio Neves (PSDB-MG)- é citada no inquérito da Polícia Federal sobre o valerioduto tucano como beneficiária, em 31 de agosto de 1998, de um saque de R$ 15 mil de uma conta controlada por Marcos Valério.

Quando recebeu o depósito de um cheque do Banco Rural emitido pela SMPB, Lídia Maria Alonso Lima era funcionária da Comercial Factoring, de Andréa Neves, presidente do Servas (o serviço de assistência social do governo mineiro). Factorings são empresas que compram, com deságio, duplicatas ou cheques pré-datados.
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28.11.07

Por que não te calas, FHC?

Depois de falar bobagem, criticar o presidente Lula dizendo, inclusive com um sutil desvio das regras gramaticais, que o Brasil não aceita um presidente sem educação, FHC tomou o troco de Lula ontem à noite e agora diz que "não foi bem isso o que quis dizer".

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Na Folha:

O presidente disse que que as declarações do tucano não o incomodam, pois ele tem razão. "Não, não incomoda. Eu só posso dar exemplo quando deixar a presidência. Quando deixar a presidência, quero mostrar que é plenamente possível um presidente da República, depois de cumprir o seu mandato, fechar a boca e deixar o outro governar", completou.

"Ele tem razão. Obviamente que se comparar a educação, a formação intelectual do Fernando Henrique Cardoso, ele é muito mais estudado do que eu. Agora, é verdade que ele teve mais anos de escolaridade, mas é verdade que eu sei governar melhor do que ele", disse Lula.
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Abaixo, uma das charges sempre impagáveis de Maurício Ricardo, e o vídeo do "Isso é amor mal-compreendido entre nós dois", do "Explicando Henrique Cardoso".

Aliás, esse "amor mal-compreendido" é apenas a admissão do que todos já sabem, mas os tucanos não aceitam: que Lula gostaria de ter a intelectualidade de FHC, e FHC gostaria de ter o carisma de Lula.






26.11.07

Raça, amor e paixão

Hoje não tem texto, só foto, vídeo e alma lavada para a maior reação de todos os tempos do maior time do mundo, da maior torcida do mundo!















23.11.07

Manchetes do dia - o bico dobrado e os jornais chapa-branca

A exemplo do Josias, reproduzo as manchetes dos principais jornais do Brasil, destacando, por minha conta, em negrito, as palavras que "fortalecem" a mensagem.

Vejam se é implicância minha ou se um dos jornais, quando não pode mais esconder um assunto, divulga-o de maneira bem mais atenuada, evitando palavras pesadas. Será que é pra não irritar o super-governador-biônico-que-mora-no-Rio?

A Andréa Neves deve ter um "Google às avessas", procurando por palavras-chave "aécio", "tucano", "psdb" e proibindo de associá-las às palavras "mensalão", "corrupção", "crime". Como já disse aqui, ela tem o hábito de "visitar" a redação dos jornais, "corrigindo" alguns títulos e textos. E nunca é demais lembrar que, além de ser pra lá de chegado de Azeredo, Clésio e Walfrido, Aécio foi beneficiado com R$ 110 mil desse dinheiro público desviado no tucanoduto (leia aqui).

Brasil:

- JB: Mensalão tucano derruba ministro do governo Lula

- Folha: Procurador denuncia esquema de corrupção do PSDB; Walfrido cai

- Estadão: Denúncia de mensalão tucano derruba ministro de Lula

- Globo: Mensalão tucano de Minas derruba ministro de Lula

Minas Gerais:

- Estado de Minas: Walfrido se afasta após a denúncia de caixa 2

- Hoje em Dia: Walfrido deixa o governo

- O Tempo: Denúncia de valerioduto derruba ministro Mares Guia.

Aparece a expressão "mensalão tucano" em 3 dos jornais de circulação nacional e "esquema de corrupção do PSDB" no restante. Ponto pra eles, que mostraram imparcialidade desta vez, pois, no escândalo anterior, as manchetes eram "mensalão do PT"

Já nos jornais de Minas, usa-se apenas "denúncia" em dois deles, sem dizer a que se refere... não é mensalão, não é corrupção, não foi feito pelo PSDB, não foi feito em Minas Gerais...

Não é coincidência, nem implicância minha, mas não fica claro que, para o Brasil, está se denunciando um esquema feito pelo PSDB em Minas Gerais, enquanto que, para os jornais mineiros, é uma denúncia que envolve um ministro do governo apenas?

O fato de envolver um esquema de corrupção, que envolveu dinheiro público, e de ter acontecido quando o mencionado coordenava a campanha do PSDB à reeleição em Minas Gerais, que doou dinheiro a mais de uma centena de pessoas, entre elas o atual governador não é digno de nota, certo?

Detalhe: o procurador já disse que, apesar de alguns jornais "chapa-branca" e do PSDB , na pessoa de seus comandantes Tasso Jereissati e Fernando Henrique Cardoso insistirem, NÃO É "só" caixa 2, mas um "esquema criminoso" que envolve dinheiro público.

Demonstra, de resto, que foram borrifadas na contabilidade eleitoral de Azeredo pelo menos R$ 3,5 milhões em verbas públicas. O procurador distribuiu assim a tunga: R$ 1,5 milhão da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais); R$ 1,5 milhão da Comig (Companhia Mineradora de Minas Gerais); e R$ 500 mil do Bemge (Banco do Estado de Minas Gerais).

Segundo FHC (na "frase do dia" do Blog do Noblat):
"Não, mensalão é outra coisa, houve no tempo do presidente Lula. Significa gente recebendo dinheiro para votar com o governo. Em Minas é outra coisa, foi dinheiro para campanha. Também não é certo, mas são duas coisas diferentes."

É, mesmo, ex-presidente-cara-de-pau?

Então, vamos a alguns trechos da denúncia do procurador Antonio Fernando:

“Assim, tem início a parceria que resultaria, já em 1998, no desvio de pelo menos R$ 3,5 milhões dos cofres públicos do Estado de Minas Gerais para a campanha de reeleição de Eduardo Azeredo, tendo como candidato a vice Clésio Andrade, e, anos mais tarde, nos fatos descritos na denúncia oferecida no inquérito n.º 2245”, o caso da quadrilha dos 40 do mensalão petista."

Decorridos cerca de dois anos do ingresso de Clésio Andrade e Marcos Valério na SMP&B, “inicia-se a montagem do esquema que viabilizou o criminoso financiamento da campanha eleitoral” da chapa Azeredo/Clésio. Um esquema que, segundo o procurador-geral, funcionou assim:

1) desvio de recursos públicos do Estado de Minas Gerais, diretamente ou tendo como fonte empresas estatais;

2) repasse de verbas de empresas privadas com interesses econômicos perante o Estado de Minas Gerais, notadamente empreiteiras e bancos, por intermédio da engrenagem ilícita arquitetada por Clésio Andrade, Cristiano Paz, Ramon Hollerbach e Marcos Valério, em conjunto com o Banco Rural;

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- A denúncia tem como objeto o desvio de recurso público e sua utilização na campanha. E o ministro [Walfrido Mares] é co-autor dela porque participou dos atos que engendraram esse esquema.

- O procedimento do desvio e repasse de dinheiro é o mesmo. Os fatos não são exatamente iguais. Os objetivos são diferentes. Mas isso para o Ministério Público não importa. O que é importa é que os fatos denunciados sejam apreciados e recebidos pelo Judiciário.

- [Os indícios de uso de dinheiro público] são tão claros quanto o outro mensalão. Só que aqui há somente desvio de recurso público utilizado exclusivamente em campanha.

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Denúncia do procurador dobra o bico dos tucanos

Nem FHC nem Serra nem Aécio. A grande estrela do 3o Congresso do PSDB é o procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza. A denúncia do tucanoduto trovejou sobre a festa do PSDB num instante em que o partido preparava-se para pôr o bico no trombone.

Planejara-se, por exemplo, demarcar as “diferenças” entre o PSDB e o PT na seara ética. Em documentos preparatórios, o PSDB mencionara a corrupção da era petista como parte da “herança nefasta” que será deixada por Lula. O procurador-geral tratou de chamar o feito à ordem, como dizem os advogados.

O grande protagonista da denúncia do Ministério Público (íntegra aqui) é o senador Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas e ex-presidente nacional do PSDB. Antonio Fernando acusa-o de ter constituído um pé-de-meia eleitoral espúrio na campanha de 1998, quando tentava reeleger-se governador mineiro. Algo que o denunciado nega.

22.11.07

A hipocrisia do cidadão

Li esse texto, do Roberto Motta, um leitor do Blog do Noblat como eu e, provavelmente, você, que lê o meu blog :-)

A gente lê, relê, desanima, tenta achar uma saída. Não tem jeito, porque é exatamente isso: a maioria de nós, brasileiros, cometemos pequenos (e/ou médios e/ou grandes) delitos o tempo todo, e nos achamos no direito de reclamar do governo, reclamar dos impostos, reclamar da violência, reclamar da falta de educação do outro.

Mas furamos sinal, jogamos lixo no chão, paramos em fila dupla ou em cima da faixa de pedestre, subornamos policiais, adulteramos medidores de energia elétrica e água, fazemos gato de TV a cabo, compramos CDs e DVDs piratas, jogamos no bicho, fazemos carteirinha falsa de estudante, deixamos de pedir nota fiscal, votamos no amigo do cunhado da tia, sem saber das suas propostas.

E, no fim, reclamamos dos impostos que ajudamos a sonegar, colocamos a culpa nos políticos, nos pobres, nos "ignorantes que não sabem votar, que são manipulados pelos 'bolsas-pobre' do governo".

Nossos delitos? Ah, eles são justificados com aquelas frases: "é só um minutinho", "não estou fazendo mal a ninguém", "não vou resolver sozinho os problemas do mundo", "pra que vou pagar impostos pra esse governo ladrão", etc...

A gente deveria fazer o básico, como pregavam os incas. Aprendi isso há alguns dias, lendo um texto acho que da Maria Helena Rubinato. Segundo os incas quem obedecesse aos preceitos ‘ama sua, ama lulla, ama chella’ (‘não roube, não minta e não seja preguiçoso’), quando morresse iria viver ao calor do sol. Os outros passariam os dias eternamente na terra fria. Nós estamos fazendo nossa terra cada vez mais fria, injusta, insuportável de viver. Porque mentimos, roubamos e temos preguiça. Básico.

Segue o texto do Roberto Motta:

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Os valores de uma sociedade vêm das crenças e das ações dos homens que fazem parte dela. São esses valores que serão representados pelos políticos e administradores públicos que vão decidir os rumos do país.

Uma sociedade não pode eleger representantes melhores que ela. Uma sociedade que acha normal jogar no bicho não pode esperar que os seus representantes combatam o crime. Uma nação que se utiliza da propina para resolver entraves burocráticos, não tem o direito – e nem a mínima possibilidade – de exigir que seus representantes não façam o mesmo. No Brasil, a propina vai de baixo para cima.

É a hipocrisia nacional: as pessoas acreditam que, embora façam o que quiserem, o resto do país deveria obedecer a lei.

É o pobre que reclama do crime, mas joga no bicho, e com isso sustenta seus algozes.

É a hipocrisia do cidadão que compra uma carteira de estudante, e do legislador que força o cinema a vender-lhe meia-entrada. É a cara-de-pau das instituições “estudantis” que compactuam com essa farsa.
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14.11.07

Tem que pagar!

É muito fácil embarcar no discurso da "zelite", que ficam apurrinhando nossa cabeça com o fim da CPMF que, pra mim e pra muita gente, é o único imposto que não tem jeito de sonegar. Por isso é tão combatido pelos "liberais", grandes empresários e outras raças de financiadores de campanha do PSDB e dos "Demos".

É sempre o mesmo povo, o que criou o "Cansei" (e não conseguiu nos fazer embarcar nessa), cujo mentor pede para que sonegação de impostos não seja considerada crime, que bastaria o cara pagar o que deve e pronto. Fácil a vida deles, né?

O PSDB então, coitado (coitado?), fica entre a cruz e a espada. Tem que governar Minas e Sâo Paulo, e sonhar em governar o país com esses R$ 40 bi da CPMF, mas tem que prestar contas aos seus financiadores, que não querem pagar esse imposto "insonegável". Pra que brigar pra reduzir outras alíquotas? Essas eles não pagam mesmo... só nós, pequenos empresários e classe média, pagamos esse monte de impostos, e só nós temos o direito de pedir um alívio nessa carga. Eles não. Choram de barriga (muito) cheia.

No texto abaixo, copiado do Blog do Josias, Dr. Adib Jatene, criador da CPMF, esclarece os motivos pelos quais defende a permanência do imposto, mesmo não participando do governo atual.

Dr. Jatene, que foi enganado por FHC quando este lhe prometeu que o dinheiro da CPMF iria pra saúde (o que o levou a deixar o Ministério da Saúde na época), esteve presente num desses jantares de empresários, onde se reúne a nata da reclamação de carga tributária, mas também a nata da sonegação de impostos no país.


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“Dedo em riste, falando alto, o cardiologista Adib Jatene, ‘pai’ da CPMF e um dos maiores defensores da contribuição, diz a Paulo Skaf, presidente da Fiesp e que defende o fim do imposto: ‘No dia em que a riqueza e a herança forem taxadas, nós concordamos com o fim da CPMF. Enquanto vocês não toparem, não concordamos. Os ricos não pagam imposto e por isso o Brasil é tão desigual. Têm que pagar! Os ricos têm que pagar para distribuir renda’.

Numa das rodas formadas no jantar beneficente para arrecadar fundos para o Incor, no restaurante A Figueira Rubaiyat, Skaf, cercado por médicos e políticos do PT que apóiam o imposto do cheque, tenta rebater: ‘Mas, doutor Jatene, a carga no Brasil é muito alta!’. E Jatene: ‘Não é, não! É baixa. Têm que pagar mais’. Skaf continua: ‘A CPMF foi criada para financiar a saúde e o governo tirou o dinheiro da saúde. O senhor não se sente enganado?’. E Jatene: ‘Eu, não! Por que vocês não combatem a Cofins (contribuição para financiamento da seguridade social), que tem alíquota de 9% e arrecada R$ 100 bilhões? A CPMF tem alíquota de 0,38% e arrecada só R$ 30 bilhões’. Skaf diz: ‘A Cofins não está em pauta. O que está em discussão é a CPMF’. ‘É que a CPMF não dá para sonegar!’, diz Jatene.
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10.11.07

Imaginei - por Cristóvam Buarque

Reprodução na íntegra, por ser obrigatória, e sem qualquer comentário, por ser desnecessário.

Fica como sendo meu registro apenas a admiração pela obstinação do senador Cristóvam Buarque pela educação que, faz com que ele, como Eduardo Suplicy e Pedro Simon, sejam figuras vistas como diferentes (até folclóricas), por lutarem, sem interesses próprios, pelas verdadeiras causas pelas quais todos os nosssos governantes deveriam lutar, por serem nossos representantes. Infelizmente.

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Imaginei

Depois de me cansar dos problemas sociais brasileiros, despertei para o fato de que a solução está em uma revolução na educação. Nesta mesma coluna, publiquei dois artigos sobre o “cansei” e o “despertei”.

Agora, imaginei que todas as crianças brasileiras, entre quatro e dezoito anos, estavam assistindo aula. Não apenas matriculadas, mas freqüentando, assistindo, aprendendo, até o final do Ensino Médio. Imaginei que o dia escolar começaria na hora certa, e todas as crianças ouviriam juntas o Hino Nacional. Cada aula duraria o tempo previsto. Imaginei todas as crianças em bonitos uniformes, sem diferenças por renda, luxo, pobreza.

Imaginei que nenhuma criança iria embora logo após a merenda, e que depois do almoço elas ainda teriam atividades escolares complementares: nadariam, pintariam, jogariam, ouviriam música, aprenderiam idiomas, leriam, fariam trabalhos comunitários, assistiriam a filmes, fariam experiências científicas, teatro, dança, aprenderiam a tocar instrumentos musicais.

Imaginei que todas chegariam ao final do ano e passariam nos exames, por terem aprendido, sem necessidade de promoção automática. Que todos os jovens concluiriam o Ensino Médio, salvo raras exceções por motivos de saúde. E que o Ensino Médio teria 4 anos, garantindo também o domínio de um ofício, ensinado na própria escola. Todos aprenderiam a se deslumbrar com as belezas do mundo, a se indignar com suas injustiças, a entender a lógica das coisas, a querer fazer um planeta melhor e mais belo, a sobreviver dignamente no atual mundo do conhecimento.

Imaginei que todos os professores seriam muito bem remunerados, dedicados e bem formados. Que nenhum professor precisaria parar as aulas para pedir aumento de salário. Que um Plano Nacional de Carreira quebraria a vergonhosa desigualdade na qualificação e na remuneração dos professores, dependendo do Município e do Estado. E que todos os nossos professores disporiam dos mais modernos equipamentos pedagógicos, cujo uso dominariam. Cheguei a imaginar que, quando nascesse uma criança, seus pais desejassem para ela a profissão de professor.

Imaginei o fim da desigualdade na qualidade da educação no nosso país, e que a escola dos pobres seria igual à escola dos ricos, a dos morros igual à dos condomínios, todas com a máxima qualidade. Imaginei a escola do Brasil igual às melhores do mundo. Jovens disputando o vestibular em igualdade de condições, independentemente da renda de sua família e da cidade onde vivessem. E a universidade recebendo assim os melhores dos melhores entre todos os brasileiros, com a máxima formação, e não apenas os melhores entre os poucos que concluem o Ensino Médio, com a mínima qualificação. Imaginei que os melhores desses novos alunos optariam pela Carreira Nacional do Magistério. Imaginei a dinâmica e força dessa nova universidade, as pesquisas que ela desenvolveria, os profissionais que formaria, imaginei até os prêmios Nobel que o Brasil receberia.

Imaginei como estariam o desemprego, a violência, a corrupção, a desigualdade, a pobreza, a eficiência, a auto-estima, a participação, a cidadania, a economia, a saúde, a ciência e tecnologia, o meio ambiente, quando todos os brasileiros tivessem uma educação da maior qualidade. Vi que tinha imaginado um Brasil completamente diferente daquele que a realidade nos faz temer, porque o futuro tem a cara que as escolas têm no presente.

Então imaginei o mais difícil: que todos acreditariam que tudo isso era possível e necessário. Pensei que, se todos imaginássemos juntos, o caminho estaria aberto para transformar a imaginação em realidade. Que se os diferentes partidos, em sucessivos governos, se unissem para fazer aquilo que imaginei, o imaginado aconteceria.

Foi então que li no jornal que isso havia acontecido! O presidente e os governadores de diferentes partidos tinham se unido e feito um pacto em torno de um projeto que levará sete anos, quase o tempo suficiente para toda uma geração concluir o Ensino Fundamental. Mas era para a Copa do Mundo.

Cristóvam Buarque é senador (PDT-DF)
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9.11.07

É Copa do Mundo ou Vale-Tudo, Aécio?

Agora que acabou a primeira farra do "A Copa do Mundo é nossa", que levou 13 governadores para a Suíça presenciarem o anúncio do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014, já começou a aparecer o lado podre da festa.

Primeiro que já era suspeito esse tanto de gente ir passear na Suíça, com o pretexto de "fazer pressão pela candidatura do Brasil", se o Brasil era candidato único e era só uma formalidade.

Segundo que o anúncio foi na terça ou quarta, o cara mais importante da festa, que foi o presidente Lula, chegou no dia do anúncio. Já oportunistas como Aécio Neves chegaram no fim de semana anterior, e aproveitaram pra passear. Ah, tá, eles ficaram trabalhando o fim de semana pela candidatura do Brasil...

Nessa festança, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira apresentou a fatura: quem quiser ser sede da Copa tem que trabalhar pra abafar a CPMI (CPI mista) que investigaria as falcatruas cometidas pelos dirigentes do Corinthians nos últimos anos, coisa que certamente respingaria na CBF.

O resultado saiu ontem, 08/11: o pedido de instalação da CPMI foi rejeitado por faltarem 2 ou 3 assinaturas, sendo que havia mais de 100 de sobra há uma semana. 111 parlamentares (105 deputados e 6 senadores) retiraram suas assinaturas e ajudaram a enterrar ainda mais a reputação dos políticos. Quem foi o que mais trabalhou por essas retiradas? Ele, Aécio Neves. Saiu alguma coisa em jornais de Minas? Não, não saiu. Reproduzo abaixo então, as notícias que saíram no Globo sobre o assunto.

Incluo o link para a lista de parlamentares que retiraram suas assinaturas, entre eles, para minha decepção, está a deputada em quem voto desde que era vereadora, Jô Moraes (PCdoB), a quem vou questionar por e-mail sobre os motivos da retirada, e pretendo nunca mais votar nela.

Minas Gerais é estado campeão na 'deserção' da CPI do Corinthians

Evandro Éboli - O Globo
BRASÍLIA - Dos 105 deputados federais que retiraram suas assinaturas do requerimento de abertura da CPI que investigaria a relação entre o Corinthians e o MSI, além de outras questões de futebol, 22 são de Minas Gerais. Foi o estado que teve o maior número de parlamentares que recuaram na assinatura. O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), está empenhado em não apenas ser uma das sedes da Copa do Mundo de 2014 como briga para levar para Belo Horizonte a partida entre as seleções do Brasil e da Argentina, pelas eliminatórias da Copa de 2010. O jogo será no ano que vem.

Todos os seis deputados do PSDB mineiro assinaram, para em seguida retirar suas assinaturas da CPI. São eles: Bonifácio Andrada, Eduardo Barbosa, Nárcio Rodrigues, Paulo Abi-Ackel, Rafael Guerra e Rodrigo de Castro. Este último é filho do ex-deputado Danilo de Castro, secretário de governo de Aécio. Ao todo, 13 tucanos de todo o país retiraram suas assinaturas. Silvio Torres (PSDB-SP), autor do pedido de CPI, disse que faltou solidadriedade de seu partido e disse que eles não resistiram às pressões da CBF e dos governadores de seus estados.

CPI do Corinthians: Confira a lista de parlamentares que retiraram assinaturas

8.11.07

Radares em BH - todos unidos a favor da transgressão da lei...

Acabei de receber pela sexta vez e-mail de amigo com o "mapa dos novos radares em BH". Parece um recorte de jornal, ou montagem similar, mostrando as ruas onde serão (ou foram, sei lá) implantados os novos detectores de velocidade acima do limite, avanço de sinal e o mais novo (excelente!) que detecta se o sujeito pára o veículo em cima da faixa de pedestres.

Engraçado que pra esse tipo de coisa as pessoas se mobilizam, espalham, como se fosse um absurdo que todos tivessem que combater unidos.

Esta semana o Detran anunciou o emplacamento de número 1 milhão, que o Estrago de Minas informou erroneamente serem 1 milhão de veículos nas ruas (e os que já saíram de circulação, velhos, roubados, destruídos? É muito mesmo, mas custa dar a notícia correta? Aliás, tem-se o número correto?).

O trânsito está um horror, hoje levei 45 minutos do Detran da Gameleira até o centro da cidade, às 9h da manhã. Não sei qual a velocidade média que conseguimos desenvolver com esse trânsito ridículo de BH, mas imagino que não passe de 30 Km/h. Então pra que chiar do limite de 60?

Nas estradas e vias expresas em boas condições, como a Via Expressa de BH, acho 70 ou 80 Km/h realmente pouco. Mas, nas ruas e avenidas, 60 Km/h dentro da cidade está de bom tamanho.

Sugiro, inclusive, fazer o que me disseram que faziam em Vitória(ES) na década de 1990, onde trabalhei num projeto de automação por mais de um ano: colocar algumas caixinhas de radares sem nada dentro. Ficava mais barato e os motoristas andavam devagar do mesmo jeito. E, periodicamente, mudavam os radares "verdadeiros" de caixinha, pra ninguém decorar. Não sei se isso é verdade, mas acho bom.

Detector de avanço de sinal deveria ter em todos os semáforos (sei que é problema de custo). Detector de avançar sobre a faixa de pedestre também, e deveria ser a multa mais alta de todas, porque é o cúmulo da falta de respeito: o sujeito não ganha nada com esses centímetros à frente, mas atrapalha dezenas de pessoas. Pra mim tinha que ir é preso o cara que pára na faixa de pedestre.

As pessoas estão com um sério problema de distorção de valores: furar sinal ou andar acima da velocidade não é crime, porque "é um absurdo um trabalhador honesto, que paga suas contas em dia, ser multado" (ouço e leio isso desde sempre). E quem anda dentro da lei é mané, como eu. Se você está a exatos 60Km/h numa via onde o limite é 60Km/h, não fica 30 segundos sem ouvir buzina ou sujeito piscar farol pra você sair. Já até ouvi que "na faixa da esquerda, deve-se andar no mínimo à velocidade máxima permitida" :-)

Por isso eu estou tranqüilo. Não preciso saber onde tem radar, porque eles não me pegam. Não me estresso (mais do que já é o normal com esse trânsito pavoroso), não tomo multa e fico de consciência limpa. E, como meu pai sempre disse, gente mal-educada só aprende as coisas quando sofre no bolso. Que sofram, então, até aprenderem a se comportar em comunidade.

Atualização de 13/11/07: Valeu, Drews, por mais uma brilhante intervenção. O Drews indica a matéria disponível no britânico Guardian em que mostra, infelizmente, que espertalhões e vândalos também existem em países mais civilizados que o nosso. Mas que há que se insistir, o excesso de velocidade é causa de boa parte dos acidentes, isso é comprovado cientificamente, e deve, sim, ser rigorosamente fiscalizada.

7.11.07

Essa é corajosa! Palmas pra ela

Consegui achar uma notícia falando a verdade sobre nosso governador virtual-cortador-de-despesas-sério-onipotente-onipresente(mesmo morando no Rio)-onisciente.

E saiu num jornal que é de propriedade de um deputado do PSDB!!!

Corajosa essa Amália Goulart. Vamos anotar o nome dela e ver se vai publicar mais alguma coisa neste ou em algum outro jornal do estado. Na minha opinião, ela deve ter sido encontrada pela Andréa "Golbery" Neves e a essa altura deve estar mandando currículos...

Falando sobre o conteúdo, nada surpreendente. Na imprensa, ele corta gastos (corta mesmo, deixa as repartições públicas sem condições de trabalho, as estradas estaduais abandonadas). Nos bastidores, faz a festa dos amigos, aprovando os famosos "trenzinhos da alegria".


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Governo sanciona o "Trem da Alegria" - O Tempo, 07/11/2007
http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdNoticia=61244

Funcionários que não prestaram concurso na ALMG pegam carona em projeto que efetiva 98 mil servidores da educação

AMÁLIA GOULART

Noventa e oito mil servidores da educação e 499 da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, que ingressaram no poder público sem concurso, conseguiram ontem o sonho de qualquer funcionário: foram efetivados pelo Estado por meio de um "Trem da Alegria". O governador Aécio Neves (PSDB) sancionou o projeto de lei complementar (que agora tornou-se lei nº 100) que concede a prerrogativa aos servidores. A proposta inicial, de autoria do próprio chefe do Executivo estadual, contemplava apenas os funcionários da educação.

Um dia antes da votação da matéria em segundo turno, na Assembléia, os deputados incluíram um substitutivo estendendo os benefícios àqueles lotados na área administrativa da Casa. O governador não vetou a medida. A matéria foi tema de discussão e impasse no Legislativo. A oposição considera toda a proposta inconstitucional com o argumento de que a legislação federal prevê que apenas concursados são efetivos.

Com a sanção do projeto, o Estado está apto a contrair empréstimos. Ele precisava ver a matéria aprovada para obter do Ministério da Previdência uma certidão negativa de débitos previdenciários. O documento era concedido ao governo por meio de uma liminar judicial que vencia neste mês. O acordo feito com o Ministério dizia respeito apenas aos servidores da educação. O líder do governo na Assembléia, deputado Mauri Torres (PSDB), disse que a inclusão dos funcionários da Casa no projeto não irá afetar a emissão da certidão. "Isto não prejudica os entendimentos com o Ministério. Naturalmente ele e o Tesouro Nacional podem liberar o certificado de regularidade", afirmou.

O acordo entre os entes foi acertado porque o Estado tinha uma dívida de bilhões de reais com a União. Tudo porque ele recolheu a contribuição previdenciária dos 98 mil servidores da educação, mas não repassou ao INSS por uma questão considerada técnica. Com o débito previdenciário, a certidão foi barrada pelo governo federal. Para que a situação se normalizasse o Estado teria que assumir os funcionários, no regime próprio de previdência, por meio de um projeto de lei.

Os deputados viram na fragilidade da proposta a possibilidade de colocar um vagão no "Trem da Alegria", inserindo na matéria os servidores da Assembléia. Entre os funcionários do Legislativo contemplados estão médicos, dentistas e psicólogos. Os servidores da Casa estão divididos em duas classes: os chamados função pública e os do quadro suplementar. Todos eles entraram no Estado antes da Constituição de 1988, que exigia o concurso público, mas não foram efetivados na época porque não tinham tempo de serviço ou um tipo de contrato necessário para a prerrogativa.

Os de função pública ganharam o status de efetivos com a emenda constitucional nº 49, elaborada pelo governo estadual. O problema é que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) contestando a medida.
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1.11.07

Apagão de moral, de justiça, de credibilidade, de tudo!

Para mim o caso abaixo, que aconteceu ontem (e saiu no Blog do Noblat e do Josias, não sei se saiu no Jornal Nacional, mas NÃO saiu no Estrago de Minas), é mais escandaloso que o mensalão, que o seu pai, o mensalão tucano do Azeredo, que o caos aéreo, que qualquer outra coisa, porque representa o absurdo que é a nossa estrutura judiciária.

Esse senhor Ronaldo Cunha Lima (PSDB-PB) deu sei lá quantos tiros no seu adversário político, o então governador Tarcísio Burity, num restaurante, na frente de todos, confiante na impunidade que é caraterística dos ricos, políticos e, mais ainda se são políticos ricos de oligarquias nordestinas ou de São João del Rei. Isso aconteceu em 1993.

Como parlamentar (ódio desse foro privilegiado), o caso ficou cozinhando até chegar ao Supremo Tribunal Federal. Passaram-se, portanto, 14 anos.

Engraçado que aparece "acusado de tentativa de assassinato" - ora - o cara tentou matar, todo mundo viu, ele assumiu a autoria, dizendo que era legítima defesa da honra (ha ha ha) - mas tem que chamar de "acusado".

Como agora o Supremo atua "com a faca no pescoço", fiscalizado pela imprensa e opinião pública (o que nem sempre é bom), principalmente por meio da Internet, as coisas começaram a andar e o sujeito iria ser julgado na semana que vem.

E aí o que o elemento faz? Renuncia ao mandato pra jogar o processo para a Justiça Comum e começar de novo. A previsão é de mais uns 10 ou 15 anos. Detalhe: o cara que levou os tiros sobreviveu à época e morreu 10 anos depois, em 2003. O autor da tentativa de assassinato já tem 71 anos, tem problemas de saúde e muito provavelmente não vai viver até o julgamento.

Olha o que o cara tem a CARA DE PAU de alegar, na sua renúncia: que faz isso pra ser julgado como uma pessoa comum, que está abrindo mão do foro privilegiado (14 anos depois, e a uma semana do julgamento no Supremo, mas isso é só um detalhe).

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"Sr. Presidente, nesta data e por este instrumento, em caráter irrevogável e irretratável, renuncio ao mandato de deputado federal, representando o povo da Paraíba, a fim de possibilitar que esse povo me julgue, sem prerrogativa de foro como um igual que sempre fui.

Requeiro a leitura em plenário desta renúncia, a respectiva publicação e a comunicação dela a S.Exa, a presidenta do Supremo Tribunal Federal, ministra Ellen Gracie".
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Ô vontade de soltar 1 milhão de palavrões! Que justiça é essa? Até o ministro do STF declarou que foi um ato de "escárnio", uma proeza de excrecência que só a nossa justiça burocrática é capaz de fazer.

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- O ato dele é um escárnio para com a Justiça em geral, e para com o Supremo em particular. O gesto dele mostra como é perverso o foro privilegiado. Este homem manobrou e usou de todas as chicanas, por 14 anos, para fugir do julgamento. Ele tem o direito de renunciar, mas o que ele fez foi impedir que a Justiça funcione. Tem que acabar com o foro privilegiado, é só isso.

- A renúncia significa que o processo vai lá para a primeira instância. E lá vai demorar mais 10, 15 anos. Vai começar do zero. Espero que haja juízes independentes e corajosos para julgá-lo.)
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Como filho de peixe, peixinho é, o filho dele, Cássio Cunha Lima (também do PSDB) teve seu mandato de governador cassado pelo TRE da Paraíba, por algum tipo de fraude eleitoral que não me lembro agora, mas continua no cargo graças à indústria de liminares.

Ah! E o que dizem sobre esse assunto os ilustres senadores colegas do atirador de elite? Vejamos:

"O Senado é testemunha da integridade insuperável e da profunda sensibilidade humana que são marcas da vida do homem e do poeta. Dolorosamente foi traído em algum momento da sua vida pela dramaticidade de um gesto e de uma circunstância. Testemunhei eu próprio a dor que o fato lhe causou, a marca que lhe deixou na alma, tão profunda que o tempo não cicatrizou. Ronaldo sangra até hoje." - Cícero Lucena (PSDB-PB)

"Gostaria apenas de expressar minha profunda tristeza. Sei que Ronaldo Cunha Lima, o Governador, o Senador, o Deputado, o servidor do povo, o amigo de todos, já enfrentou, na vida pública, tantos agravos, injúrias e calúnias que nos lançam os ódios e as paixões inerentes à vida parlamentar, hoje se vê na situação de renunciar a um mandato que o povo lhe deu. Quero solidarizar-me com V. Exª esperando que o nosso Deputado possa encontrar, nesse exílio que se auto-impõe, os momentos mais sublimes da sua alma como estadista e, na planície, como dizemos, forças também para vencer mais essa etapa da sua trajetória. Parabéns a V. Exª!" - Marcelo Crivella (PRB-RJ - aquele bispo amigo do Edir Macedo).

"A grande verdade é que essa renúncia, mais uma vez, mostra o espírito grandioso de Ronaldo Cunha Lima, porque ele pretende mesmo é ser julgado pelo júri popular. Ele abriu mão do que chamam uns de foro privilegiado e que eu prefiro, de maneira moderada, chamar de foro especial." - Arthur Virgílio (PSDB-AM), o furioso paladino da moral que late o tempo todo contra o governo "corrupto" de Lula.

"Quero me solidarizar com V. Exª – sei da amizade que os une – e dizer que a justiça dos homens virá, e ele dará a demonstração de que nenhuma culpa tem para ainda ter que pagar com julgamento. " - Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
(comentário meu - "nenhuma culpa tem"? Pede pra sair, zero-um!!!)

"Eu convivi, neste Senado, com o Senador Ronaldo Cunha Lima e tivemos uma bela amizade, herdada do meu pai, que era um grande amigo seu. Então, ele merece todo o nosso apoio, o nosso aplauso e a nossa solidariedade." - Antonio Carlos Júnior (DEM-BA) - outro cãozinho "demo" feroz da oposição moralista.

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Enquanto isso, aqui na roça, o "jornal" de maior tiragem fica falando de árvore que caiu, de festa da padroeira do Padre Eustáquio, do nosso governador onipotente, já que não pode falar mal de foro privilegiado, que acabou de ser concedido a mais de 1000 pessoas, com a bênção do governador virtual.